terça-feira, 28 de junho de 2011

Vinte e oito de junho

Há dor nas palavras ditas,
nas coisas ditas em vão.
Mas também há dor no silêncio,
no que fica escondido, perdido
entre o medo e a escuridão.









Caio Fernando Abreu - Citação

Pensei que só no silêncio 
fosse possível construir uma compreensão, 
mas não é, sei que não é, você também sabe.



domingo, 26 de junho de 2011

Mário de Sá-Carneiro - 7

Eu não sou eu nem sou o outro, 
Sou qualquer coisa de intermédio: 
    Pilar da ponte de tédio 
    Que vai de mim para o Outro. 





Antero de Quental - Alarga os Teus Horizontes

Alarga os Teus HorizontesPor que é que combateis? Dir-se-á, ao ver-vos,
Que o Universo acaba aonde chegam
Os muros da cidade, e nem há vida
Além da órbita onde as vossas giram,
E além do Fórum já não há mais mundo!


Tal é o vosso ardor! tão cegos tendes
Os olhos de mirar a própria sombra,
Que dir-se-á, vendo a força, as energias
Da vossa vida toda, acumuladas


Sobre um só ponto, e a ânsia, o ardente vórtice,
Com que girais em torno de vós mesmos,
Que limitais a terra à vossa sombra...
Ou que a sombra vos torna a terra toda!
Dir-se-á que o oceano imenso e fundo e eterno,
Que Deus há dado aos homens, por que banhem
O corpo todo, e nadem à vontade,
E vaguem a sabor, com todo o rumo,
Com todo o norte e vento, vão e percam-se
De vista, no horizonte sem limites...
Dir-se-á que o mar da vida é gota d'água
Escassa, que nas mãos vos há caído,
De avara nuvem que fugiu, largando-a...
Tamanho é o ódio com que a uns e a outros
A disputais, temendo que não chegue!


Homens! para quem passa, arrebatado
Na corrente da vida, nessas águas
Sem limites, sem fundo - há mais perigo
De se afogar, que de morrer à sede!
De que vale disputar o espaço estreito,
Que cobre a sombra da árvore da pátria,
Quando são vossos cinco continentes?
De que vale apinhar-se junto à fonte
Que - fininha - brotou por entre as urzes,


Quando há sete mil ondas por cada homem?
De que vale digladiar por uma fita,
Que mal cobre um botão, quando estendida
Deus pôs sobre a cabeça de seus filhos
A tenda, de ouro e azul, do firmamento?
De que vale concentrar-se a vida toda
Numa paixão apenas, quando o peito
É tão rico, que basta dar-lhe um toque
Por que brotem, aos mil, os sentimentos?!


Oh! a vida é um abismo! mas fecundo!
Mas imenso! tem luz - e luz que cegue.
Inda a águia de Patmos - e tem sombras
E tem negrumes, como o antigo Caos:
Tem harmonias, que parecem sonhos
De algum anjo dormido; e tem horrores
Que os nem sonha o delírio!


É imensa a vida,
Homens! não disputeis um raio escasso
Que vem daquele sol; a ténue nota,
Que vos chega daquelas harmonias;
a penumbra, que escapa àquelas sombras;
O tremor, que vos vem desses horrores.
Sol e sombras, horror e harmonias
De quem é isto, se não é do homem?!


Não disputeis, curvado o corpo todo,
As migalhas da mesa do banquete:
Erguei-vos! e tomai lugar á mesa...
Que há lugar no banquete para todos:
Que a vida não é átomo tenuíssimo,
Que um feliz apanhou, no ar, voando,
E guardou para si, e os outros, pobres,
Deserdados, invejam - é o ar todo,
Que respiramos; e esse, inda mais livre,
Que nos respira a alma - a terra firma.
Onde pomos os pés, e o céu profundo
Aonde o olhar erguemos - é o imenso,
Que se infiltra do átomo ao colosso;
Que se ocultou aqui, e além se mostra;
Que traz a luz dourada, e leva a treva;
Que dá raiva às paixões, e unge os seios
Com o bálsamo do amor; que ao vício, ao crime,
Agita, impele, anima, e que à virtude
Lá dá consolações - que beija as frontes
De povo e rei, de nobre e de mendigo;
E embala a flor, e eleva as grandes vagas;
Que tem lugar no seio, para todos;
Que está no rir, e está também nas lágrimas,
E está na bacanal como na prece!...



sábado, 25 de junho de 2011

Rainer Rilke - A Canção do Suicida

Só mais um momento. 
Que voltem sempre a cortar-me 
a corda. 
Há pouco estava tão preparado 
e havia já um pouco de eternidade 
nas minhas entranhas. 

Estendem-me a colher, 
esta colher de vida. 
Não, quero e já não quero, 
deixem-me vomitar sobre mim. 

Sei que a vida é boa 
e que o mundo é uma taça cheia, 
mas a mim não me chega ao sangue, 
a mim só me sobe à cabeça. 

Aos outros alimenta-os, a mim põe-me doente; 
compreendei que há quem a despreze. 
Durante pelo menos mil anos 
preciso agora fazer dieta. 






quinta-feira, 23 de junho de 2011

Leoni - O que eu sempre quis

O vento sopra a noite
sobre mim
E eu sinto tanto frio,
mas eu sei
Melhor ficar assim,
melhor não ter
Alguém pra ir embora,
pra esquecer
Então você me trouxe
pro lado quente e doce
Então você me trouxe
o que eu queria ter
Depois de tanto tempo
eu durmo em paz
que eu jã não tenho tanto
pra esquecer
Todo momento bom
me faz lembrar
Cada sorriso seu
me faz viver
o que eu sempre
quis viver
O vento varre a noite
de uma vez
E o frio que eu sentia
vai também
E quando nasce o dia
sobre nós
O dia é só pra gente
mais ninguém
Por que você me trouxe
pro lado quente e doce
Por que você me trouxe
o que eu queria ter
Depois de tanto tempo
eu durmo em paz
que eu jã não tenho tanto
pra esquecer
Todo momento bom
me faz lembrar
Cada sorriso seu
me faz viver
o que eu sempre
quis viver
E mesmo sem querer
você me deu
O que mesmo sem saber
no fundo eu sempre quis
E agora que eu já sei
eu vou fazer
O que eu puder fazer
pra te fazer feliz
Depois de tanto tempo
eu durmo em paz
que eu jã não tenho tanto
pra esquecer
Todo momento bom
me faz lembrar
Cada sorriso seu
me faz viver
o que eu sempre
quis viver


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Beirut - Scenic World(tradução)

As luzes acedem
As luzes apagam
Quando as coisas não parecem certas
Eu deito como um cão cansado
Lambendo suas feridas na sombra

Quando eu me sinto vivo
Eu tento imaginar uma vida sem preocupações
Um mundo cênico onde os pores-do-sol são totalmente
Deslumbrantes



domingo, 12 de junho de 2011

Keats - O que disse o tordo (frag.)

(...)
Não te inquiete saber – eu nada sei,
E entanto a voz em mim é irmã do ardor;
Não te inquiete saber – eu nada sei,
E entanto a noite me ouve. Quem se entristesse
Pensando no ócio, nunca está ocioso, –

E está desperto quem se crê a dormir.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Within Temptation - Iron (tradução)

Abandonado na escuridão
Por conta própria
Acordou uma memória
Alimentando a dor
Você não pode negar
Não há nada a dizer
É tudo oque você precisa para disparar

Oh droga, a guerra está chegando
Oh droga, você sente que deseja isso
Oh droga, então venha com tudo hoje

Você não pode viver sem o fogo
É o calor que te fortalece
Porque você nasceu para viver e lutar contra tudo isso
Você não pode esconder oque está dentro de você
É a única coisa que você conhece
Você aceitará isso e nunca irá embora
Não vá embora

Não vá embora
Não vá embora
Não vá embora

Criado nessa loucura
Você está por conta própria
Isso o faz destemido
Nada a perder

Os sonhos são uma piada aqui
Eles ficam no seu caminho
É isso que você precisa para lutar dia a dia

Oh droga, a guerra está chegando
Oh droga, você sente que deseja isso
Oh droga, então venha com tudo hoje

Você não pode viver sem o fogo
É o calor que te fortalece
Porque você nasceu para viver e lutar contra tudo isso
Você não pode esconder oque está dentro de você
É a única coisa que você conhece
Você aceitará isso e nunca irá embora
Não vá embora

(Vocês não precisam nos temer,
A não ser que tenham um coração negro
Um mal que ataca os inocentes
Eu prometo
Vocês não podem se esconder para sempre do vazio da escuridão
Porque nós os caçaremos como os animais que vocês são
E os puxaremos para as entranhas do inferno

Oh droga, a guerra está chegando
Oh droga, você sente que deseja isso
Oh droga, então venha com tudo hoje

Você não pode viver sem o fogo
É o calor que te fortalece
Porque você nasceu para viver e lutar contra tudo isso
Você não pode esconder oque está dentro de você
É a única coisa que você conhece

Você aceitará isso e nunca irá embora
Não vá embora

Não vá embora
Não vá embora
Não vá embora


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dríades (mitologia celta)

Na  Mitologia celta, dia 01 de junho e o Dia das Dríades, os espíritos das árvores.
Assim como os Homens Verdes Celtas protegiam a Vegetação e Pessoas, existia para a Civilização dos Celtas, também um Espírito Feminino, Protetor em especial das Árvores, as Dríades.
De acordo com estas antigas lendas as Dríades, nasciam com uma Árvore e a ela estariam intrinsecamente ligadas até a sua Morte. Como os Homens Verdes Celtas, as Dríades possuíam poderes Mágicos, aos quais gentilmente ensinavam aos grandes Sacerdotes Celtas, os Druidas.