terça-feira, 31 de agosto de 2010

Especial Charles Baudelaire

"Homem livre, tu sempre gostarás do mar."

Baudelaire - Biografia

Charles-Pierre Baudelaire nasceu em Paris, no dia 9 de Abril de 1821. Numa infância e adolescência atormentada, viu-se órfão do pai aos seis anos, e passou a odiar o segundo marido de sua mãe, o general Aupick. Após anos de desavenças com o padrasto, Baudelaire interrompeu seus estudos em Lyon para iniciar uma viagem à Índia. Ao regressar, participou da revolução de 1848 e logo após dissipou seus bens em meio a boemia e a jogatina parisiense. Lá conheceu personalidades como Mme. Sabatier, Marie Daubrun, e uma de suas musas, a atriz Jeanne Duval. Submerso em dívidas, Baudelaire foi submetido a um conselho judiciário iniciado por seus familiares. Assim, o tutor Ancelle foi nomeado para controlar os gastos do escritor.
Um fato marcante na vida de Baudelaire, deu-se em 1857 com a publicação de As Flores do Mal (Les Fleurs du Mal). Este, que é o maior título de sua carreira, contém poesias que datam de 1841. Esta obra rendeu-lhe um processo pelo tribunal correcional do Sena; uma multa por atentar à moral e aos bons costumes, além de ser obrigado a retirar seis poemas (poesies damnées) do volume original, sendo publicado na íntegra apenas nas edições póstumas, em 1911. Baudelaire também foi alvo da hostilidade da imprensa, que o julgava um subproduto degenerado do romantismo. Porém, sua carreira foi admirada e elogiada por Vitor Hugo e Gustave Flaubert, entre outros.
Tanto As Flores do Mal como Pequenos Poemas em Prosa (Petits Poèmes en Prose, que depois seria intitulado Lê Spleen de Paris) foram publicados em revistas desde 1861, e introduziram novos elementos na linguagem poética, fundindo os opostos existenciais como o sublime e o grotesco, e explorando as analogias ocultas do universo.
Baudelaire foi o escritor que avançou as fronteiras dos costumes em sua época, lançando-se também como crítico de arte no Salon de 1845. Nesse momento, o poeta tornava-se um crítico que buscava um princípio inspirador e coerente nas obras de arte. Os escritos que o revelam nesse segmento A arte Romântica e Curiosidades Estéticas só foram publicadas em 1868. Baudelaire atuou também como tradutor de Allan Poe a partir de 1848. Entre seus ensaios, destaca-se O Princípio Poético (1876), onde as bases de sua poética foram fixadas.
Um outro Charles-Pierre Baudelaire é revelado em Os Paraísos Artificiais, ópio e haxixe (1860), uma especulação sobre plantas alucinógenas, parcialmente inspirada na obra de Thomas De Quincey, Confissões de um Comedor de Ópio. Encontra-se também obras de cunho intimista e confessional, como Meu Coração Desnudo e Diários Íntimos.
Baudelaire é tido como um dos maiores da França de todos os tempos. Alguns o consideram um ensaísta do parnasianismo, ou um romântico exacerbado. De atuação ousada, tornou-se um ícone no século XX influenciando a poesia mundial de tendências simbolistas, inclusive no Brasil com Teófilo Dias. De sua obra, derivam Rimbaud, Verlaine e Mallarmé. Baudelaire foi precursor de uma linguagem moderna no romantismo, concedendo a realidade uma submissão lírica. Assim, sua poesia é marcada pela contradição; de um lado via-se um herdeiro do romantismo obscuro de Allan Poe e Gerard de Neval, e de outro, o poeta que se opôs ao sentimentalismo redundante do romantismo francês.
Seus últimos anos foram obscurecidos por doenças de origem nervosa. Após uma vida repleta de atribulações, Baudelaire morreu em Paris, no dia 31 de Agosto de 1867 nos braços de sua mãe, acometido pela paralisia geral.
Seu talento, capacidade intelectual e percepção romântica, só foram totalmente apreciadas após sua morte. Tanto um Baudelaire, em sua face crítica e ácida, como o poeta confessional e expontâneo; mas, principalmente, como a totalidade de sua obra e o devido reconhecimento que lhe é atribuído.

fonte: http://www.spectrumgothic.com.br/literatura/autores/baudelaire.htm

Baudelaire - O Vampiro

Tu que, como uma punhalada,
Entraste em meu coração triste;
Tu que, forte como manada
De demônios, louca surgiste,

Para no espírito humilhado
Encontrar o leito e o ascendente;
- Infame a que eu estou atado
Tal como o forçado à corrente,

Como ao baralho o jogador,
Como à garrafa o borrachão,
Como os vermes a podridão,
- Maldita sejas, como for!

Implorei ao punhal veloz
Que me concedesse a alforria,
Disse após ao veneno atroz
Que me amparasse a covardia.

Ah! pobre! o veneno e o punhal
isseram-me de ar zombeteiro:
"Ninguém te livrará afinal
De teu maldito cativeiro.

Ah! imbecil - de teu retiro
Se te livrássemos um dia,
Teu beijo ressuscitaria
O cadáver de teu vampiro!"

Baudelaire - Semper Eadem

"De onde te vem, responde, essa tristeza infinda
Que galga, como o mar, o negro e nu rochedo?"
- Quando no coração nossa colheita finda,
viver é um mal. Ninguém ignora este segredo.

Uma dor muito simples, nada misteriosa,
A todos familiar, como tua alegria.
Nada queiras saber, minha bela curiosa!
E, embora a voz te seja afável, silencia!

Cala-te tola! alma de tudo embevecida!
Boca de riso ingênuo! Ainda mais que a Vida,
A Morte nos enlaça em seus sutis idílios.

Deixa-me o coração confiar no que suponho,
Dentro em teus olhos mergulhar como num sonho,
E dormir longo tempo à sombra de teus cílios!

Baudelaire - Alegoria (frag.)

"E quando vier - Ó Noite - o seu fim ilusório,
Há de encarar a Morte e sem nenhum gemido
Sem ódio e sem rancor - como um recém-nascido."

Baudelaire - Alquimia da Dor

Um te ilumina com ardor,
O outro te enluta, Natura!
O que diz a um: Sepultura!
Ao outro diz: Vida e esplendor!

Hermes que oculto me conquistas
E para sempre me intimidas,
Tu me fazes igual a Midas,
O mais triste dos alquimistas;

Por ti do ouro o ferro improviso
E torno inferno o paraíso;
Roubando às nuvens seu sudário,

Um corpo querido amortalho,
E às margens do celeste estuário
Grandes sarcófagos entalho.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sophia Andresen - Liberdade

Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.

Guimarães Rosa

Mar não tem desenho
o vento não deixa
o tamanho...

domingo, 22 de agosto de 2010

Neruda - texto

O que uma lagosta tece lá embaixo com seus pés dourados?
Respondo que o oceano sabe.
Por quem a medusa espera em sua veste transparente?
Está esperando pelo tempo, como tu.
Quem as algas apertam em teus braços?, perguntas mais firme que uma hora e um mar certos?
Eu sei perguntas sobre a presa branca do narval e eu respondo contando como o unicórnio do mar, arpado, morre.
Perguntas sobre as plumas do rei-pescador que vibram nas puras primaveras dos mares do sul.
Quero te contar que o oceano sabe isto: que a vida, em seus estojos de jóias, é infinita como a areia incontável, pura; e o tempo, entre uvas cor de sangue tornou a pedra lisa encheu a água-viva de luz, desfez o seu nó, soltou seus fios musicais de uma cornicópia feita de infinita madrepérola.
Sou só uma rede vazia diante dos olhos humanos na escuridão e de dedos habituados à longitude do tímido globo de uma laranja. Caminho como tu, investigando as estrelas sem fim e em minha rede, durante a noite, acordo nu. A única coisa capturada é um peixe dentro do vento.

sábado, 21 de agosto de 2010

Avantasia - The Edge(tradução)

Quando fui enviado para andar nesse caminho longo e frio
Eu nunca quis levar tudo isso tão longe
Ninguém me disse que eu era obrigado a vagar
Você me deu visões e cortou fora esta parte

Quando a viagem estiver terminada
Então, o que restará
Além de um cemitério de anjos

Não preciso de glória
A garrafa e eu
Não preciso de nenhuma simpatia
Enquanto eu me penduro na borda

Não preciso de glória
Até a correnteza do rio secar
Eu não vou chorar por simpatia enquanto eu
Me penduro na borda

Quando você era algemas chances passaram por mim
Eu me libertei
Agora estou em queda livre
Abaixe meus braços como você abaixo a mentira:
Aquelas palavras que você não disse quando eu estava chamando

Dedos sangram no marfim
Elas dançam sobre as chaves
Para um cemitério de anjos

Não preciso de glória
A garrafa e eu
Não preciso de nenhuma simpatia
Enquanto eu me penduro na borda

Não preciso de glória
Até a correnteza do rio secar
Eu não vou chorar por simpatia enquanto eu
Me penduro na borda

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Augusto dos Anjos - O Lamento das Coisas

Triste, a escutar, pancada por pancada,
A sucessividade dos segundos,
Ouço, em sons subterrâneos, do Orbe oriundos,
O choro da Energia abandonada!

É a dor da Força desaproveitada
- O cantochão dos dínamos profundos,
Que, podendo mover milhões de mundos,
jazem ainda na estática do Nada!

É o soluço da forma ainda imprecisa...
Da transcendência que se não realiza...
Da luz que não chegou a ser lampejo...

E é em suma, o subconsciente ai formidando
Da Natureza que parou, chorando,
No rudimentarismo do Desejo!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Rhapsody of Fire - Sea of Fate(Tradução)

Espelhos refletindo
A ilusão quebrada de uma mente
Perdida e pecaminos

Os olhos da mente me protegem
Enquanto estou preso neste mundo negro de medo
E esperança em desvanexcimento

Minha alma está exausta...

As palavras solitárias do Sol
De fonte inocente
Nas sombras agora reveladas
por um destino nunca contado

Um mar de nova esperança
Não temerá o seu renascimento
Em suas águas nós aguardaremos pelo
Grande chamado dos céus

Fragamentos de uma torturada
Existência revelando os sussurros frios
de fantasmas solitários

Fantasmas guiados por sombras
Iluminando a fonte de todo o mal
De uma fé enegrecida

E dor mortal...

As palavras solitárias do Sol
De fonte inocente
Nas sombras agora reveladas
por um destino nunca contado

Um mar de nova esperança
Não temerá o seu renascimento
Em suas águas nós aguardaremos pelo
Grande chamado dos céus

O chamado

As palavras solitárias do Sol
De fonte inocente
Nas sombras agora reveladas
por um destino nunca contado

Um mar de nova esperança
Não temerá o seu renascimento
Em suas águas nós aguardaremos pelo
Grande chamado dos céus

Oscar Wilde - O retrato de Dorian Gray (frag.)

"As palavras, simples palavras... como podiam ser terríveis!
Como eram nítidas, e vívidas, e cruéis!
Não conseguíamos fugir-lhes.
E, no entanto, quanta magia subtil possuíam! 
Pareciam capazes de dar forma plástica a coisas informes e de possuir música própria tão suave como a da viola e do alaúde.
Meras palavras!
Haveria alguma coisa tão real como as palavras?

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Alphonsus de Guimaraes - O céu é sempre o mesmo: as nossas almas

O céu é sempre o mesmo: as nossas almas
É que se mudam, contemplando-o. É certo.
Umas vezes está cheio de palmas;
Outras vezes é só como um deserto.

Quem sabe quando vem as horas calmas?
Quem sabe se a ventura vem bem perto?
Homem de carne infiel, em vão espalmas
As tuas asas pelo céu aberto.

O que nos cerca é a fugitiva imagem
Do que sentimos, do que longe vemos,
Sempre sofrendo, sempre em vassalagem.

A vida é um barco a voar. Soltem-se os remos...
Cada um de nós da morte é servo e pagem:
Somos felizes só porque morremos.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Dezesseis de Agosto

Desilusão:

a vida passando insossa
pelos ladrilhos da calçada
o sonho não vivido, esquecido
entre labores, e folhas gastas.

Em tal pesar, qual cântico antigo,
sigo na dor de não ter nada
e tardo agora, ao solitário abrigo
já sem esperanças na sorte ingrata.

 
J.A.Cabral 08/10









domingo, 15 de agosto de 2010

Diabulus in Musica - Under the Shadow (of a Butterfly)

Você é muito do que você nunca saberá
Porque você acha que sua vida é tão curta
Há tantos lugares para ver

E você está na hora de realizar seus sonhos
Sobre as colinas e sobre os céus
Sentir o sol tocar esta neve, o cheiro da chuva

Sentir os sentimentos
Agarrá-los, perdê-los

Feche os olhos e tente ver
Encontre a ascensão tão longe daqui
Olhe para a sombra em meu caminho
Você pode imaginar a menos que tenha sido aqui?

Sobre as colinas e sobre os céus
Sentir o céu tocar a neve, o cheiro da chuva
Eu sei que você se sente escravo da rotina

Você assistiu ao céu voar em cima de mim
Você quer ser como eu

Você pode fazer tudo que você quer
Não é de alegria e sonho
Por que você não vai quebrar sua prisão?

Só na hora de realizar seus sonhos
Sobre as colinas e sobre os céus
Sentir o sol tocar a neve cheiro da chuva

Sentir os sentimentos
Agarrá-los, perdê-los

Intervalo de trítono ou "Diabolus in musica"

Na idade média a Igreja Católica proibia o uso do intervalo SI-FA por gerar um trítono, uma dissonância que na época era considerada demoníaca. O intervalo de trítono era conhecido como "diabolus in musica".

Chamamos de Trítono um intervalo entre alturas de duas notas musicais que possua exatamente três tons inteiros. O efeito denominado tritono consiste uma das mais complexas dissonâncias possiveis na música ocidental.

Quando ocorre em acordes, caracteriza-se por 4ª aumentada (#4) ou 5ª diminuta (b5). Todos os acordes diminutos possuem em sua formação o trítono, sendo a distância intervalar da tônica do acorde para a quinta do mesmo, o que se repete em acordes de 7ª menor, onde a relação intervalar da 3ª para a 7ª é de um tritono.

O tritono causa sensação de movimento, motivo que o faz ser muito explorado em momentos de "tensão" da música.

Durante algum tempo os tritonos eram proibidos pela igreja ocidental por causarem demasiado efeito de tensão e movimento. Fato superado em algum tempo pelos compositores, que descobriram meios para justificarem sua utilização.

Exemplos de trítono podem ser encontrados em quase todas as músicas, sendo que as mais carregadas de tensão (como a 5ª Sinfonia, 1º Movimento de Beethoven) obviamente possuem mais tritonos em sua construção harmônica. Atualmente, mesmo as musicas calmas apresentam empregos de tritonos em alguns momentos: o simples fato de executar a nota fá e a si ao mesmo tempo gera um trítono (por exemplo).

Escritor de "O Mundo de Sofia" diz que achou mais fácil escrever sobre adultos

Os leitores de Jostein Gaarder encontrarão em "O Castelo nos Pirineus", seu novo romance, o autor de sempre, mas temperado com algumas novidades.
Mais uma vez, questões filosóficas e científicas são costuradas em um enredo com ritmo de suspense.Agora, no entanto, os personagens quase sempre jovens do autor de "O Mundo de Sofia" dão lugar a um casal de meia-idade. Um certo tom de melancolia perpassa todo o livro, acentuado ainda pelo surpreendente final.
Namorados na adolescência, eles se reencontram 30 anos depois e começam a trocar e-mails.
Cada um vê o mundo de forma distinta. Steinn é um climatologista cético que crê apenas na ciência, enquanto Solrun é uma professora espiritualizada e mística.
"Ambos, de certa forma, estão em mim", diz Gaarder.

Folha entrevista Jostein Gaarder

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Fernado Pessoa - Poema

O céu, azul de luz quieta,
As ondas brandas a quebrar,
Na praia lúcida e completa -
Pontos de dedos a brincar.

No piano anónimo da praia
Tocam nenhuma melodia
De cujo ritmo por fim saia
Todo o sentido deste dia.

Que bom, se isto satisfizesse!
Que certo, se eu pudesse crer
Que esse mar e essas ondas e esse
Céu têm vida e têm ser.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Rainer Maria Rilke - Sonetos a Orfeu, XXII/I (frag.)

“Em nós a pressa mora,
mas do tempo ao passar
tal bagatela ignora,
entre o que tem vagar.
Tudo que corre agora
em breve há de acabar:
só o que custa e demora
nos pode consagrar.”

domingo, 1 de agosto de 2010

Therion - Ljusalfheim (Tradução)

Os iluminados, os elfos e fadas, são criaturas de beleza encantadora. Eles agem como um pensamento ou fantasia e você pode ser facilmente guiado pela sua luz esplêndida. Você montará em suas asas para o mais alto dos céus, mas cuidado...no próximo momento eles podem te derrubar.

Resplendor solar do Lorde Frei,
O Iluminado,
Em Ljusalfheim ele é o Rei dos elfos.

Bem alto no arco-íris
E nos pequenos lagos no bosque adentro
Você encontrará os elfos.

Siga sua luz
Mais forte que o Sol
Ela te faz voar...

No reino de Álfheim
Você nunca sabe o que viu.
Uma pálida miragem?

A beleza o torna cego
Preenche sua mente
Você voa e perde seu abraço.

Voe com as asas deles
Elas o fazem sentir tão livre
Porém você pode cair...

Escape da luz deles
Talvez elas te levarão abaixo
Ou te fazer voar...

Álfheim ou Ljusalfheim

Álfheim (ou Ljusalfheim) é o lar dos Álfar 'Elfos' (ou elfos da luz), um dos nove mundos da mitologia nórdica. Opõe-se a Svartalfheim, reino dos Elfos Negros.

Valquírias

Na mitologia nórdica, as valquírias eram deidades menores, servas de Odin. O termo deriva do nórdico antigo valkyrja (em tradução literal significa "as que escolhem os que vão morrer").
As valquírias eram belas jovens mulheres que montadas em cavalos alados e armadas com elmos e lanças, sobrevoavam os campos de batalha escolhendo quais guerreiros, os mais bravos, recém-abatidos entrariam no Valhala. Elas o faziam por ordem e benefício de Odin, que precisava de muitos guerreiros corajosos para a batalha vindoura do Ragnarok.
As valquírias escoltavam esses heróis, que eram conhecidos como Einherja, para Valhala, o salão de Odin. Lá, os escolhidos lutariam todos os dias e festejariam todas as noites em preparação ao Ragnarok, quando ajudariam a defender Asgard na batalha final, em que os deuses morreriam. Devido a um acordo de Odin com a deusa Freya, que chefiava as valquírias, metade desses guerreiros e todas as mulheres mortas em batalha eram levadas para o palácio da deusa.

As valquírias originais eram Brynhild ou Brynhildr ("correspondente de batalha", muitas vezes confundida Brunhilde, da Saga dos Nibelungos), Sigrun ("runa da vitória"), Kara, Mist, Skogul ("batalha"), Prour ("força"), Herfjotur ("grilhão de guerra"), Raogrior ("paz do deus"), Gunnr ("lança da batalha"), Skuld ("aquela que se torna"), Sigrdrifa ("nevasca da vitória"), Svana, Hrist ("a agitadora"), Skeggjold ("usando um machado de guerra"), Hildr ("batalha"), Hlokk ("estrondo de guerra"), Goll ou Göll ("choro da batalha"), Randgrior ("escudo de paz"), Reginleif ("herança dos deuses"), Rota ("aquela que causa tumulto") e Gondul ou Göndul ("varinha encantada" ou "lobisomem").

As valquírias cavalgavam nos céus com armaduras brilhantes e ajudavam a determinar o vitorioso das batalhas e o curso das guerras. Elas também serviam a Odin como mensageiras e quando cavalgavam como tais, suas armaduras faiscavam causando o estranho fenômeno atmosférico chamado de Aurora Boreal.

Valhala

Valhala, Valíala,Valhalla ou Walhala (há, ainda, quem use a forma original, Valhol) na mitologia nórdica ou escandinava é o local onde os guerreiros vikings eram recebidos após terem morrido, com honra, em batalha.
Odin teria ouvido que matariam todos os seus filhos e demais guerreiros. Curioso e precavido, achegou-se a deusa da sabedoria, um oráculo, que não quis lhe revelar a veracidade do boato. Insistente, Odin teria a seduzido, resultando em nove filhas conhecidas como valquírias.
Odin, então, ordenara a uma delas, que foi incumbida de construir e organizar um palácio mágico, Castelo de Valhala, em Asgard (a terra dos deuses nórdicos), para onde seriam enviados todos os guerreiros mortos em batalha, chamados Einherjar.
Metade das almas dos guerreiros passariam, então, os seus dias a treinarem-se em combates, desfrutando grandes banquetes e orgias a noite. A condição imposta seria a de proteger o castelo. Elas formariam um exército ("Exército das Almas Vivas"), invencível até ao advento do Ragnarok, quando combateriam ao lado de Odin. Com a chegada da noite, metade das almas seriam reconfortadas com as mesmas refeições dos deuses. A outra metade seguia para Folkvang, o palácio de Freyja.

Einherjar

Também conhecidos como "Os Guerreiros de Odin", os Einherjar são os guerreiros mortos recolhidos pelas Valquírias para irem ao palácio de Valhala, onde viverão em banquetes e fartura até o derradeiro dia do Ragnarok. As valquírias escolhiam apenas os melhores e mais heróicos guerreiros.
Em Asgard, eles festejavam à noite e lutavam durante o dia. Seus ferimentos eram curados magicamente. Dessa maneira, realizavam sua preparação interminável para estarem prontos para o Ragnarok.
Mas somente a metade destes guerreiros são acolhidos por Odin, a outra metade dos bravos guerreiros que tombaram no campo de batalha, são recebidos pela deusa Freyja em seu palácio, chamado Fólkvangar ("campo de batalha").
Ainda assim, no fim dos tempos, o deus Heimdallr tocará sua trompa Gjallahorn, convocando estes guerreiros mortos a se reunirem em um só grupo e marcharem ao lado dos deuses, contra os gigantes e os monstros liderados por Loki.

Helgardh

 Helgardh, também conhecido como Hel, Helheim ou Casa das Névoas, é um dos nove mundos da mitologia nórdica, o domicílio dos mortos, governada por Hel, cujo nome é compartilhado com o próprio lugar. Este mundo é amontoado com todos os espectros opacos e titirantes daqueles que morreram sem glória, doentes ou com idade avançada. Helgardh é o reino mais frio e baixo na ordem total do universo. Encontra-se abaixo da terceira raiz de Yggdrasil, perto de Hvergelmir e de Nastrond. Helgardh foi construído sobre Niflheim, o mundo mais profundo da mitologia nórdica. Algumas fontes dizem que Helgardh conteria outros nove mundos, mundos esses equivalentes a um lado negativo dos nove mundos originais da Yggdrasil.
Teoriza-se que foi em Helheim que Odin descobriu as runas enquanto estava enforcado, sacrificado a si mesmo, na Yggdrasil. Segundo é dito no Hávamál, parte da Edda Poética, ele 'olhou para baixo' quando as descobriu e recolheu. Por isso, Helheim seria um importante lugar iniciático.

Niflheim

Niflheim ("Mistland") é o reino do gelo e do frio na mitologia nórdica. Está localizada ao norte de Ginungagap e lá reside os anões e gigantes de gelo, em companhia dos que não morrem em batalhas (os guerreiros mortos em batalha vão para o Valhala). Niflheim é governada pela rainha do inferno(Helgardh), Hel, filha de Loki com uma gigante, sendo que a mesma foi pessoalmente apontada por Odin para esta posição. Metade do corpo de Hel é normal, enquanto que a outra metade se encontra apodrecida. Nilfheim é dividida em diversos níveis. Um destes níveis foi projetado para os heróis e deuses, onde Hel preside as festividades entre eles. Outro nível é reservado para as pessoas idosas, os doentes e aqueles que foram incapazes de morrer gloriosamente no meio da batalha e entrar no Valhala. O nível mais baixo de Nilfheim se assemelha a versão cristã do inferno, onde os maus são forçados a viver para sempre.
Em alguns trechos da mitologia nórdica é dito que as raízes mais profundas da árvore Yggdrasil estão enterradas nesta região. É também em Niflheim que reinam os Nibelungos.

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Niflheim

Muspelheim

Muspelheim, na mitologia nórdica, é o Reino do Fogo, onde habitam os ogros de fogo e seu mestre, Surtr. Niflheim (ao norte), é formado de gelo, e Muspelheim (ao sul), é formado de fogo.

Hugin e Munin

Hugin e Munin são corvos que mantêm-se ao lado do trono de Odin, viajando pelo mundo trazendo novidades e informações a ele. Enquanto Hugin significa "pensamento", e Munin significa "memória".
Os dois corvos – pensamento e memória – simbolizam a extensão perfeita das capacidades inatas do Homem. Odin os mandava explorar o mundo, pois era cego de um olho. Á noite, quando Hugin e Munin chegavam, contavam tudo o que tinham visto, no ombro de Odin. E quando eram mortos eram revividos no palácio do deus.



fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hugin_e_Munin

Therion - Ginnungagap (Tradução)


Queda nas profundezas do Vazio
(No) Buraco negro do Nada

[Soprano:]
Salve, Fluxo de Vergelmar
Salve, Fluxo de Vergelmar
Salve, Fluxo de Vergelmar
Salve, Velho Vazio!

[Alto:]
Salve, Fluxo de Vergelmar
Calor da criação
Salve, Fluxo de Vergelmar
Salve, Velho Vazio!

[Tenor/bass:]
Clarão no Nada
Calor da criação
Faça o gelo derreter
A vida levanta no vazio.

Imer nasceu, fogo e gelo
O caos tomará forma, Megin se levantará

O pai Imer bebia da vaca Urkon
Um fluxo de leite que nos dá vida.

Uma lacuna se abre no espaço
O sangue flui a partir do corpo de Imer
Os mundos são criados a partir de carnes
Nove (números) de Yggdrasil.

Fosso de Imer - runa de Imer
Essência de Imer - destino de Imer