sábado, 11 de dezembro de 2010

Plabo Neruda - Assim é minha vida

Meus deveres 
caminham com meu canto. 
Sou e não sou: 
é esse meu destino. 
Não sou, 
se não acompanho as dores 
dos que sofrem: 
são dores minhas. 
Porque não posso ser 
sem ser de todos, 
de todos os calados 
e oprimidos. 
Venho do povo 
e canto para o povo. 
Minha poesia 
é cântico e castigo. 
Me dizem: 
"Pertences à sombra". 
Talvez, talvez, 
porém na luz caminho. 
Sou o homem 
do pão e do peixe, 
e não me encontrarão 
entre os livros, 
mas com as mulheres 
e os homens: 
eles me ensinaram o infinito

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