10.
Nós perdemos também este crepúsculo.
Ninguém nos viu À tarde com as mãos unidas
enquanto a noite azul caia sobre o mundo.
Vi, de minha janela,
a festa do poente nos montes distantes.
Às vezes, qual moeda,
se ascendia um pouco de sol em minhas mãos.
Eu te recordava com a alma apertada
por essa tristeza que conheces em mim.
Então, onde estarias?
Junto a que gente?
Dizendo que palavras?
Por que me há de vir todo este amor de um golpe
quando me sinto triste, e te sinto longe?
Caiu o livro que sempre se toma no crepúsculo,
e como um cão ferido tangeu aos pés minha capa.
Sempre, sempre te distancias entre as tardes
até onde o crepúsculo corre apagando as estatuas.
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