quinta-feira, 30 de junho de 2016

The Doors - Strange Days(tradução)

Os dias estranhos nos encontraram
Os dias estranhos nos rastrearam
Eles vão destruir
Nossas alegrias casuais
Nós temos que seguir em frente ou encontrar uma outra cidade
Sim!
Olhos estranhos ocupam salas estranhas
Vozes anunciarão o seu cansado fim.
A anfitriã está sorrindo
Seus hóspedes dormem em pecado
Me ouça falar sobre o pecado e você sabe que isso é um
Sim!
Os dias estranhos nos encontraram
E através de suas estranhas horas
Ficamos sozinhos à espera
Corpos confusos, memórias mal usadas
Enquanto trocamos o dia
Pela estranha noite de pedra

Dostoiévski - Os irmãos Karamazov

Que é o sofrimento? Não o temo, fosse ele infinito. Outrora o temia. Pode acontecer que não responda a nada no tribunal... Com a força que sinto em mim, creio-me em condições de dominar todos os sofrimentos, contanto que possa dizer a mim mesmo a cada instante: existo! Em meio dos tormentos, crispado pela tortura, existo! Amarrado ao pelourinho, existo ainda, vejo o sol, e, se não o vejo, sei que ele luz. E saber isto é já toda a vida. 

terça-feira, 21 de junho de 2016

Alexander Púchkin - Manhã de inverno

Tradução de José Casado

Há frio e sol: que manhã linda!
Tu, meu primor, dormes ainda.
É tempo, ó bela, de acordar.
Desvenda o olhar que o torpor cerra,
Encara a aurora sobre a terra
Qual fosses novo astro polar!

À noite, neve e tempestade
Houve e, no céu, névoa, verdade?
A mancha lívida do luar
Nos nimbos era amarelada.
Tristonha estavas e sentada;
E ora... à janela vem olhar:

Ao claro azul do céu que esplende,
Tapete raro que se estende,
A neve jaz a fulgurar;
O bosque, só, sobressai, preto;
Verdeja, sob a geada, o abeto;
Sob gelo, eis a água a lucilar.

Faz-se ambarino o quarto inteiro.
Vem estalido prazenteiro
Do recém-aceso fogão.
Meditar perto dele é grato.
 Mas dize: queres que, neste ato,
A poldra parda atrele, não?

A deslizar na neve, amada,
Dar-nos-emos à galopada
Do equino e sua agitação.
Iremos ver os nus e imensos
Campos, faz pouco inda tão densos,
E a praia de minha afeição.

1829

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Sylvia Plath - The Unabridged Journals of Sylvia Plath(frag)

I can never read all the books I want; I can never be all the people I want and live all the lives I want. I can never train myself in all the skills I want. And why do I want? I want to live and feel all the shades, tones and variations of mental and physical experience possible in my life. And I am horribly limited.

sábado, 11 de junho de 2016

Quentin Bell - Virginia Woolf: Uma Biografia (frag)

Quanto a escrever — também eu quero expressar beleza — mas beleza (simetria?) da vida e do mundo, em ação. Conflito? — será isso? Se existe ação na pintura é apenas para exibir linhas; mas sempre tendo a beleza em vista. Não haverá um tipo diferente de beleza? Sem conflito.
Eu atinjo um tipo diferente de beleza, obtendo simetria através de discordâncias infinitas, mostrando todos os traços da passagem da mente pelo mundo; consigo no fim uma espécie de todo feito de fragmentos trêmulos; parece-me que esse é o processo natural; o voo da mente. Eles de fato atingem a mesma coisa?

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Emil Cioran - Silogismos da amargura (frag)

Só vivo porque posso morrer quando quiser: sem a ideia do suicídio já teria me matado há muito tempo.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Tristeza

Deteriorando,
Aos poucos, lentamente,
Deixando ir embora,
Escoando,
Sofrendo,
Distraindo a vida
Com a Morte
Fantasias de mutilação
E sacrifício
Que não importam
A Ninguém.

J.A.Cabral 06/16