terça-feira, 27 de novembro de 2012
Alberto Caeiro (Fernando Pessoa) - Às Vezes
XXVI
Às vezes, em dias deluz perfeita e exata,
Em que as cousas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Por que sequer atribuo eu
Beleza às cousas.
Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer cousa que não existe
Que eu dou às cousas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então por que digo eu das cousas: são belas?
Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as cousas,
Perante as cousas que simplesmente existem.
Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Oscar Wilde - A duquesa de Pádua (frag.)
O amor é o sacramento da vida.
Ele põe virtude onde não havia virtude,
e purifica os homens de toda a desprezível corrupção deste mundo;
é o fogo que separa o ouro da escória;
é o sopro que separa o joio do trigo;
é a primavera que, no solo invernoso, faz a inocência florescer como uma rosa.
Já se passaram os dias em que Deus andava entre os homens, mas o Amor,que é Sua imagem, mantém o seu lugar.
Quando um homem ama uma mulher, passa a conhecer o segredo de Deus e o segredo do mundo.
Ele põe virtude onde não havia virtude,
e purifica os homens de toda a desprezível corrupção deste mundo;
é o fogo que separa o ouro da escória;
é o sopro que separa o joio do trigo;
é a primavera que, no solo invernoso, faz a inocência florescer como uma rosa.
Já se passaram os dias em que Deus andava entre os homens, mas o Amor,que é Sua imagem, mantém o seu lugar.
Quando um homem ama uma mulher, passa a conhecer o segredo de Deus e o segredo do mundo.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Fernando Pessoa - Livro do desassossego
Frag. 01
(...)
A Decadência é a perda total da inconsciência; porque a inconsciência é o fundamento da vida. O coração, se pudesse pensar, pararia.
(...)
(...)
A Decadência é a perda total da inconsciência; porque a inconsciência é o fundamento da vida. O coração, se pudesse pensar, pararia.
(...)
sábado, 10 de novembro de 2012
Neil Gaiman - Stardust (frag)
"Foi quando se lembrou de que cada avanço que tinha conseguido em sua busca até então tinha se concretizado por meio da aceitação da ajuda que alguém lhe oferecia."
terça-feira, 6 de novembro de 2012
L. Frank Baum - O mágico de Oz (frag.)
- Ainda assim - disse o Espantalho -, quero um cérebro em vez de um coração; porque um tolo não saberia o que fazer com um coração se tivesse um.
- Fico com o coração - respondeu o Homem de Lata. - Porque cérebro não faz ninguém feliz, e felicidade é a melhor coisa do mundo.
Dorothy não disse nada, porque não estava certa sobre qual dos dois amigos estava certo(...)
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Fernando Pessoa - O livro do desassossego
Fragmento 400
"(...)Com que subtil plausibilidade de sabor-aroma reergo os cenários mortos e empresto outra vez as cores de um passado, tão século dezoito sempre pelo afastamento malicioso e cansado, tão medievais sempre pelo irremediavelmente perdido."
Eduardo Galeno - O Livro dos Abraços(frag)
Um homem da aldeia Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir ao céus. Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas.
- O mundo é isso - revelou - um montão de gente, um mar de fogueirinhas. Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não aluminam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo.
- O mundo é isso - revelou - um montão de gente, um mar de fogueirinhas. Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não aluminam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo.
domingo, 4 de novembro de 2012
Assinar:
Postagens (Atom)