sábado, 3 de julho de 2010
Sartre - A República do Silêncio (frag.)
As circunstâncias tantas vezes atrozes do nosso combate punham-nos a viver, sem fingimento nem véus nem véus, a situação atormentada, insuportável, a que se chama condição humana. O exílio, o cativeiro e principalmente a morte, que é habilmente disfarçada nas épocas felizes, tornavam-se os objetos perpétuos das nossas preocupações, aprendíamos que não são acidentes inevitáveis, nem mesmo ameaças constantes, mas exteriores: era preciso ver nisso o nosso quinhão, o nosso destino, a origem profunda da nossa realidade de homens; em cada segundo vivíamos plenamente o sentido da pequenina frase banal: "todos os homens são mortais".
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