sábado, 29 de novembro de 2008
Clarice Lispector - Água Viva (frag)
Que o Deus venha: por favor. Mesmo que eu não mereça. Venha. Ou
talvez os que menos merecem mais precisem. Sou inquieta e áspera e
desesperançada. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que não sei usar
amor. Às vezes me arranha como se fossem farpas. Se tanto amor dentro de
mim recebi e no entanto continuo inquieta é porque preciso que o Deus
venha. Venha antes que seja tarde demais. Corro perigo como toda pessoa
que vive. E a única coisa que me espera é exatamente o inesperado. Mas
sei que terei paz antes da morte e que experimentarei um dia o delicado
da vida. Perceberei — assim como se come e se vive o gosto da comida.
Voice
Olhe para mim, através do espelho
Eu estarei lá, junto a sua dor
Eu estarei onde você não pode tocar
Mas presente eu estarei.
Em todos esses anos em sombria solidão
A voz que canta em seus sonhos
Os passos não medidos da nossa distância
Apenas, sinta-me, profundamente em seu coração.
Olhe para mim, através da luz
Eu estou aqui, sou os versos dessa canção
Eu estarei onde você não pode ver
Eu estarei para sempre junto a você
Em todos esses anos em sombria solidão
Sou eu, a voz que canta em seus sonhos
Olhe para mim, através do mundo em seus olhos
Acredite e eu serei, a voz a guiar seu coração.
J.A.Cabral 01/08
Eu estarei lá, junto a sua dor
Eu estarei onde você não pode tocar
Mas presente eu estarei.
Em todos esses anos em sombria solidão
A voz que canta em seus sonhos
Os passos não medidos da nossa distância
Apenas, sinta-me, profundamente em seu coração.
Olhe para mim, através da luz
Eu estou aqui, sou os versos dessa canção
Eu estarei onde você não pode ver
Eu estarei para sempre junto a você
Em todos esses anos em sombria solidão
Sou eu, a voz que canta em seus sonhos
Olhe para mim, através do mundo em seus olhos
Acredite e eu serei, a voz a guiar seu coração.
J.A.Cabral 01/08
NADA MAIS IMPORTA - Ruanitas
Já revirei minhas memórias
Já te contei minhas histórias
Coisas que eu nunca disse antes
Hoje estão ao seu alcance
Não tem mais nada pra dizer agora
Vem comigo não não vá embora
Eu tenho tempo e essa noite é nossa
Não tenho pressa nada mais importa
Quero você pra mim
Quero tentar viver feliz
Quero você pra mim
Quero tentar viver feliz...feliz...feliz...
Bem que tentei ficar na minha
E dessa forma eu me escondia
Fiz da guitarra minha amiga
Mas não saí da sua vida
Não tem mais nada pra dizer agora
Vem comigo não não vá embora
Eu tenho tempo e essa noite é nossa
Não tenho pressa nada mais importa
Quero você pra mim
Quero tentar viver feliz
Quero você pra mim
Quero tentar viver feliz...feliz...feliz...
Já te contei minhas histórias
Coisas que eu nunca disse antes
Hoje estão ao seu alcance
Não tem mais nada pra dizer agora
Vem comigo não não vá embora
Eu tenho tempo e essa noite é nossa
Não tenho pressa nada mais importa
Quero você pra mim
Quero tentar viver feliz
Quero você pra mim
Quero tentar viver feliz...feliz...feliz...
Bem que tentei ficar na minha
E dessa forma eu me escondia
Fiz da guitarra minha amiga
Mas não saí da sua vida
Não tem mais nada pra dizer agora
Vem comigo não não vá embora
Eu tenho tempo e essa noite é nossa
Não tenho pressa nada mais importa
Quero você pra mim
Quero tentar viver feliz
Quero você pra mim
Quero tentar viver feliz...feliz...feliz...
Soneto a quatro-mãos - Vinicius de Moraes
Tudo de amor que existe em mim foi dado
Tudo que fala em mim de amor foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.
Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.
Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.
Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.
Tudo que fala em mim de amor foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.
Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.
Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.
Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.
Pablo Neruda - Quero apenas cinco coisas..
Quero apenas cinco coisas...
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
Forget
Silencio meu coração
na esperança de ouvir tua voz
mas já não consigo
já não lembro de teu rosto
agora já não lembro
do teu doce sorriso
acredite, eu tentei
tentei com todas minhas forças
lutar para não perder
esse amor, tão puro, e secreto
mas o tempo é cruel
e sem piedade leva de mim
todas as lembranças felizes
que eram nossas, que eram suas
agora já não sei mais
se voltarei a ver te
mas na esperança eu continuo
na eternidade te espero
mas agora preciso ficar aqui
só, com meu coração silenciado.
J.A.Cabral 11/08
na esperança de ouvir tua voz
mas já não consigo
já não lembro de teu rosto
agora já não lembro
do teu doce sorriso
acredite, eu tentei
tentei com todas minhas forças
lutar para não perder
esse amor, tão puro, e secreto
mas o tempo é cruel
e sem piedade leva de mim
todas as lembranças felizes
que eram nossas, que eram suas
agora já não sei mais
se voltarei a ver te
mas na esperança eu continuo
na eternidade te espero
mas agora preciso ficar aqui
só, com meu coração silenciado.
J.A.Cabral 11/08
Ao amor distante
Tenho por ti um grande apreço.
Sentimento de amor e pensamento embalado pela distância
e pelo tempo que desejo e quero, no mais puro do meu ser.
Hoje envio-lhe estas palavras,
que tentam inutilmente verbalizar o que sinto,
mas como sei que elas nunca o conseguirão
ofereço-te, doce vampiro, meu enegrecido coração.
O momento nos aproximará e ditará para ambos
o quanto a vida é doce e bela.
E então, a distância que nos separa agora
será apenas uma palavra sem importância.
11/08 J.A.Cabral
Sentimento de amor e pensamento embalado pela distância
e pelo tempo que desejo e quero, no mais puro do meu ser.
Hoje envio-lhe estas palavras,
que tentam inutilmente verbalizar o que sinto,
mas como sei que elas nunca o conseguirão
ofereço-te, doce vampiro, meu enegrecido coração.
O momento nos aproximará e ditará para ambos
o quanto a vida é doce e bela.
E então, a distância que nos separa agora
será apenas uma palavra sem importância.
11/08 J.A.Cabral
Lacuna Coil - Aeon (tradução)
Existe algo em seus olhos
fazendo-os transbordar
roubando toda a harmonia
que vive em mim
suas mãos
estão cobrindo minhas lágrimas
oh,porque
Existe um tipo de dança íntima
tentando me seduzir
sentindo esta anomalia
que me domina
Seu toque
Seu coração
fazendo-os transbordar
roubando toda a harmonia
que vive em mim
suas mãos
estão cobrindo minhas lágrimas
oh,porque
Existe um tipo de dança íntima
tentando me seduzir
sentindo esta anomalia
que me domina
Seu toque
Seu coração
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Ária do Arcano
Ao poeta foi reservado o incerto,
Desde a aurora do porvir ao seu crepúsculo.
E na fugacidade indizível do deserto,
Encontra a Borboleta já morta em seu casulo.
No sonho recria males,e semeia poesia no vento
Tudo para alcançar a Verdade, tocá-la de perto
Não desiste, e não conseguir é seu maior tormento
E segue então, olhos tão vagos, porém, despertos.
Volta, enfim, a face aos tempos encantados
Bem longe da vida - cruel turbilhão estéril,
Do sabor salino do amor - já desamado.
E, sem mais sonhar, retorna a terra do Mistério.
J.A.Cabral 11/08
Desde a aurora do porvir ao seu crepúsculo.
E na fugacidade indizível do deserto,
Encontra a Borboleta já morta em seu casulo.
No sonho recria males,e semeia poesia no vento
Tudo para alcançar a Verdade, tocá-la de perto
Não desiste, e não conseguir é seu maior tormento
E segue então, olhos tão vagos, porém, despertos.
Volta, enfim, a face aos tempos encantados
Bem longe da vida - cruel turbilhão estéril,
Do sabor salino do amor - já desamado.
E, sem mais sonhar, retorna a terra do Mistério.
J.A.Cabral 11/08
domingo, 2 de novembro de 2008
Fernando Pessoa - Fresta
Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,
Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou aterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado
De onde em mim sou aterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado
Revivo, existo, conheço,
E, ainda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço.
Entrego-lhe o coração.
E, ainda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço.
Entrego-lhe o coração.
2.2.1934
A Sociedade dos Poetas Mortos
Fui à floresta, porque queria viver profundamente... e sugar a essência da vida! Eliminar tudo o que não era vida... E não, ao morrer, descobrir, que eu não vivi. -
Henry David Thoreau
Venham amigos, não é tarde demais para procurar um novo mundo,
pois eu existo para velejar muito além do pôr-do-sol. Embora
não tenhamos a força que antigamente movia céu e terra, o que
nós somos, somos. Um bom caráter e corações heróicos
enfraquecidos pelo tempo, mas fortes na vontade de lutar,
procurar, achar e não ceder.
Tennyson
Henry David Thoreau
Venham amigos, não é tarde demais para procurar um novo mundo,
pois eu existo para velejar muito além do pôr-do-sol. Embora
não tenhamos a força que antigamente movia céu e terra, o que
nós somos, somos. Um bom caráter e corações heróicos
enfraquecidos pelo tempo, mas fortes na vontade de lutar,
procurar, achar e não ceder.
Tennyson
Cazuza - Vida Louca Vida
Vida louca vida
Vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve
Vida louca vida
Vida imensa
Ninguém vai nos perdoar
Nosso crime não compensa
Se ninguém olha quando você passa
você logo acha 'Eu to carente''
Eu sou manchete popular
'Tô cansado de tanta babaquice, tanta caretice
Desta eterna falta do que falar
Se ninguém olha quando você passa
você logo acha que a vida voltou ao normal
Aquela vida sem sentido, volta sem perigo
É a mesma vida sempre igual
Se niguém olha quando você passa
você logo diz 'Palhaço
'Você acha que não tá legal
Corre todos os perigos, perde os sentidos
Você passa mal
Vida louca vida
Vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve
Vida louca vida
Vida imensa
Ninguém vai nos perdoar
Nosso crime não compensa
Se ninguém olha quando você passa
você logo acha 'Eu tô carente''
Eu sou manchete popular
'Tô cansado de tanta caretice, tanta babaquice
Desta eterna falta do que falar
Vida louca vida
Vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve
Vida louca vida
Vida imensa
Ninguém vai nos perdoar
Nosso crime não compensa
Vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve
Vida louca vida
Vida imensa
Ninguém vai nos perdoar
Nosso crime não compensa
Se ninguém olha quando você passa
você logo acha 'Eu to carente''
Eu sou manchete popular
'Tô cansado de tanta babaquice, tanta caretice
Desta eterna falta do que falar
Se ninguém olha quando você passa
você logo acha que a vida voltou ao normal
Aquela vida sem sentido, volta sem perigo
É a mesma vida sempre igual
Se niguém olha quando você passa
você logo diz 'Palhaço
'Você acha que não tá legal
Corre todos os perigos, perde os sentidos
Você passa mal
Vida louca vida
Vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve
Vida louca vida
Vida imensa
Ninguém vai nos perdoar
Nosso crime não compensa
Se ninguém olha quando você passa
você logo acha 'Eu tô carente''
Eu sou manchete popular
'Tô cansado de tanta caretice, tanta babaquice
Desta eterna falta do que falar
Vida louca vida
Vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve
Vida louca vida
Vida imensa
Ninguém vai nos perdoar
Nosso crime não compensa
Tennyson
Fútil o ganho para um rei nada útil,
na calma do lar, à beira de penhas áridas,
unido a uma idosa esposa, a impor e dispor
iníquas leis a uma raça selvagem
que come, e amealha, e dorme, e de mim nem sabe.
A mim não resta senão viajar: beberei
a vida até o fundo. Sempre desfrutei
da fartura, e com fartura sofri, junto àqueles
que me amavam com amor ímpar; e, em terra,
arrastado pela corrente, as chuvosas Híades
agitavam o lúgubre mar: ganhei nome:
para sempre vagando com coração ávido,
vi, possuí, e muito conheci; cidades de homens
e costumes, climas, conselhos, governos,
nunca com desprezo, mas honrado por todos;
e brindei o prazer da batalha com meus pares,l
ongínquo ressoar nos vales da Tróia dos ventos.
Sou parte de tudo que encontrei;
ainda que toda experiência seja um círculo
em que brilha o mundo inexplorado com margens,
que sempre se desfazem sempre que avanço.
Que triste é deter-se, chegar a um fim,
enferrujar, enrugar, não brilhar com o uso!
Assim como respirar, era a vida! Vida cheia de vida
e de tudo fica um pouco, e de tudo para mim
poucos vestígios: mas a cada hora é salvo
desse silêncio eterno, um pouco mais,
um portador de coisas novas, e vil seria
se apenas três sóis me prouvessem e amealhassem
e este espírito grisalho com ânsias
de alcançar a sabedoria como um astro que se funde
antes de irromper o último pensamento humano.
Este é meu filho, meu Telêmaco,
a quem deixo o cetro e a ilha —
meu bem-amado, capaz de consumar
este trabalho, apaziguar com mansa prudência
um rude povo, e brando, passo a passo,
submetê-lo ao que é útil e bom.
Irrepreensível ao máximo, pronto para a domínio
dos deveres públicos, decente para não fracassar
em missões delicadas, e contribuir
com a justa adoração aos deuses de minha casa
quando eu partir. Eu lido a minha; ele, a sua lida.
Ali em frente o porto; a nave infla suas velas:
ali a penumbra do vasto escuro dos mares. Meus marinheiros,
almas no duro esforço, forjam, e fazem comigo —
sempre com festivas boas-vindas tomaremos
o trono e o sol, resistindo com
livres corações, sem desfaçatez —, somos velhos.
A velhice mantém suas honras e esforços;
a morte tudo conclui: mas há algo no fim,
por fazer ainda uma tarefa nobre pode haver,
nem só homens indecorosos em luta com deuses.
Começam a piscar as luzes frente às rochas:
apaga-se o largo dia, a lenta lua sobe: em volta
o fundo gemido das múltiplas vozes. Venham,
amigos, não é tarde para buscar um novo mundo.
Desatracai e, postos em ordem, batam
os sonoros encaixes; pois é meu intento
navegar além de onde o sol se põe, e se banham
os astros ocidentais, até a morte.
Talvez aqueles vorazes golfos nos devorem,
Talvez venhamos a alcançar as Ilhas da Fortuna
e vejamos o grande Aquiles, nosso conhecido.
Ainda que muito esteja perdido, muito nos resta;
e ainda que perdida a força dos velhos dias
que movia céus e terras; somos o que somos;
uma coragem única nos corações heróicos,
débeis pelo tempo e pelo destino, mas persistente
sem lutar, achar, buscar, jamais render.
na calma do lar, à beira de penhas áridas,
unido a uma idosa esposa, a impor e dispor
iníquas leis a uma raça selvagem
que come, e amealha, e dorme, e de mim nem sabe.
A mim não resta senão viajar: beberei
a vida até o fundo. Sempre desfrutei
da fartura, e com fartura sofri, junto àqueles
que me amavam com amor ímpar; e, em terra,
arrastado pela corrente, as chuvosas Híades
agitavam o lúgubre mar: ganhei nome:
para sempre vagando com coração ávido,
vi, possuí, e muito conheci; cidades de homens
e costumes, climas, conselhos, governos,
nunca com desprezo, mas honrado por todos;
e brindei o prazer da batalha com meus pares,l
ongínquo ressoar nos vales da Tróia dos ventos.
Sou parte de tudo que encontrei;
ainda que toda experiência seja um círculo
em que brilha o mundo inexplorado com margens,
que sempre se desfazem sempre que avanço.
Que triste é deter-se, chegar a um fim,
enferrujar, enrugar, não brilhar com o uso!
Assim como respirar, era a vida! Vida cheia de vida
e de tudo fica um pouco, e de tudo para mim
poucos vestígios: mas a cada hora é salvo
desse silêncio eterno, um pouco mais,
um portador de coisas novas, e vil seria
se apenas três sóis me prouvessem e amealhassem
e este espírito grisalho com ânsias
de alcançar a sabedoria como um astro que se funde
antes de irromper o último pensamento humano.
Este é meu filho, meu Telêmaco,
a quem deixo o cetro e a ilha —
meu bem-amado, capaz de consumar
este trabalho, apaziguar com mansa prudência
um rude povo, e brando, passo a passo,
submetê-lo ao que é útil e bom.
Irrepreensível ao máximo, pronto para a domínio
dos deveres públicos, decente para não fracassar
em missões delicadas, e contribuir
com a justa adoração aos deuses de minha casa
quando eu partir. Eu lido a minha; ele, a sua lida.
Ali em frente o porto; a nave infla suas velas:
ali a penumbra do vasto escuro dos mares. Meus marinheiros,
almas no duro esforço, forjam, e fazem comigo —
sempre com festivas boas-vindas tomaremos
o trono e o sol, resistindo com
livres corações, sem desfaçatez —, somos velhos.
A velhice mantém suas honras e esforços;
a morte tudo conclui: mas há algo no fim,
por fazer ainda uma tarefa nobre pode haver,
nem só homens indecorosos em luta com deuses.
Começam a piscar as luzes frente às rochas:
apaga-se o largo dia, a lenta lua sobe: em volta
o fundo gemido das múltiplas vozes. Venham,
amigos, não é tarde para buscar um novo mundo.
Desatracai e, postos em ordem, batam
os sonoros encaixes; pois é meu intento
navegar além de onde o sol se põe, e se banham
os astros ocidentais, até a morte.
Talvez aqueles vorazes golfos nos devorem,
Talvez venhamos a alcançar as Ilhas da Fortuna
e vejamos o grande Aquiles, nosso conhecido.
Ainda que muito esteja perdido, muito nos resta;
e ainda que perdida a força dos velhos dias
que movia céus e terras; somos o que somos;
uma coragem única nos corações heróicos,
débeis pelo tempo e pelo destino, mas persistente
sem lutar, achar, buscar, jamais render.
Madonna - Easy Ride (tradução)
Eu quero a vida boa
Mas eu não quero um caminho fácil
O que eu quero é trabalhar para isto
Sentir o sangue e suor na ponta dos meus dedos
É o que eu quero para mim
Eu quero saber tudo
Talvez algum dia eu consiga
O que quero é achar meu lugar
Respirar o ar e sentir o sol
no rosto dos meus filhos
Isso é o que eu quero
Eu dou voltas e voltas como em um circulo
Eu posso ver claramente a imagem
Quando eu toco o chão eu volto pro meu lugar
Para o meu lugar e estou
Em casa
Eu quero esquecer todas as decepções
É isso o que espero
O que eu quero é viver para sempre
Não está definido por tempo ou espaço
Um lugar tranqüilo
É isso o que eu quero
Eu dou voltas e voltas como em um circulo
Eu posso ver claramente a imagem
Quando eu toco o chão eu volto pro meu lugar
Para o meu lugar e estou
Em casa
Eu dou voltas e voltas como em um circulo
Eu posso ver claramente a imagem
Quando eu toco o chão eu volto pro meu lugar
Para o meu lugar e estou
Em casa
Eu dou voltas e voltas
Dou voltas e voltas
Xandria - Some Like It Cold (tradução)
Estrelas glamorosas escurecem o dia
As sombras de noite iluminam o caminho deles
A sabedoria de bobos não é fácil de aprender
Assim vá um passo à frente e dois para trás
Eu sou o senso em todas as suas lágrimas
Eu sou a razão de todos seus medos
Eu sou elogiado pela minha tristeza
Eu sou elogiado pelas minhas faltas
Eu sou elogiado pela minha loucura
Porque alguns gostam disso quente
e alguns gostam disso frio
A noite chama o pôr-do-sol para subir
Eu sou um mentiroso então cuide bem do meu conselho
A roda da fortuna sempre vai e volta
Tudo que sobe sempre tem que descer
As sombras de noite iluminam o caminho deles
A sabedoria de bobos não é fácil de aprender
Assim vá um passo à frente e dois para trás
Eu sou o senso em todas as suas lágrimas
Eu sou a razão de todos seus medos
Eu sou elogiado pela minha tristeza
Eu sou elogiado pelas minhas faltas
Eu sou elogiado pela minha loucura
Porque alguns gostam disso quente
e alguns gostam disso frio
A noite chama o pôr-do-sol para subir
Eu sou um mentiroso então cuide bem do meu conselho
A roda da fortuna sempre vai e volta
Tudo que sobe sempre tem que descer
What Have You Done(Feat. Keith Caputo) (tradução) Within Temptation
Você se importaria se eu lhe machucasse?
Entenda que eu preciso
Desejo ter outras escolhas
Do que prejudicar quem eu amo
O que você fez agora?
Eu sei, é melhor eu parar de tentar
Você sabe que não há negação
Eu não mostrarei misericórdia por você agora
Eu sei que deveria parar de acreditar
Eu sei que não há salvação
Agora acabou, o que você fez?
O que você fez agora?
Eu, Eu estive esperando por alguém como você
Mas agora você está escapulindo...
Oh, o que você fez agora?
Por que, Por que o destino nos faz sofrer?
Há uma maldição entre nós,
entre você e eu
O que você fez?
O que você fez?
O que você fez?
O que você fez?
O que você fez agora?(2x)
Você se importaria se eu lhe matasse?
Você se importaria se eu tentasse?
Porque você se tornou meu pior inimigo
Você carrega o ódio que eu não sinto
Agora acabou
O que você fez?
O que você fez agora?
Eu, Eu estive esperando por alguém como você
Mas agora você está escapulindo...
Oh, o que você fez agora?
Por que, Por que o destino nos faz sofrer?
Há uma maldição entre nós,
entre você e eu
O que você fez?
O que você fez?
O que você fez?
O que você fez?
O que você fez agora?(2x)
O que você fez agora, o que você fez?...
Eu não cairei, não deixarei isso continuar
Nós seremos livres quando isso acabar
Eu, Eu estive esperando por alguém como você
Mas agora você está escapulindo...
Oh, o que você fez agora?
Por que, Por que o destino nos faz sofrer?
Há uma maldição entre nós,
entre você e eu (2x)
A menina que nasceu Sem Olhos
Você não precisa
Trazer um sorriso
Para os lábios
De uma Criança
Que nunca conheceu
O Brilho do Sol
e a Luz do Luar
Apenas dê a Ela
Um pouco de esperança
Uma força especial
Para enfrentar
Todos os Medos.
Mostre a Ela o Mundo
Através do seu carinho
Mostrea Ela o Amor
Mesmo que para isso
Precise também
Fechar os Seus Olhos...
J.A.Cabral 10/07
Trazer um sorriso
Para os lábios
De uma Criança
Que nunca conheceu
O Brilho do Sol
e a Luz do Luar
Apenas dê a Ela
Um pouco de esperança
Uma força especial
Para enfrentar
Todos os Medos.
Mostre a Ela o Mundo
Através do seu carinho
Mostrea Ela o Amor
Mesmo que para isso
Precise também
Fechar os Seus Olhos...
J.A.Cabral 10/07
Blue Light (tradução) Emilie Simon
Eu sou a lua e eu posso te dar
Tudo, se você me quiser tambem
Do céu eu sempre vejo você
Não seja cego eu ajudarei você
Eu sou a lua(no céu apenas desepejando a luz azul azul)
Eu sou a lua(no céu apenas desepejando a luz azul azul)
Quando você está para baixo
Quando você está sozinho
Quando seu amor e felicidade se forem
A luz azul zul estará aqui no fundo
A lua está com você
Eu sou a lua, Eu cuidarei de você
Apenas desepejando a luz azul
Eu cuidarei de você
Apenas despejando a luz azul
Cores
O Amor puro, Filho inocente
Venha para a Beleza, meu Anjo
Venha, sinta a chuva tocar a pele
Venha junto de mim e veja
Todas as Cores que você antes
Não poderia enxergar.
Sinta o Amor, sinta seu sangue
Nas flores primaveris
Sinta seu poder, inabalável
Nos abraços e olhares infantis
Sorrisos incandescentes de flores
Sinta-se aquecido por todas as Cores
Sem lágrimas, não há o que chorar
Não existe mais a antiga dor
Venha, sinta a chuva tocar a pele
Venha junto de mim e aceite
A promessa de um sonhador e seja
Todas as Cores que faltam no mundo.
J.A.Cabral 12/07
Venha para a Beleza, meu Anjo
Venha, sinta a chuva tocar a pele
Venha junto de mim e veja
Todas as Cores que você antes
Não poderia enxergar.
Sinta o Amor, sinta seu sangue
Nas flores primaveris
Sinta seu poder, inabalável
Nos abraços e olhares infantis
Sorrisos incandescentes de flores
Sinta-se aquecido por todas as Cores
Sem lágrimas, não há o que chorar
Não existe mais a antiga dor
Venha, sinta a chuva tocar a pele
Venha junto de mim e aceite
A promessa de um sonhador e seja
Todas as Cores que faltam no mundo.
J.A.Cabral 12/07
O Roxinol e a Rosa - Oscar Wilde
Ela disse que dançaria comigo se eu lhe levasse rosas vermelhas - exclamou o Estudante - mas estamos no inverno e não há uma única rosa no jardim...
Por entre as folhas, do seu ninho, no carvalho, o Rouxinol o ouviu e, vendo-o ficou admirado...
Não há nenhuma rosa vermelha no jardim! - disse o Estudante, com os olhos cheios de lágrimas.
- Ah! Como a nossa felicidade depende de pequeninas coisas! Já li tudo quanto os sábios
escreveram. A filosofia não tem segredos para mim e, contudo, a falta de uma rosa vermelha é a desgraça da minha vida.
Eis, afinal, um verdadeiro apaixonado! - disse o Rouxinol. Tenho cantado o Amor noite após noite, sem conhecê-lo no entanto; noite após noite falei dele às estrelas, e agora o vejo... O cabelo é negro como a flor do jacinto e os lábios vermelhos como a rosa que deseja; mas o amor pôs-lhe na face a palidez do marfim e o sofrimento marcou-lhe a fronte.
Amanhã à noite o Príncipe dá um baile, murmurou o Estudante, e a minha amada se encontrará entre os convidados. Se levar uma rosa vermelha, dançará comigo até a madrugada. Somente se lhe levar uma rosa vermelha... Ah... Como queria tê-la em meus braços, sentir-lhe a cabeça no meu ombro e a sua mão presa a minha. Não há rosa vermelha em meu jardim... e ficarei só; ela apenas passará por mim... Passará por mim... e meu coração se despedaçará.
Eis um verdadeiro apaixonado... - pensou o Rouxinol. - Do que eu canto, ele sofre. O que é dor para ele é alegria para mim. Grande maravilha, na verdade, é o Amar! Mais precioso que esmeraldas e mais caro que opalas finas. Pérolas e granada não podem comprá-lo, nem se oferece nos mercados. Mercadores não o vendem, nem o conferem em balanças a peso de ouro.
Os músicos da galeria - prosseguiu o Estudante - tocarão nos seus instrumentos de corda e, ao som de harpas e violinos, minha amada dançará. Dançará tão leve, tão ágil, que seus pés mal tocarão o assoalho e os cortesãos, com suas roupas de cores vivas, reunir-se-ão em torno dela.
Mas comigo não bailará, porque não tenho uma rosa vermelha para dar-lhe... - e atirando-se à relva, ocultou nas mãos o rosto e chorou.
Por que está chorando? - perguntou um pequeno lagarto ao passar por ele, correndo, de rabinho levantado.
É mesmo! Por que será? - Indagou uma borboleta que perseguia um raio de sol.
Por quê? - sussurrou uma linda margarida à sua vizinha.
Chora por causa de uma rosa vermelha, - informou o Rouxinol.
Por causa de uma rosa vermelha? - exclamaram - Que coisa ridícula! E o lagarto, que era um tanto irônico, riu à vontade.
Mas o Rouxinol compreendeu a angústia do Estudante e, silencioso, no carvalho, pôs-se a meditar sobre o mistério do Amor.
Subitamente, abriu as asas pardas e voou.
Cortou, como uma sombra, a alameda, e como uma sombra, atravessou o jardim.
Ao centro do relvado, erguia-se uma roseira. Ele a viu. Voou para ela e posou num galho.
Dá-me uma rosa vermelha - pediu - e eu cantarei para ti a minha mais bela canção!
Minhas rosas são brancas; tão brancas quanto a espuma do mar, mais brancas que a neve das montanhas. Procura minha irmã, a que enlaça o velho relógio-de-sol. Talvez te ceda o que desejas.
Então o Rouxinol voou para a roseira, que enlaçava o velho relógio-de-sol.
Dá-me uma rosa vermelha - pediu - e eu te cantarei minha canção mais linda.
A roseira sacudiu-se levemente.
Minhas rosas são amarelas como as cabelos dourados das donzelas, ainda mais amarelas que o trigo que cobre os campos antes da chegada de quem o vai ceifar. Procura a minha irmã, a que vive sob a janela do Estudante. Talvez ela possa te possa ajudar.
O Rouxinol então, dirigiu o vôo para a roseira que crescia sob a janela do Estudante.
Dá-me uma rosa vermelha - pediu - e eu te cantarei a mais linda de minhas canções.
A roseira sacudiu-se levemente.
Minhas rosas são vermelhas, tão vermelhas quanto os pés das pombas, mais vermelhas que os grandes leques de coral que oscilam nos abismos profundos do oceano. Contudo, o inverno regelou-me até as veias, a geada queimou-me os botões e a tempestade quebrou-me os galhos.
Não darei rosas este ano.
Eu só quero uma rosa vermelha, repetiu o Rouxinol, - uma só rosa vermelha. Não haverá meio de obtê-la?
Há, respondeu a Roseira, mas é meio tão terrível que não ouso revelar-te.
Dize. Não tenho medo.
Se queres uma rosa vermelha, explicou a roseira, hás de fazê-la de música, ao luar, tingi-la com o sangue de teu coração. Tens de cantar para mim com o peito junto a um espinho. Cantarás toda a noite para mim e o espinho deve ferir teu coração e teu sangue de vida deve infiltrar-se em minhas veias e tornar-se meu.
A morte é um preço exagerado para uma rosa vermelha - exclamou o Rouxinol - e a Vida é preciosa... É tão bom voar, através da mata verde e contemplar o sol em seu esplendor dourado e a lua em seu carro de pérola...O aroma do espinheiro é suave, e suaves são as campânulas ocultas no vale, e as urzes tremulantes na colina. Mas o Amor é melhor que a Vida. E que vale o coração de um pássaro comparado ao coração de um homem?
Abriu as asas pardas para o vôo e ergueu-se no ar. Passou pelo jardim como uma sombra e, como uma sombra, atravessou a alameda.
O Estudante estava deitado na relva, no mesmo ponto em que o deixara, com os lindos olhos inundados de lágrimas.
Rejubila-te - gritou-lhe o Rouxinol - Rejubila-te; terás a tua rosa vermelha. Vou fazê-la de
música, ao luar. O sangue de meu coração a tingirá. Em conseqüência só te peço que sejas sempre verdadeiro amante, porque o Amor é mais sábio do que a Filosofia; mais poderoso que o poder.Tem as asas da cor da chama e da cor da chama tem o corpo. Há doçura de mel em seus braços e seu hálito lembra o incenso.
O Estudante ergueu a cabeça e escutou. Nada pode entender, porém, do que dizia o Rouxinol, pois sabia apenas o que está escrito nos livros.
Mas o Carvalho entendeu e ficou melancólico, porque amava muito o pássaro que construíra ninho em seus ramos.
Canta-me um derradeiro canto - segredou-lhe - sentir-me-ei tão só depois da tua partida.
Então o Rouxinol cantou para o Carvalho, e sua voz fazia lembrar a água a borbulhar de uma jarra de prata.
Quando o canto finalizou, o Estudante levantou-se, tirando do bolso um caderninho de notas e um lápis.
Tem classe, não se pode negar - disse consigo - atravessando a alameda. Mas terá sentimento?
Não creio. É igual a maioria dos artistas. Só estilo, sinceridade nenhuma. Incapaz de sacrificar-se por outrem. Só pensa em cantar e bem sabemos quanto a Arte é egoísta. No entanto, é forçoso confessar, possui maravilhosas notas na voz. Que pena não terem significação alguma, nem realizarem nada realmente bom!
Foi para o quarto, deitou-se e, pensando na amada, adormeceu.
Quando a lua refulgia no céu, o Rouxinol voou para a Roseira e apoiou o peito contra o espinho.
Cantou a noite inteira e o espinho mais e mais foi se enterrando em seu peito, e o sangue de sua vida lentamente se escoou...
Primeiro descreveu o nascimento do amor no coração de um menino e uma menina; e, no mais alto galho da Roseira, uma flor desabrochou, extraordinária, pétala por pétala, acompanhando um canto e outro canto. Era pálida, a princípio, qual a névoa que esconde o rio, pálida qual os pés da manhã e as asas da alvorada. Como sombra de rosa num espelho de prata, como sombra de rosa em água de lagoa era a rosa que apareceu no mais alto galho da Roseira.
Mas a Roseira pediu ao Rouxinol que se unisse mais ao espinho. - Mais ainda, Rouxinol, - exigiu a Roseira, - senão o dia raia antes que eu acabe a rosa.
O Rouxinol então apertou ainda mais o espinho junto ao peito, e cada vez mais profundo lhe saía o canto porque ele cantava o nascer da paixão na alma do homem e da mulher.
E tênue nuance rosa nacarou as pétalas, igual ao rubor que invade a face do noivo quando beija a noiva nos lábios.
Mas o espinho não lhe alcançava ainda o coração e o coração da flor continuava branco - pois somente o coração de um Rouxinol pode avermelhar o coração de rosa.
Mais ainda, Rouxinol, - clamou a Roseira - raiar o dia antes que eu finalize a rosa.
E o Rouxinol, desesperado, calcou-se mais forte no espinho, e o espinho lhe feriu o coração, e uma punhalada de dor o traspassou.
Amarga, amarga lhe foi a angústia e cada vez mais fremente foi o canto, porque ele cantava o amor que a morte aperfeiçoa, o amor que não morre nem no túmulo.
E a rosa maravilhosa tornou-se purpurina como a rosa do céu oriental. Suas pétalas ficaram rubras e, vermelho como um rubi, seu coração.
Mas a voz do Rouxinol se foi enfraquecendo, as pequeninas asas começaram a estremecer e uma névoa cobriu-lhe o olhar, o canto tornou-se débil e ele sentiu qualquer coisa apertar-lhe a garganta.
Então, arrancou do peito o derradeiro grito musical.
Ouviu-o a lua branca, esqueceu-se da Aurora e permaneceu no céu.
A rosa vermelha o ouviu, e trêmula de emoção, abriu-se à aragem fria da manhã. Transportou-o o Eco, à sua caverna purpurina, nos montes, despertando os pastores de seus sonhos. E ele levou-os através dos caniços dos rios e eles transmitiram sua mensagem ao mar.
Olha! Olha! Exclamou a Roseira. - A rosa está pronta, agora.
Ao meio dia o Estudante abriu a janela e olhou.
Que sorte! - disse - Uma rosa vermelha! Nunca vi rosa igual em toda a minha vida. É tão linda que tem certamente um nome complicado em latim. E curvou-se para colhê-la.
Depois, pondo o chapéu, correu à casa do professor.
Disseste que dançarias comigo se eu te trouxesse uma rosa vermelha, - lembrou o Estudante. - Aqui tens a rosa mais linda e vermelha de todo o mundo. Hás de usá-la, hoje à noite, sobre ao coração, e quando dançarmos juntos ela te dirá o quanto te amo.
A moça franziu a testa.
Esta rosa não combina com o meu vestido, disse. Ademais, o Capitão da Guarda mandou-me jóias verdadeiras, e jóias, todos sabem, custam muito mais do que flores...
És muito ingrata! - exclamou o Estudante, zangado. E atirou a rosa a sarjeta, onde a roda de um carro a esmagou.
Sou ingrata? E o senhor não passa de um grosseirão. E, afinal de contas, quem és? Um simples estudante... não acredito que tenhas fivelas de prata, nos sapatos, como as tem o Capitão da Guarda... - e a moça levantou-se e entrou em casa.
Que coisa imbecil, o Amor! - Resmungou o estudante, afastando-se. - Nem vale a utilidade da Lógica, porque não prova nada, está sempre prometendo o que não cumpre e fazendo acreditar em mentiras. Nada tem de prático e como neste século o que vale é a prática, volto à Filosofia e vou estudar metafísica.
Retornou ao quarto, tirou da estante um livro empoeirado e pôs-se a ler...
Funeral of hearts (tradução) HIM
Amor é o funeral de corações
E uma ode para a crueldade
Quando anjos choram sangue
sobre as flores do mal à desabrochar
E uma ode para a crueldade
Quando anjos choram sangue
sobre as flores do mal à desabrochar
O funeral dos corações
É uma súplica por misericórdia
Quando o amor é uma arma
Separando-me de você
Ela era o sol, logo iluminando
o túmulo das suas esperanças e sonhos tão fracos
Ele era a lua pintando-a
com sua luz tão vulnerável e pálida
Amor é o funeral de corações
E uma ode para a crueldade
Quando anjos choram sangue
sobre as flores do mal à desabrochar
O funeral dos corações
e uma súplica por misericórdia
Quando o amor é uma arma
Me separando de você
Ela era o vento levando
todos os problemas e medos
que por anos você tentou esquecer
Ele era o fogo, inquieto e selvagem
E você era como uma mariposa naquela chama
O herege lacrado além do divino
uma oração para um deus que é surdo e cego
Os últimos rituais para as almas em chama
três palavrinhas e uma pergunta: POR QUÊ?
Amor é o funeral de corações
E uma ode para a crueldade
Quando anjos choram sangue
sobre as flores do mal à desabrochar
O funeral dos corações
e uma súplica por misericórdia
Quando o amor é uma arma
Me separando de você
Bocage - Oh retrato da morte, oh noite amiga
Oh retrato da morte, oh noite amiga
Por cuja escuridão suspiro há tanto!
Calada testemunha do meu pranto,
Des meus desgostos secretária antiga!
Pois manda Amor, que a ti somente os diga,
Dá-lhes pio agasalho no teu manto;
Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto
Dorme a cruel, que a delirar me obriga:
E vós, oh cortesãos da escuridade,
Fantasmas vagos, mochos piadores,
Inimigos, como eu, da claridade!
Em bandos acudi aos meus clamores;
Quero a vossa medonha sociedade,
Quero fartar meu coração de horrores.
sábado, 1 de novembro de 2008
Noite das Bruxas
O traje de gala
A última valsa
A dança perfeita
No Baile das Velas
Após mil anos de espera
Iremos Começar
Acenda a fogueira
Lembremos a Tradição
O ciclo se completa
Quebremos a Maldição
Agora seremos livres
Não haverá conspiração
O brilho argênteo
Da lua no céu
As chamas vermelhas
Queimam a Terra
Quem ousará interferir
No nosso Sabbath?
Termine o Ritual esquecido
Todos os Sacrifícios oferecidos
Por nossas irmãs feiticeiras
Celebre no fogo suas memórias
Mesmo que estejam Mortas
Reviverão neste Dia Solene
Recite o Poema Secreto
O Feitiço das Mil Feras
Traga a Porção Mágica
Traga a Mandrágora Mortífera
E o Sabbath será realizado
Hoje, na Noite das Bruxas.
J.A.Cabral 10/07
A última valsa
A dança perfeita
No Baile das Velas
Após mil anos de espera
Iremos Começar
Acenda a fogueira
Lembremos a Tradição
O ciclo se completa
Quebremos a Maldição
Agora seremos livres
Não haverá conspiração
O brilho argênteo
Da lua no céu
As chamas vermelhas
Queimam a Terra
Quem ousará interferir
No nosso Sabbath?
Termine o Ritual esquecido
Todos os Sacrifícios oferecidos
Por nossas irmãs feiticeiras
Celebre no fogo suas memórias
Mesmo que estejam Mortas
Reviverão neste Dia Solene
Recite o Poema Secreto
O Feitiço das Mil Feras
Traga a Porção Mágica
Traga a Mandrágora Mortífera
E o Sabbath será realizado
Hoje, na Noite das Bruxas.
J.A.Cabral 10/07
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