domingo, 2 de novembro de 2014

Willian Shakespeare - Amar quem Está tão Próximo da Morte

Esta estação do ano podes vê-la
em mim: folhas caindo ou já caídas;
ramos que o frêmito do frio gela;
árvore em ruína, aves despedidas. 


E podes ver em mim, crepuscular,
o dia que se extingue sobre o poente,
com a noite sem astros a anunciar
o repouso da morte, gradualmente. 


Ou podes ver o lume extraordinário,
morrendo do que vive: a claridade,
deitado sobre o leito mortuário 


que é a cinza da sua mocidade.
Eis o que torna o teu amor mais forte:
amar quem está tão próximo da morte.

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