"É verdade, meu amigo, que cada dia compreendo melhor quão insensato é vivermos a julgar os outros por nós mesmos. De minha parte, tenho tanto que fazer para modificar-me, tanto esforço a despender para acalmar as tempestades do meu coração!… Ah! eu deixarei de bom grado que os outros façam o que bem entendam, contanto que eles me deixem fazer o mesmo."
domingo, 30 de novembro de 2014
Virgínia Woolf - Ao farol (frag)
E, novamente,
sentiu-se sozinha na presença de sua velha antagonista,
a vida.
sentiu-se sozinha na presença de sua velha antagonista,
a vida.
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Manoel de Barros - Retrato do artista quando coisa
A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.
Eu penso
renovar o homem
usando borboletas.
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.
Eu penso
renovar o homem
usando borboletas.
domingo, 2 de novembro de 2014
Willian Shakespeare - Amar quem Está tão Próximo da Morte
Esta estação do ano podes vê-la
em mim: folhas caindo ou já caídas;
ramos que o frêmito do frio gela;
árvore em ruína, aves despedidas.
em mim: folhas caindo ou já caídas;
ramos que o frêmito do frio gela;
árvore em ruína, aves despedidas.
E podes ver em mim, crepuscular,
o dia que se extingue sobre o poente,
com a noite sem astros a anunciar
o repouso da morte, gradualmente.
Ou podes ver o lume extraordinário,
morrendo do que vive: a claridade,
deitado sobre o leito mortuário
que é a cinza da sua mocidade.
Eis o que torna o teu amor mais forte:
amar quem está tão próximo da morte.
o dia que se extingue sobre o poente,
com a noite sem astros a anunciar
o repouso da morte, gradualmente.
Ou podes ver o lume extraordinário,
morrendo do que vive: a claridade,
deitado sobre o leito mortuário
que é a cinza da sua mocidade.
Eis o que torna o teu amor mais forte:
amar quem está tão próximo da morte.
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