terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Peter Pál Pelbart - A comunidade dos sem comunidade (frag)

"Por em comum o que é comum, colocar para circular o que já é patrimônio de todos, fazer proliferar o que está em todos e por toda parte, seja isto a linguagem, a vida, a inventividade."

sábado, 26 de janeiro de 2013

Goethe - Fausto (frag)

Assim vai o mundo 
Soberbo e profundo 
A girar incessante, 
Qual vidro a tinir 
Qual vidro a partir! 
oco, sem essência. 
Aqui luz demais, 
E ali ainda mais, 
Viva a existência! 
Oh meu filho amado 
Toma bem cuidado 
Também vais morrer! 
Relembra que és barro 
E caco hás de ser.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Virginia Woolf - O quarto de Jacob (frag)


De qualquer modo, eles gostam do silêncio, falam lindamente, cada palavra caindo como uma fatia redonda recém-cortada, e não numa confusão de moedinhas polidas, como as mocinhas fazem; e movem-se com determinação, como se soubessem quanto tempo devem ficar e quando devem partir (…).

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Lord Byron - À Inês

Não me sorrias à sombria fronte,
Ai! sorrir eu não posso novamente:
Que o céu afaste o que tu chorarias
E em vão talvez chorasses, tão somente.

E perguntas que dor trago secreta,
A roer minha alegria e juventude?
E em vão procuras conhecer-me a angústia
Que nem tu tornarias menos rude?

Não é o amor, não é nem mesmo o ódio,
Nem de baixa ambição honras perdidas,
Que me fazem opor-me ao meu estado
E evadir-me das coisas mais queridas.

De tudo o que eu encontro, escuto, ou vejo,
É esse tédio que deriva, e quanto!
Não, a Beleza não me dá prazer,
Teus olhos para mim mal têm encanto.

Esta tristeza imóvel e sem fim
É a do judeu errante e fabuloso
Que não verá além da sepultura
E em vida não terá nenhum repouso.

Que exilado - de si pode fugir?
Mesmo nas zonas mais e mais distantes,
Sempre me caça a praga da existência,
O Pensamento, que é um demônio, antes.

Mas os outros parecem transportar-se
De prazer e, o que eu deixo, apreciar;
Possam sempre sonhar com esses arroubos
E como acordo nunca despertar!

Por muitos climas o meu fado é ir-me,
Ir-se com um recordar amaldiçoado;
Meu consolo é saber que ocorra embora
O que ocorrer, o pior já me foi dado.

Qual foi esse pior? Não me perguntes,
Não pesquises por que é que consterno!
Sorri! não sofras risco em desvendar
O coração de um homem: dentro é o Inferno.