terça-feira, 2 de novembro de 2010

Shakespeare - Soneto LXXI

“Não chores por mim, quando eu estiver morrido,
mais que o sino soturno e triste,
anunciar ao mundo que hei partido
deste para outro mais vil ainda.
Se acaso, um dia veres estes versos,
não lembres desta mão que os escreveu,
pois te adoro e tanto, que prefiro
que te esqueças de mim, e que não sofras,
quando eu estiver misturado com a argila.
Não murmures meu nome sem valia.
Que se finde o amor ao findar-se a vida!
Para que o sábio mundo não ouça teus lamentos
e não zombe de ti, quando eu estiver partido."


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