segunda-feira, 30 de maio de 2011

Mitologia Romana - Cura (ou o Cuidado)

Certa vez, Cura (Chiron) chegou a um rio e moldou um pedaço de argila. Então aproximou-se de Júpiter e pediu a ele que insuflasse Espírito ao pedaço de argila modelado. 
Depois, Cura quis dar seu nome à obra e Júpiter não aceitou, pois queria que a criatura tivesse o seu nome. A Terra (Tellus), vendo a confusão, também quis que o Ser recebesse o seu nome, já que a argila fazia parte dela. 
Para tentar resolver o problema, escolheram Saturno como juiz, e este decidiu que o nome seria Homo, pois era feito de humus (terra), e que Júpiter, por ter dado Espírito ao Homo receberá o Espírito de volta na Morte, assim como a Terra, que dá o corpo para o Homo, o recebe de volta na Morte.E Cura, o idealizador do Ser, deve “zelar” pela Vida de Homo.
 

sábado, 21 de maio de 2011

Edith Piaf - La vie en rose (tradução)

Olhos que fazem baixar os meus
Um riso que se perde em sua boca
Ai está o retrato sem retoque
Do homem a quem eu pertenço


Quando ele me toma em seus braços
Ele fala baixinho
Eu vejo a vida em cor-de-rosa
Ele me diz palavras de amor
Palavras de cada dia
E isso me toca


Ele entrou no meu coração
Uma parte da felicidade
Da qual eu sei a causa
É ele pra mim, eu pra ele, na vida
Ele me falou, jurou pela vida


E desde que eu percebo
Então eu sinto em mim
Meu coração bate


Noites de amor nunca terminam
Uma grande felicidade toma seu lugar
Os problemas, tristezas se apagam
Feliz até a morte


Quando ele me toma em seus braços
Ele fala baixinho
Eu vejo a vida em cor-de-rosa
Ele me diz palavras de amor
Palavras de cada dia
E isso me toca


Ele entrou no meu coração
Uma parte da felicidade
Da qual eu sei a causa
É ele pra mim, eu pra ele, na vida
Ele me falou, jurou pela vida


E desde que eu percebo
Então, eu sinto em mim
Meu coração bate.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Fernando Pessoa (Álvaro de Campos) - Pecado Original


Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? 
Será essa, se alguém a escrever, 
A verdadeira história da humanidade. 

O que há é só o mundo verdadeiro, não é nós, só o mundo; 
O que não há somos nós, e a verdade está aí. 

Sou quem falhei ser. 
Somos todos quem nos supusemos. 
A nossa realidade é o que não conseguimos nunca. 

Que é daquela nossa verdade — o sonho à janela da infância? 
Que é daquela nossa certeza — o propósito a mesa de depois? 

Medito, a cabeça curvada contra as mãos sobrepostas 
Sobre o parapeito alto da janela de sacada, 
Sentado de lado numa cadeira, depois de jantar. 

Que é da minha realidade, que só tenho a vida? 
Que é de mim, que sou só quem existo? 

Quantos Césares fui! 

Na alma, e com alguma verdade; 
Na imaginação, e com alguma justiça; 
Na inteligência, e com alguma razão — 
Meu Deus! meu Deus! meu Deus! 
Quantos Césares fui! 
Quantos Césares fui! 
Quantos Césares fui! 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Henry Wadsworth Longfellow - Morituri Salutamos

................. Ah, nada é tarde demais
Até que o coração, cansado, cesse de pulsar.
Aos oitenta anos Catão grego aprendeu; Sófocles
Escreveu seu Édipo e Simônides
Conquistaram a admiração de seus pares
Quando ambos contavam mais de oitenta anos;
E Teofrasto, nonagenário, 
Havia iniciado seu Caracteres dos Homens
Chaucer, em Woodstock, junto aos seus rouxinóis,
Escreveu, sexagenário, os Contos de Canterbury;
Em Weimer, Goethe, mourejando até ao derradeiro instante,
Concluiu o Fausto quando passadas oitenta primaveras.
Sem dúvida, são exceções; porem, provam 
Até que ponto se prolonga o fluxo criativo na juventude
Em direções às regiões árticas de nossas vidas,
Nas quais pouco mais sobrevive do que a própria vida.
Seja qual for o poeta, orador ou sábio
Que sobre ela fale, a velhice é ainda a velhice.
Não é ela a lua crescente, mas a decrescente;
Não é o brilho do meio-dia, mas o crepúsculo da tarde;
Não a força, mas a fragilidade; não o desejo,
Mas a cessação; não o calor medonho do fogo,
O elemento candente e devastador,
Mas aquele consumido pelas cinzas e brasas,
Por entre as quais algumas fagulhas persistem visíveis,
Suficientes ainda para aquecer, porém incapazes de queimar.
O que, então, fazer-se? Devemos sentar-nos indolentemente e dizer:
“A noite chegou, o dia já se foi?”
A noite está chegando; não estamos ainda
Ao cair da noite desobrigados do trabalho 
Alguma coisa nos resta para fazer ou ousar;
Até mesmo a árvore mais velha algum fruto pode dar.
Não é o Édipo Coloneus, ou a Ode grega,
Ou os contos dos peregrinos que, certa manhã, saíram
Pelos portões da Estalagem do Tabardo,
Porém, outras coisas mais que mal havíamos começado;
Porquanto a velhice é oportunidade não menor
Do que a juventude com roupa diferente.
E, à proporção que a tarde vai morrendo,
O firmamento se nos desvela prenhe de estrelas, invisíveis à luz do dia.

domingo, 1 de maio de 2011

Charles Baudelaire - O prazer e o trabalho

Em cada minuto somos esmagados pela ideia e a sensação do tempo. E apenas existem dois meios para escapar a tal pesadelo, para esquecê-lo: o prazer e o trabalho. O prazer gasta-nos. O trabalho fortifica-nos. Escolhamos. 
Quanto mais nos servimos de um destes meios, mais o outro nos inspira repugnância.