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domingo, 1 de janeiro de 2012

Rudyard Kipling - És Um HOMEM, Se...

Se és capaz de conservar o teu bom senso e a calma, 
Quando os outros os perdem, e te acusam disso, 

Se és capaz de confiar em ti, quando te ti duvidam 
E, no entanto, perdoares que duvidem, 

Se és capaz de esperar, sem perderes a esperança 
E não caluniares os que te caluniam, 

Se és capaz de sonhar, sem que o sonho te domine, 
E pensar, sem reduzir o pensamento a vício, 

Se és capaz de enfrentar o Triunfo e o Desastre, 
Sem fazer distinção entre estes dois impostores, 

Se és capaz de ouvir a verdade que disseste, 
Transformada por canalhas em armadilhas aos tolos, 

Se és capaz de ver destruído o ideal da vida inteira 
E construí-lo outra vez com ferramentas gastas, 

Se és capaz de arriscar todos os teus haveres 
Num lance corajoso, alheio ao resultado, 
E perder e começar de novo o teu caminho, 
Sem que ouça um suspiro quem seguir ao teu lado, 

Se és capaz de forçar os teus músculos e nervos 
E fazê-los servir se já quase não servem, 
Sustentando-te a ti, quando nada em ti resta, 
A não ser a vontade que diz: Enfrenta! 

Se és capaz de falar ao povo e ficar digno 
Ou de passear com reis conservando-te o mesmo, 

Se não pode abalar-te amigo ou inimigo 
E não sofrem decepção os que contam contigo, 

Se podes preencher todo minuto que passa 
Com sessenta segundos de tarefa acertada, 

Se assim fores, meu filho, a Terra será tua, 
Será teu tudo que nela existe 

E não receies que te o tomem, 

Mas (ainda melhor que tudo isto) 
Se assim fores, serás um HOMEM. 

domingo, 10 de agosto de 2008

Rudyard Kipling - Se

Se puderes guardar o sangue-frio diante
de quem fora de si te acusar, e, no instante
em que duvidem de teu ânimo e firmeza,
tu poderes ter fé na própria fortaleza,
sem desprezar contudo a desconfiança alheia...

Se tu puderes não odiar a quem te odeia,
nem pagar com a calúnia a quem te calunia,
sem que tires daí motivos de ufania,
sonhar, sem érmitir que o sonho te domine,
pensar, sem que em pensar tua ambição se confine,
e esperar sempre e sempre, infatigavelmente...

Se com o mesmo sereno olhar indiferente
puderes encarar a Derrota e a Vitória,
como embustes que são da fortuna ilusória,
e estóico suportar que intrigas e mentiras
deturpem a palavra honesta que profiras...

Se puderes, ao ver em pedaços destruída
pela sorte maldosa, a obra de tua vida,
tomar de novo, a ferramenta desgastada
e sem queixumes vãos, recomeçar do nada...

Se tendo loucamente arriscado e perdido
tudo quanto era teu, num só lance atrevido,
se puderes voltar à faina ingrata e dura,
sem aludir jamais à sinistra aventura...

Se tu puderes coração, músculos, nervos
reduzir da vontade à condição de servos,
que, embora exaustos, lhe obedeçam ao comando...

Se, andando a par dos reis e com grandes lidando,
puderes conservar a naturalidade,
e no meio da turba a personalidade,
impávido afrontar adulações, engodos,
opressões, merecer a confiança de todos,
sem que possa contar, todavia, contigo
incondicionalmente o teu melhor amigo...

Se de cada minuto os sessenta segundos
tu puderes tornar com teu suor fecundos...

a Terra será tua, e os bens que se não somem,
e, o que é melhor, meu filho, então serás um Homem!