quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Olavo Bilac - Via láctea (frg.)


XXXIII

Como quisesse livre ser, deixando
As paragens natais, espaço em fora,
A ave, ao bafejo tépido da aurora,
Abriu as asas e partiu cantando.

Estranhos climas, longes céus, cortando
Nuvens e nuvens, percorreu: e, agora
Que morre o sol, suspende o vôo, e chora,
E chora, a vida antiga recordando...

E logo,. O olhar volvendo compungido
Atrás, volta saudosa do carinho,
Do calor da primeira habitação...

Assim por largo tempo andei perdido:
- Ah! que alegria ver de novo o ninho,
Ver-te, e beijar-te a pequenina mão!

Nenhum comentário: