quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Clarice Lispector - A Maça no Escuro (frag)

Que coisa estranha: até agora eu parecia estar querendo alcançar com a última ponta de meu dedo a própria última ponta de meu dedo – é verdade que nesse extremo esforço, cresci: mas a ponta de meu dedo continuou inalcançável. Fui até onde pude. Mas como é que não compreendi que aquilo que não alcanço em mim… já são os outros? Os outros, que são o nosso mais profundo mergulho!

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Álvares de Azevedo - Noite na taverna (frag)


"A vida é assim. Tu o sabes como eu o sei. O que é o homem? É a escuma que ferve hoje na torrente e amanhã desmaia, alguma coisa de louco e movediço como a vaga, de fatal como o sepulcro! O que é a existência? Na mocidade é o caleidoscópio das ilusões, vive-se então da seiva do futuro. Depois envelhecemos: quando chegamos aos trinta anos e o suor das agonias nos grisalhou os cabelos antes do tempo e murcharam, como nossas faces, as nossas esperanças, oscilamos entre o passado visionário e este amanhã do velho, gelado e ermo despido como um cadáver que se banha antes de dar à sepultura! Miséria! Loucura!"

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Charles Bukowski - Pedaços de um caderno manchado de vinho (frag)

Vão bater na sua porta e sentar numa cadeira e consumir seu tempo sem lhe acrescentar nada. Quando muitas pessoas nulas aparecem e seguem aparecendo você tem que ser cruel com elas, pois elas estão sendo cruéis com você. Você tem que botá-las pra correr.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Virginia Woolf - Rumo ao farol (frag)

"Lia, ela pensou, como se estivesse guiando alguma coisa ou conduzindo um grande rebanho de carneiros, ou abrindo caminho pela única alameda existente, cada vez mais íngreme; e por vezes andava rápido e direto, ao abrir caminho pelo bosque. Por vezes era como se um galho o atingisse, um espinheiro o cegasse — mas ele não se deixava abater por isso; prosseguia, arremessando-se, página a página."

sábado, 6 de dezembro de 2014

Isabel Allende - Paula (frag)

Agora vejo-me obrigada a permanecer quieta e calada; por muito que corra não chego a parte alguma, se grito ninguém me ouve. Deste-me silêncio para examinar a minha passagem por este mundo, Paula, para retornar ao passado verdadeiro e ao passado fantástico, para recuperar as memórias que outros esqueceram, recordar o que nunca aconteceu e o que talvez aconteça. Ausente, muda e paralisada, tu és a minha guia. O tempo decorre muito lento. Ou talvez o tempo nem passe, mas sejamos nos a passar através do tempo.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Virginia Woolf - Ao farol (frag)

Se lançaram sobre ela os demônios que frequentemente a levavam à beira das lágrimas e tornavam essa passagem da concepção à obra tão pavorosa quanto a travessia de um corredor escuro para uma criança. Era assim que frequentemente se sentia – lutando contra terríveis adversidades para manter a coragem para dizer: “Mas isso é o que vejo; isso é o que vejo”, e, assim, apertar contra o peito algum miserável resquício de sua visão, que mil forças faziam tudo para lhe arrebatar. E foi então também, neste caminho frio e ventoso, enquanto começava a pintar, que foi assaltada por outras coisas, sua própria inadequação, sua insignificância (…)

Joy Division - Decades(tradução)

Aqui estão os jovens, um peso em seus ombros
Aqui estão os jovens, bem, onde estiveram?
Batemos nas portas das salas mais sombrias do inferno
Levados aos limites, nos arrastamos para dentro

Observávamos as asas enquanto as cenas se repetiam
Nos vimos agora como nunca tínhamos visto
Retrato dos traumas e degeneração
As mágoas que sofremos e nunca fomos libertados

Onde estiveram?
Onde estiveram?
Onde estiveram?
Onde estiveram?

Cansados por dentro, agora nossos corações perdidos para sempre
Não podemos nos recompor do medo ou da ânsia da perseguição
Estes rituais nos mostraram a porta para nossas caminhadas sem rumo
Aberta e fechada, e então batida na nossa cara

Onde estiveram?
Onde estiveram?
Onde estiveram?
Onde estiveram?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Michael Cunningham - As Horas (frag)

Laura diz a Richie: "Você também fez um pedido?" Ele acena que sim, embora a possibilidade não lhe tivesse ocorrido. Parece-lhe que está sempre fazendo um pedido, a todo momento, e que seus pedidos, assim como o pai, tem a ver sobretudo com continuidade. Assim como o pai, o que ele quer mesmo, de verdade, é mais daquilo que já tem(...) Assim como o pai, Richie pressente que mais do que já tem é justamente o que talvez não consiga obter."


Clarice Lispector - A Maça no Escuro (frag)

(…) não existia essa coisa de não ter nada a perder. O que existia era alguém que arrisca tudo; pois embaixo do nada e do nada e do nada, estamos nós que, por algum motivo, não podemos perder.

domingo, 30 de novembro de 2014

Goethe - Werther (frag)

"É verdade, meu amigo, que cada dia compreendo melhor quão insensato é vivermos a julgar os outros por nós mesmos. De minha parte, tenho tanto que fazer para modificar-me, tanto esforço a despender para acalmar as tempestades do meu coração!… Ah! eu deixarei de bom grado que os outros façam o que bem entendam, contanto que eles me deixem fazer o mesmo."

Virgínia Woolf - Ao farol (frag)

E, novamente, 
sentiu-se sozinha na presença de sua velha antagonista, 
a vida.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Manoel de Barros - Retrato do artista quando coisa


A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.
Eu penso
renovar o homem
usando borboletas.

domingo, 2 de novembro de 2014

Willian Shakespeare - Amar quem Está tão Próximo da Morte

Esta estação do ano podes vê-la
em mim: folhas caindo ou já caídas;
ramos que o frêmito do frio gela;
árvore em ruína, aves despedidas. 


E podes ver em mim, crepuscular,
o dia que se extingue sobre o poente,
com a noite sem astros a anunciar
o repouso da morte, gradualmente. 


Ou podes ver o lume extraordinário,
morrendo do que vive: a claridade,
deitado sobre o leito mortuário 


que é a cinza da sua mocidade.
Eis o que torna o teu amor mais forte:
amar quem está tão próximo da morte.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Chiara Luce - frase

"Acho que, mais do que sentir medo, o importante é amar"

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Isabel Allende - Paula (frag)

"Nao interessa o que aconteceu, e sim as cicatrizes que me marcam e diferenciam"

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Sousândrade - O Guesa / Canto terceiro

As balseiras na luz resplandeciam —
oh! que formoso dia de verão!
Dragão dos mares, — na asa lhe rugiam
Vagas, no bojo indômito vulcão!
Sombrio, no convés, o Guesa errante
De um para outro lado passeava
Mudo, inquieto, rápido, inconstante,
E em desalinho o manto que trajava.
A fronte mais que nunca aflita, branca
E pálida, os cabelos em desordem,
Qual o que sonhos alta noite espanca,
"Acordem, olhos meus, dizia, acordem!"
E de través, espavorido olhando
Com olhos chamejantes da loucura,
Propendia p'ra as bordas, se alegrando
Ante a espuma que rindo-se murmura:
Sorrindo, qual quem da onda cristalina
Pressentia surgirem louras filhas;
Fitando olhos no sol, que já s'inclina,
E rindo, rindo ao perpassar das ilhas.
— Está ele assombrado?... Porém, certo
Dentro lhe idéia vária tumultua:
Fala de aparições que há no deserto,
Sobre as lagoas ao clarão da lua.


Imagens do ar, suaves, flutuantes,
Ou deliradas, do alcantil sonoro,
Cria nossa alma; imagens arrogantes,
Ou qual aquela, que há de riso e choro:
Uma imagem fatal (para o ocidente,
Para os campos formosos d'áureas gemas,
O sol, cingida a fronte de diademas,
índio e belo atravessa lentamente):
Estrela de carvão, astro apagado
Prende-se mal seguro, vivo e cego,
Na abóbada dos céus, — negro morcego
Estende as asas no ar equilibrado.

domingo, 5 de outubro de 2014

George Orwell - 1984 (frg)

"Nao acredito que a gente consiga mudar alguma coisa em nosso tempo de vida, mas dá para imaginar pequenos núcleos de resistência pipocando aqui e ali - pequenos grupos de pessoas se unindo, e gradualmente aumentando, e mesmo deixando algum registro atrás de si, para que a geração seguinte possa prosseguir do ponto onde paramos."

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Oscar Wilde - Aforismo

We are all in the gutter, but some of us are looking at the stars.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Sêneca - aforismo

“Quanto tempo serei, não me pertence. Pertence-me o que serei enquanto for. 
Isto se exige de mim: não percorrer ignobilmente as fases da vida; governá-la, e não ser levado por ela”

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Ray Bradbury - Fahrenheit 451 (frag)

Todos devem deixar alguma coisa para trás quando morrem, dizia meu avô. Um filho, um livro, um quadro, uma casa ou parede construída, um par de sapato. Ou um jardim. Algo que sua mão tenha tocado de algum modo, para que sua alma tenha para onde ir quando você morrer. E quando as pessoas olharem para aquela árvore ou aquela flor que você plantou, você estará ali. Não importa o que você faça, dizia ele, desde que você transforme alguma coisa, do jeito que era antes de você tocá-la, em algo que é como você depois que suas mãos passaram por ela. A diferença entre o homem que apenas apara gramados e um verdadeiro jardineiro esta no toque, dizia ele. O aparador de grama podia muito bem não ter estado ali; o jardineiro estará lá durante uma vida inteira.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

100 anos de Terra-Média

Hoje comemoramos os 100 anos de criação da Terra-média, pois foi nesta mesma data, em 1914, que Tolkien escreveu o primeiro texto de seu Legendarium; no caso, um poema falando de Ëarendil (na época ainda com a forma mais antiga "Earendel").
Esta é a tradução do poema que foi o início de tudo, o ponto de partida deste mundo imaginário tão real que todos amamos (aqui na tradução de Ronald Kyrmse para a versão brasileira do livro J. R. R. Tolkien: Uma Biografia, de Humphrey Carpenter).























Fonte: https://www.facebook.com/Tolkienbrasil1/photos/a.699863023405705.1073741841.429355973789746/773850552673618/?type=1&fref=nf 

domingo, 21 de setembro de 2014

J.R.R.Tolkien - O hobbit (frag)

"O quê você quer dizer com isso? Está me desejando um bom dia, esta dizendo que o dia está bom, indiferente de eu querer ou não, que você se sente bem neste dia ou é um dia para se estar bem?"

terça-feira, 16 de setembro de 2014

George Orwell - 1984 (frag)

"Ao futuro ou ao passado, a um tempo em que o pensamento seja livre, em que os homens sejam diferentes uns dos outros, em que não vivam sós - a um tempo em que a verdade existe e que o que for feito não possa ser desfeito"

domingo, 14 de setembro de 2014

Michael Cunningham - As Horas (frag.)


Eu queria escrever sobre tudo, sobre a vida que estamos vivendo e sobre as vidas que poderíamos ter vivido. Eu queria escrever sobre todas as maneiras como podemos morrer.

sábado, 13 de setembro de 2014

Lykke Li - I Never Learn (tradução)

Onde a lua azul brilha
Onde as lágrimas derretem o gelo
No oceano de culpa
Sob as estrelas caídas
Sinos solitários, cantar de dor
Há uma tempestade, somente o amor permanece

Eu fui picada por um grão de estrela, querido
Ele reluz amor como um relâmpago, querido
Eu fui atingida por um grão de estrela, querido
O amor dele queima como um relâmpago, querido
Eu estou bem aqui,
Eu sou sua estrela apaixonada
Eu deito aqui como uma amante sem estrela
Eu irei morrer aqui como sua amante fantasma
Eu nunca aprendo, eu nunca aprendo

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Lya Luft - Aforismo

O tempo me ensinou a não acreditar demais na morte, nem desistir da vida.

domingo, 10 de agosto de 2014

Michael Cunningham - As horas (frag)

"Ocorre-lhe pensar no espaço que um ser ocupa em vida, maior do que ocupa na morte; o quanto a ilusão do tamanho está contido em gestos e movimentos, na respiração. Mortos, revelamo-nos em nossas verdadeiras dimensões, que são modestíssimas."

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Montaigne - De como filosofar é aprender a morrer (frag)

Meditar sobre a morte é meditar sobre a liberdade; quem aprendeu a morrer, desaprendeu de servir; nenhum mal atingirá quem na existência compreendeu que a privação da vida não é um mal; saber morrer nos exime de toda sujeição e coação.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Robert Louis Stevenson - aforismo

Eu não viajo para ir a algum lugar, mas para ir. Eu viajo por viajar. A grande emoção é se mover.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Ferreira Gullar - O rom-rom do gatinho

O gato é uma maquininha que a natureza inventou;
tem pêlo, bigode, unhas e dentro tem um motor.
Mas um motor diferente desses que tem nos bonecos
porque o motor do gato não é um motor elétrico.
É um motor afetivo que bate em seu coração
por isso faz rom-rom para mostrar gratidão.
No passado se dizia que esse rom-rom tão doce
era causa de alergia pra quem sofria de tosse.
Tudo bobagem, despeito, calúnias contra o bichinho:
esse rom-rom em seu peito não é doença - é carinho.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Michael Cunningham - As Horas (frag)

(...)como se um anjo tivesse tocado de modo muito breve a superfície do mundo com suas sandálias, perguntado se havia algum problema e, tendo recebido a resposta de que estava tudo bem, tivesse retomado seu lugar no éter com uma gravidade descrente, depois de lembrar aos filhos da terra que cabe a eles a administração de seus negócios, por pior que seja sua gerência, e que novos descuidos não passarão despercebidos.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

J.R.R. Tolkien - O senhor dos anéis (frag)

Tudo o que temos de decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado.

sábado, 19 de julho de 2014

Rubem Alves - A morte como conselheira (frag de O médico)

" Lembra-te,
antes que cheguem os maus dias,
e se rompa o fio de prata,
e se desperdice o copo de ouro,
e se quebre o cântaro junto à fonte,
e se desfaça a roda junto ao poço...
(Eclesíastes 12, 1-8)


A vida está cheia de rituais para exorcizar a morte. Agora, quando escrevo, dia 2 de janeiro, acabamos de passar por dois deles. É claro que não lhes damos esse nome, pois o seu sucesso depende de que o nome Terrível não seja ouvido. Para isso se faz uma barulheira enorme de sinos, fogos de artifício, danças, risos, muita comida, e alegria engarrafada... E tudo isso só para que a voz Dela não seja ouvida... Natal não é isso? Não existe uma tristeza solta no ar? O esforço desesperado de repetir um passado, fazer com que ele aconteça de novo? Encontrei, certa vez, numa loja dos Estados Unidos, um pacotinho de ervas e temperos num saquinho de plástico com o nome: "Perfumes de Natal". Tem que ser aqueles cheiros antigos, de infância. As músicas novas não servem, é preciso que as mesmas dos outros tempos sejam cantadas de novo. E que haja o mesmo rebuliço, os mesmos bolos, as mesmas frutas. Prepara-se para a repetição do passado para ter a ilusão de que o tempo não passou. Melhor o incômodo da correria e da ressaca do que a dor de ouvir o que Ela está silenciosamente dizendo: "É, mas o tempo passou. Não pode ser recuperado. Você está passando...". Pensar dói muito. O Natal dói muito... E saímos da depressão da perda por meio de um outro ritual. Tolice imaginar que o tempo passou. Que nada. É um novo tempo que vem. Há muito tempo à espera. "Feliz Ano Novo!". E, no entanto, é tudo mentira. Certo está o poeta:
" Mas o que eu não fui,

o que eu não fiz,
o que nem sequer sonhei;
o que só agora vejo que deveria ter feito,
o que só agora claramente vejo que deveria ter sido,
isto é que é morto para além de todos os Deuses...
Pode ser que para outro mundo eu possa levar o que sonhei.
Mas poderei eu levar para outro mundo o que me esqueci de sonhar?
Esses, sim, os sonhos por haver, é que são o cadáver.
Enterro-os no meu coração para sempre, para todo o tempo, para todos os universos... "
(Álvaro de Campos, "Na noite terrível...")

Não, não, a Morte não é algo que nos espera no fim. É companheira silenciosa que fala com voz branda, sem querer nos aterrorizar, dizendo sempre a verdade e nos convidando à sabedoria de viver. O que ela diz? Coisas assim:

" Bonito o crepúsculo, não?
Veja as cores, como são lindas e efêmeras...
Não se repetirão jamais.
E não há forma de segurá-las.
Inútil tirar uma foto.
A foto será sempre a memória de algo que deixou de ser...
E esta tristeza que a beleza dá?
Talvez porque você seja como o crepúsculo...
É preciso viver o instante.
Não é possível colocar a vida numa caderneta de poupança...
Você sabe que horas são?
Está ficando frio...
E as cores do outono?
Parece que o inverno está chegando...
O que é que você está esperando?
Como se a vida ainda não tivesse começado...
Como se você estivesse à espera de algum evento que vai marcar o início real da sua vida:
se formar,
se casar,
criar os filhos,
se separar da mulher ou do marido,
descobrir o verdadeiro amor,
ficar rico,
se aposentar...
Como se os seus interesses presentes fossem provisórios, preparatórios.
Mas eles são a única coisa que existe...
E esta música que você está dançando?
É de sua autoria?
Ou é um Outro que toca, e você dança?
Quem é esse outro?
Lembre-se do que disse o poeta: "Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim".
Mas, se você é isso, o intervalo, você já morreu... Acorde! Ressuscite!"

A branda fala da morte não nos aterroriza por nos falar da Morte. Ela nos aterroriza por nos falar da Vida. Na verdade, a Morte nunca fala sobre si mesma. Ela sempre nos fala sobre aquilo que estamos fazendo com a própria Vida, as perdas, os sonhos que não sonhamos, os riscos que não corremos (por medo), os suicídios lentos que perpetramos.
" Lembra-te, antes que se rompa o fio de prata e se despedace o copo de ouro", e que seja tarde demais.
Uma das canções mais belas de Chico eu nunca ouvi tocada no rádio. Tenho perguntado, e pouca gente a conhece. Desconfio. É porque ela é a mansa sabedoria da Morte, que ninguém quer ouvir. Diz assim:

" O velho sem conselhos,
de joelhos,
de partida,
carrega com certeza todo o peso de sua vida.
Então eu lhe pergunto sobre o amor...
A vida inteira,
diz que se guardou do carnaval,
da brincadeira que ele não brincou...

E agora, velho, o que é que eu digo ao povo?
O que é que tem de novo pra deixar?
Nada.
Só a caminhada, longa, pra nenhum lugar...

O velho, de partida,
deixa a vida sem saudades,
sem dívida, sem saldo,
sem rival ou amizade.
Então eu lhe pergunto pelo amor...
Ele me diz que sempre se escondeu,
não se comprometeu,
nem nunca se entregou...

E agora, velho, que é que eu digo ao povo?
O que é que tem de novo pra deixar?
Nada.
Eu vejo a triste estrada aonde um dia eu vou parar.

O velho vai-se agora, vai-se embora sem bagagem.
Não sabe pra que veio, foi passeio, foi passagem.
Então eu lhe pergunto pelo amor...
Ele me é franco.
Mostra um verso manco dum caderno em branco que já se fechou.

E agora, velho, o que é que digo ao povo?
O que é que tem de novo pra deixar?
Não. Foi tudo escrito em vão...
E eu lhe peço perdão mas não vou lastimar..."

Coisa parecida se encontra naquele texto já tão conhecido, chamado "Instantes", assinado por uma pessoa que teria 85 anos:

"Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito.
Relaxaria mais.
Seria mais tolo ainda do que já tenho sido.
Na verdade,
bem poucas coisas levaria a sério.
Seria até menos higiênico.
Correria mais riscos,
viajaria mais,
contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas,
nadaria mais rios.
Iria a lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvete e menos sopa.
Teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto de sua vida.
Eu era uma dessas pessoas que nunca ia a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente,
guarda-chuva e um pára-quedas.

Se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram,
tenho 85 anos e sei que estou morrendo..."

É! Embora a gente não saiba, a Morte fala com a voz do poeta. Porque é nele que as duas, a Vida e a Morte, encontram-se reconciliadas, conversam uma com a outra, e dessa conversa surge a beleza. Agora, o que a Beleza não suporta é o falatório, a correria... Ela nos convida a contemplar a nossa própria verdade. E o que ela nos diz é simplesmente isto: "Veja a vida. Não há tempo a perder. É preciso viver agora! Não se pode deixar o amor para depois. Carpe Diem!".
Foi essa a primeira lição do professor de literatura no filme Sociedade dos poetas mortos. Carpe Diem: agarre o dia! E o efeito de tal revelação poética, nascida da reconciliação da Vida com a Morte, é uma incontrolável explosão de liberdade. É só isso que nos dá coragem para arrebentar a mortalha com que os desejos dos Outros nos enrolam e mumificam.
Tive um amigo, Hans Hoekendijk, um holandês que esteve prisioneiro num campo de concentração alemão. Contou-me de sua experiência com a morte. A guerra já chegava ao fim; os prisioneiros acompanhavam num rádio clandestino o avanço das tropas aliadas e já faziam o cálculo dos dias que os separavam da liberdade. Até que o comandante da prisão reuniu todos no pátio e informou que, antes da libertação, todos seriam enforcados. "Foi um grito de lamentação e horror... seguido da mais extraordinária experiência de liberdade que jamais tive em minha vida", ele disse.

"Se vou morrer dentro de dois dias,
então nada mais importa.
Não há sentido em ser prudente.
Não preciso pretender ser outra coisa do que sou.
Posso viver a minha verdade,
pois nada pode me acontecer.
Não preciso de máscaras.
Tenho a permissão para a honestidade total.
Posso ir ao guarda nazista, que sempre me aterrorizou,
e dizer a ele tudo o que sinto e penso...
Que é que ele pode me fazer?
Posso ir até aquela mulher que sempre amei mas de quem nunca me aproximei
(afinal, ela estava com o marido, e naqueles tempos isso era levado em consideração...)
e pedir licença ao marido para confessar meus sentimentos...
Posso dizer tudo o que sinto mas que nunca me atrevi a dizer, por medo." E me contou dessa experiência fantástica de liberdade e verdade que se tem quando se está pendurado sobre o abismo. A Morte tem o poder de colocar todas as coisas nos seus devidos lugares. Longe do seu olhar, somos prisioneiros do olhar dos outros, e caímos na armadilha dos seus desejos. Deixamos de ser o que somos, para ser o que eles querem que sejamos. Diante da Morte, tudo se torna repentinamente puro. Não há lugar para mentiras. E a gente se defronta então com a Verdade, aquilo que realmente importa. Para ter acesso à nossa Verdade, para ouvir de novo a voz do Desejo mais profundo, é preciso tornar-se um discípulo da Morte. Pois ela só nos dá lições de Vida, se a acolhermos como amiga. "A morte é nossa eterna companheira" - dizia D. Juan, o bruxo.
Ela se encontra sempre à nossa esquerda, ao alcance do braço. Ela nos olha sempre, até o dia em que nos toca. Como é possível a alguém sentir-se importante, sabendo que a morte o contempla? O que você deve fazer, ao se sentir impaciente com alguma coisa, é voltar-se para a sua esquerda e pedir que sua morte o aconselhe. Estamos cheios de lixo! E a morte é a única conselheira que temos. Sempre que você sentir, como tantas vezes acontece, que tudo está indo de mal a pior e que você se encontra a ponto de ser aniquilado, volte-se para sua morte e lhe pergunte se isso é verdade. Sua morte lhe dirá que você está errado, que nada realmente importa, fora do seu toque. Ela lhe dirá:"Ainda não o toquei". Alguém tem de mudar, e depressa. Alguém tem de aprender que a morte é uma caçadora e que ela se encontra sempre à nossa esquerda. Alguém tem de pedir o conselho da morte e abandonar a maldita mesquinharia que pertence aos homens que vivem suas vidas como se a morte nunca fosse bater no seu ombro.
Houve um tempo em que nosso poder perante a Morte era muito pequeno. E, por isso, os homens e as mulheres dedicavam-se a ouvir a sua voz e podiam tornar-se sábios na arte de viver. Hoje, nosso poder aumentou, a Morte foi definida como a inimiga a ser derrotada, fomos possuídos pela fantasia onipotente de nos livrarmos de seu toque. Com isso, nós nos tornamos surdos às lições que ela pode nos ensinar. E nos encontramos diante do perigo de que, quanto mais poderosos formos perante ela (inutilmente, porque só podemos adiar...), mais tolos nos tornamos na arte de viver. E, quando isso acontece, a Morte que poderia ser conselheira sábia transforma-se em inimiga que nos devora por detrás. Acho que, para recuperar um pouco da sabedoria de viver, seria preciso que nos tornássemos discípulos e não inimigos da Morte. Mas, para isso, seria preciso abrir espaço em nossas vidas para ouvir a sua voz. Seria preciso que voltássemos a ler os poetas...

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Joy Division - These Days(tradução)

A manhã parece estranha, quase fora do lugar
Procurei muito por você e os seus modos especiais
Estes dias, estes dias

Gastei todo o meu tempo, aprendi uma arte de assassino
Sofri ameaças e maltrato até que eu aprendi o papel
Você pode ficar por estes dias?

Estes dias, estes dias.

Usei decepção de fora para escapar
Romance de coração partido para fazer-se pagar

Estes dias, estes dias.

Vagaremos através de tudo, é a idade moderna.
Cuide de tudo agora que estes débitos estão pagos
Você pode ficar por estes dias?

terça-feira, 1 de julho de 2014

Cassandra Clare - Cidade do Fogo Celestial (frag)

Existem cem trilhões de células no corpo humano — falou. — E cada uma das minhas células te ama. Nossas células morrem, e novas células nascem, e minhas células novas te amam mais que as antigas, e por isso te amo cada dia mais. É ciência. E quando eu morrer e cremarem meu corpo, e eu virar cinzas que se misturam ao ar, parte da terra, das árvores e das estrelas, todos que respirarem esse ar ou enxergarem as flores que crescerem do chão ou olharem para as estrelas vão se lembrar de você e amar você, por que esse é o quanto eu te amo.

domingo, 29 de junho de 2014

Joy Division - Day Of The Lords(tradução)

Este é o quarto, o início de tudo
Nenhum belo retrato, somente folhas na parede
Tenha visto as noites, repletas de violência e dor
E os corpos conseguidos, a corporificação alcançada
Onde terminará? Onde terminará?
Onde terminará? Onde terminará?

Estes são seus amigos da infância, que o acompanharam pela sua juventude
Aqueles que te instigaram, aqueles que exigiram sua prova
A dor do afastamento é dura, pode te fazer ir direto para um estado
Tão distorcido e fraco, distorcido e fraco
Onde terminará? Onde terminará?
Onde terminará? Onde terminará?

Este é o carro no acostamento da estrada
Não há nenhuma perturbação, todas as janelas estão fechadas
Suponho que você estava certo quando nós falamos no calor
Não há lugar para a fraqueza, nenhum lugar para a fraqueza
Onde terminará? Onde terminará?
Onde terminará? Onde terminará?

Este é o quarto, o início de tudo
Através infância, através da juventude, me lembro de tudo
Tenho visto as noites, repletas de violência e dor
E os corpos conseguidos, os corpos conseguidos
Onde terminará? Onde terminará?
Onde terminará? Onde terminará?

sábado, 28 de junho de 2014

Isabel Allende - Paula (frag)

"paciência, coragem, resignação, dignidade diante da morte. Se escrevo alguma coisa, tenho medo que aconteça, se amo demais alguém temo perdê-lo; no entanto não posso deixar de escrever nem de amar..."

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Virginia Woolf - Mrs. Dalloway (frag)

A morte era um desafio. A morte era uma tentativa de união ante a impossibilidade de alcançar esse centro que nos escapa; o que nos é próximo se afasta; todo entusiasmo desaparece; fica-se completamente só… Havia um enlace, um abraço, na morte.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Cuidador ferido



Não sei se minha sensibilidade
É fraqueza, ou coragem
Se é destruição ou o que salva
Mas mesmo na penumbra dessas vagas,
Me impressiono com já imaginado.
E sofro, mais uma vez, e novamente,
E outra, talvez mais uma, e sempre mais
Como Quíron, aturdido eternamente
Pela dor, que o fim a vida nunca traz.

in memorian de J.M.B. e L.B.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

domingo, 15 de junho de 2014

Joy Division - Candidate (tradução)

Forçado pela pressão, o território está marcado,
Sequer o prazer, oh, eu já perdi o coração.
Corrompido da memória, sequer o poder
Está rastejando à tona lentamente, aquela ultima hora fatal.
Oh, eu não sei o que me fez ou o que me deu o direito
De confundir os seus valores e mudar o errado para certo.

Por favor mantenha sua distancia, a trilha conduz até aqui
Há sangue nos seus dedos, trazido pelo medo
Eu fiz campanha para nada, eu trabalhei duro para isso
Eu tentei chegar até você, você me trata assim
É só segunda natureza, é o que temos mostrado.
Estamos vivendo sob suas regras, isso é tudo que sabemos.

Eu tentei chegar até você
Eu tentei chegar até você
Eu tentei chegar até você
Oh, eu tentei chegar até você

Paulo Sene - Joy Division lança “Unknown Pleasures”, há 35 anos

Difícil. Pra mim, essa palavra resume o disco clássico do Joy Division. Difícil descrever o tom quase mítico e religioso que envolve a aura dessa banda. Sentimentos muito claros e ao mesmo tempo escuros estão presentes nessa obra-prima.
O disco de estreia do quarteto de Manchester está repleto de texturas e nuances que só são percebidas em posteriores audições, nunca de cara. O prazer nunca vem fácil.
O pós-punk sempre teve sua força nas repetições, nos tons monocórdios nos gritos desesperados…
O produtor Martin Hannett somou a poesia de Ian Curtis camadas de ruídos e efeitos sonoros “estranhos”, o que ajudou a criar toda uma atmosfera sinistra e claustrofóbica em alguns momentos, ou melhor, em todos os momentos. O vocal abafado e a bateria simples e constante só reafirmam a toda hora a frieza digital, como em “Insight” e seus efeitos de videogame. Estranho.
A guitarra sublime em “New Dawn Fades”, com a já intrigante linha de baixo de um novato Peter Hook, nos leva, talvez, para um futuro promissor e esperançoso. Talvez.
Na sequência temos “She Lost Control” e tudo vem a baixo, de novo e de novo… ela perde controle. E nós também.
Num eterno jogo de sombras, somos bombardeados por “Shadowplay” e gostamos desse retrato em preto e branco, e dançamos, de uma forma esquisita, como Ian Curtis… como a mulher da música passada, como das próximas… das poucas próximas. O Joy Division não entrega nada de mão beijada, fácil. Não, obrigado.

fonte: http://efemeridesdoefemello.com/2014/06/15/joy-division-lanca-unknown-pleasures/

sábado, 7 de junho de 2014

Veronica Roth - Convergente (frag)

Existem tantas maneiras de ser corajoso neste mundo. Às vezes, coragem significa abrir mão da sua vida por algo maior do que você ou por outra pessoa. Às vezes, significa abrir mão de tudo o que você conhece, ou de todos os que você jamais amou, por algo maior. Mas, às vezes, não. Às vezes, significa apenas encarar a sua dor e o trabalho árduo do dia a dia e caminhar devagar em direção a uma vida melhor.
Esse é o tipo de coragem que preciso ter agora.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

John Green - A culpa é das estrelas (frag)

"Os verdadeiros heróis, no fim das contas, não são as pessoas que realizam certas coisas; os verdadeiros heróis são os que REPARAM nas coisas."

domingo, 1 de junho de 2014

Fernando Pessoa - Livro do desassossego (frag 116)

Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida.
A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e o representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana.
Não é esse o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.

sábado, 24 de maio de 2014

Oasis - Cigarettes And Alcohol (tradução)

É minha imaginação
Ou finalmente encontrei um estilo de vida digno para mim?
Estava procurando por alguma ação
Mas tudo que achei foram cigarros e álcool

Voce poderia esperar o tempo da vida
Para viver seus dias na luz do sol
Você poderia esperar a vida toda
Porque quando vir à tona
Você vai fazer isso acontecer
Você vai fazer isso acontecer
Você vai fazer isso acontecer
Você vai fazer isso acontecer

É merecedor a irritação
Para você achar um trabalho quando não há nenhum trabalho digno?
É uma situação louca
Mas tudo que eu preciso são cigarros e álcool!

Você poderia esperar o tempo da vida
Para viver seus dias na luz do sol
Você poderia esperar a vida toda
Porque quando vir à tona
Você vai fazer isso acontecer
Você vai fazer isso acontecer
Você vai fazer isso acontecer
Você vai fazer isso acontecer

Você vai, você vai, você vai fazer
Você vai, você vai, você vai fazer
Você vai, você vai, você vai fazer
Você vai, você vai, você vai fazer

Depeche Mode - Sometimes(tradução)

Algumas vezes
Só às vezes
Eu questiono tudo
E eu sou o primeiro a admitir
Se você me pegar em um clima como este
Eu posso ser cansativo


Mesmo que embaraçoso
Você deve
Sentir o mesmo
Quando você olha ao seu redor
Você não pode me dizer honestamente
Você está feliz com o que você vê
Algumas vezes
Só às vezes
Você deve ser...
Você deve ser...
Tão embaraçoso quanto eu
Algumas vezes

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Fabrício Carpinejar - frag.

Abraço tem que ter pegada, jeito, curva.
Aperto suave, que pode virar colo.
Alento tenso, que pode virar despedida.
Abraço não pode ser rápido senão é empurrão.
Abraço é para atravessar o nosso corpo.
Ir para a margem oposta. Abraço é confissão.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Veronica Roth - Convergente (frag.)

 Ele é a pessoa mais forte que conheço e é mais carinhoso do que as pessoas pensam; ele é um segredo que guardo comigo e guardarei pelo resto da vida.

domingo, 18 de maio de 2014

New Order - Dreams Never End(tradução)

Minha promessa poderia ser sua amiga
Um término dado aos seus sonhos
Um movimento ou uma rima simples
Poderiam ser o menor dos sinais
Nunca saberemos o que eles são ou do que gostam
Nessa visão escapista
Não há saída, tão poucos com medo
Desistir num valor mutável
Para ser dado à sua visão
Escondido numa longa noite pacífica
Um noiva nervosa para seus olhos
Um sorriso fraturado que morre logo
Um amor que está errado, de sua vida e alma
Um lado selvagem em mim, começou
Oi, adeus a seu amor e sua alma
Oi, adeus à sua alma
Agora eu sei o que estas mãos fariam
Sem olhar para trás agora, estamos levando a cabo
Mudaremos nossos sentimentos, experimentaremos e veremos
Mas nunca adivinharemos como ele gritaria
Mas nunca adivinharemos como ele gritaria
Mas nunca adivinharemos como ele gritaria

Joy Division - Atmosphere(tradução)

Andar em silêncio
Não vá embora em silêncio
Veja o perigo
Sempre o perigo
Conversa infinita
Reconstrução da vida
Não vá embora

Andar em silêncio
Não dê as costas em silêncio
Sua confusão
Minha ilusão
Destruindo-se como uma máscara de ódio-próprio
Confronta e, então, morre
Não vá embora

Pessoas como você acham fácil
Despidas para ver
Andando no ar
Caçando pelos rios
Através das ruas
Em cada esquina tão cedo abandonada
Colocadas com o devido cuidado
Não vá embora em silêncio
Não vá embora