sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Ray Bradbury - Fahrenheit 451 (frag)
Todos devem deixar alguma coisa para trás quando morrem, dizia meu avô.
Um filho, um livro, um quadro, uma casa ou parede construída, um par de
sapato. Ou um jardim. Algo que sua mão tenha tocado de algum modo, para
que sua alma tenha para onde ir quando você morrer. E quando as pessoas
olharem para aquela árvore ou aquela flor que você plantou, você estará
ali. Não importa o que você faça, dizia ele, desde que você transforme
alguma coisa, do jeito que era antes de você tocá-la, em algo que é como
você depois que suas mãos passaram por ela. A diferença entre o homem
que apenas apara gramados e um verdadeiro jardineiro esta no toque,
dizia ele. O aparador de grama podia muito bem não ter estado ali; o
jardineiro estará lá durante uma vida inteira.
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