terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O AZAR - Baudelaire

Castigo assim tornar tão leve
Somente a Sísifo se cobra!
Por mais que mão se ponha à obra,
A Arte é longo e o Tempo é breve.

Longe dos túmulos famosos,
Num cemitério já sepulto,
Meu coração, tambor oculto,
Percute acordes dolorosos.

- Muito ouro ali jaz sono
lentoem meio à treva e ao esquecimento,
esquivo à sonda e ao enxadão;

E muita flor exala a medo
Seu perfume como um segredo
Na mais profunda solidão.

Nenhum comentário: