sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Virginia Woolf - Rumo ao farol(frag)
Então, deixando os olhos deslizarem imperceptivelmente pela poça e descansarem na ondulante linha entre o céu e o mar, nos troncos das árvores que a fumaça dos navios a vapor fazia tremerem acima do horizonte, ficou hipnotizada por todo esse poder que se contraia selvagem e inevitavelmente se alastrava. E os dois sentidos, de amplidão e de insignificância, florescendo dentro da poça (que diminuíra outra vez), faziam-na sentir com as mãos e os pés amarrados e incapaz de se mover devido à intensidade de sentimentos que reduziam seu próprio corpo, sua própria vida e as vidas de todas as pessoas do mundo, para sempre, ao nada.
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