quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Beirut - The Rip Tide(tradução)

E esta é a casa onde eu
Eu me sinto sozinho,
Sinto sozinho agora

E esta é a casa onde eu
Poderia ser um desconhecido,
Estar sozinho agora

Logo as ondas e eu
Achamos uma revolução na maré
Logo, as ondas e eu
Achamos uma corrente de retorno na maré

E esta é a casa onde eu
Eu me sinto sozinho,
Sinto sozinho agora

E esta é a casa onde eu
Poderia ser um desconhecido,
Estar sozinho agora

Logo as ondas e eu
Achamos uma revolução na maré
Logo as ondas e eu
Achamos uma corrente de retorno na maré

Logo as ondas e eu
Achamos uma revolução na maré
Logo as ondas e eu
Achamos uma corrente de retorno na maré
 

Cacaso - Ilha Rasa


Na noite da ilha rasa
Lá onde o mar é mais fundo
Pelo confim desse mundo
Voando alto sem asa
Será que lá mora gente
Quem sabe se lá tem casa
Será que o céu sai da frente
Quem sabe o tempo se atrasa
Por volta da meia-noite
Na hora da travessia
O pisca-pisca do breu
Lembrava a estrela-guia
Quando cheguei no farol
Nem sono nem alegria
Ainda faltava a metade
Pra completar meio-dia
Na noite da ilha rasa
Lá onde o mar é mais fundo
Pelo confim desse mundo
Voando alto sem asa
Será que lá mora gente
Quem sabe se lá tem casa
Será que o céu sai da frente
Quem sabe o tempo se atrasa
Eu só navego direito
Em águas de minha terra
Que fica longe do mar
Que fica longe do mar
Olho para trás e me vejo
Correndo atrás de um desejo
Sem conseguir alcançar
Sem conseguir alcançar

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Vinicius de Moraes - Uma Mulher Chamada Guitarra

UM DIA, casualmente, eu disse a um amigo que a guitarra, ou violão, era "a música em forma de mulher". A frase o encantou e ele a andou espalhando como se ela constituísse o que os franceses chamam um mot d'esprit. Pesa-me ponderar que ela não quer ser nada disso; é, melhor, a pura verdade dos fatos.

0 violão é não só a música (com todas as suas possibilidades orquestrais latentes) em forma de mulher, como, de todos os instrumentos musicais que se inspiram na forma feminina — viola, violino, bandolim, violoncelo, contrabaixo — o único que representa a mulher ideal: nem grande, nem pequena; de pescoço alongado, ombros redondos e suaves, cintura fina e ancas plenas; cultivada, mas sem jactância; relutante em exibir-se, a não ser pela mão daquele a quem ama; atenta e obediente ao seu amado, mas sem perda de caráter e dignidade; e, na intimidade, terna, sábia e apaixonada. Há mulheres-violino, mulheres-violoncelo e até mulheres-contrabaixo.

Mas como recusam-se a estabelecer aquela íntima relação que o violão oferece; como negam-se a se deixar cantar, preferindo tornar-se objeto de solos ou partes orquestrais; como respondem mal ao contato dos dedos para se deixar vibrar, em benefício de agentes excitantes como arcos e palhetas, serão sempre preteridas, no final, pelas mulheres-violão, que um homem pode, sempre que quer, ter carinhosamente em seus braços e com ela passar horas de maravilhoso isolamento, sem necessidade, seja de tê-la em posições pouco cristãs, como acontece com os violoncelos, seja de estar obrigatoriamente de pé diante delas, como se dá com os contrabaixos.

Mesmo uma mulher-bandolim (vale dizer: um bandolim), se não encontrar um Jacob pela frente, está roubada. Sua voz é por demais estrídula para que se a suporte além de meia hora. E é nisso que a guitarra, ou violão (vale dizer: a mulher-violão), leva todas as vantagens. Nas mãos de um Segovia, de um Barrios, de um Sanz de la Mazza, de um Bonfá, de um Baden Powell, pode brilhar tão bem em sociedade quanto um violino nas mãos de um Oistrakh ou um violoncelo nas mãos de um Casals. Enquanto que aqueles instrumentos dificilmente poderão atingir a pungência ou a bossa peculiares que um violão pode ter, quer tocado canhestramente por um Jayme Ovalle ou um Manuel Bandeira, quer "passado na cara" por um João Gilberto ou mesmo o crioulo Zé-com-Fome, da Favela do Esqueleto.

Divino, delicioso instrumento que se casa tão bem com o amor e tudo o que, nos instantes mais belos da natureza, induz ao maravilhoso abandono! E não é à toa que um dos seus mais antigos ascendentes se chama viola d'amore, como a prenunciar o doce fenômeno de tantos corações diariamente feridos pelo melodioso acento de suas cordas... Até na maneira de ser tocado — contra o peito — lembra a mulher que se aninha nos braços do seu amado e, sem dizer-lhe nada, parece suplicar com beijos e carinhos que ele a tome toda, faça-a vibrar no mais fundo de si mesma, e a ame acima de tudo, pois do contrário ela não poderá ser nunca totalmente sua.

Ponha-se num céu alto uma Lua tranqüila. Pede ela um contrabaixo? Nunca! Um violoncelo? Talvez, mas só se por trás dele houvesse um Casals. Um bandolim? Nem por sombra! Um bandolim, com seus tremolos, lhe perturbaria o luminoso êxtase. E o que pede então (direis) uma Lua tranqüila num céu alto? E eu vos responderei; um violão. Pois dentre os instrumentos musicais criados pela mão do homem, só o violão é capaz de ouvir e de entender a Lua.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Cruz e Souza - Escárnio perfumado

Quando no enleio
De receber umas notícias tuas,
Vou-me ao correio,
Que é lá no fim da mais cruel das ruas,


Vendo tão fartas,
D'uma fartura que ninguém colige,
As mãos dos outros, de jornais e cartas
E as minhas, nuas - isso dói, me aflige...


E em tom de mofa,
Julgo que tudo me escarnece, apoda,
Ri, me apostrofa,


Pois fico só e cabisbaixo, inerme,
A noite andar-me na cabeça, em roda,
Mais humilhado que um mendigo, um verme...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Valentine's Day




























fonte: Card Captors Sakura, vol 8, edição especial, JBC 2013.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Isabel Allende - De Amor e de Sombra (frag)

"Sorriram aliviados, divertidos, trêmulos  seguros de que não pretendiam uma aventura fugaz porque foram feitos para compartilhar a existência como um todo e assumir juntos o desafio de se amarem para sempre."