quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Depeche Mode - Somebody (tradução)
Eu quero alguém para compartilhar
Compartilhar o resto de minha vida
Compartilhar meus pensamentos íntimos
Saber dos meus detalhes íntimos
Alguém que estará ao meu lado
E que me dê apoio
E em retorno
Ela terá meu apoio
Ela me escutará
Quando eu quiser falar
Sobre o mundo em que vivemos
E a vida, em geral
Embora meus pontos de vista possam estar errados
Eles até podem ser pervertidos
Ela me ouvirá
E não será convertida facilmente
Para meu modo de pensar
Na verdade, ela discordará freqüentemente
Mas ao término de tudo
Ela me entenderá
Eu quero alguém que se preocupe
Comigo com paixão
Em todos seus pensamentos
E com cada respiração
Alguém que me ajudará a ver as coisas
De um modo diferente
Todas as coisas que eu detesto.
Eu quase gostarei
Mas eu não quero ser amarrado
às rédeas de alguém
Eu estou tentando tomar cuidado para ficar afastado
dessas coisas
E quando eu estiver dormindo
Eu quero alguém
Que coloque seus braços ao meu redor
E me beije com ternura
Embora coisas assim me deixam com nojo
Nesse caso
Eu escaparei das consequências
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Virgínia Woolf - Aforismo
Sua própria felicidade dera-lhe a convicção de que todo mundo devia ser feliz também.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
Cora Carolina - trecho
(...)
O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça.
Digo o que penso, com esperança.
Penso no que faço, com fé.
Faço o que devo fazer, com amor.
Eu me esforço para ser cada dia melhor,
pois bondade também se aprende!
O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.
Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça.
Digo o que penso, com esperança.
Penso no que faço, com fé.
Faço o que devo fazer, com amor.
Eu me esforço para ser cada dia melhor,
pois bondade também se aprende!
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
Depeche Mode - Love, in it self (tradução)
Todas essas tarefas insuperáveis
Que esperam por mim
Todas as primeiras
E definitivamente as últimas
Estão reservadas para mim
Houve um tempo em que tudo em minha mente era amor
Agora descobri que na maior parte do tempo
O amor não era suficiente
Em si mesmo
Conseqüentemente
Tenho uma tendência
A ser infeliz, você vê
Os pensamentos em minha cabeça
Todas as palavras que foram ditas
Todas as tristezas e as raivas
Vieram para mim
Houve um tempo em que tudo em minha mente era amor
Agora descobri que na maior parte do tempo
O amor não era suficiente
Em si mesmo
Todos os absurdos
Que estavam diante de nós
Todas as dúvidas
E as certezas
Que nos esperam
Houve um tempo em que tudo em minha mente era amor
Agora descobri que na maior parte do tempo
O amor não era suficiente
Em si mesmo
sábado, 14 de dezembro de 2013
Caio Fernando de Abreu - trecho
"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã,
mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe?
O verão está aí, haverá sol quase todos os dias,
e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'.
Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite
que nenhuma dor insista por muito tempo,
te empurrará quem sabe para o sol, para o mar,
para uma nova estrada qualquer e, de repente,
no meio de uma frase ou de um movimento
te surpreenderás pensando algo assim como
'estou contente outra vez' "
mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe?
O verão está aí, haverá sol quase todos os dias,
e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'.
Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite
que nenhuma dor insista por muito tempo,
te empurrará quem sabe para o sol, para o mar,
para uma nova estrada qualquer e, de repente,
no meio de uma frase ou de um movimento
te surpreenderás pensando algo assim como
'estou contente outra vez' "
sábado, 7 de dezembro de 2013
Rubem Alves - Pimentas (frag)
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Efêmero
São efêmeros os laços
tecidos nessa vida.
Ainda assim,
há que mantê-los,
sustentá-los
e acolhe-los.
O amor
aos vivos,
a lembrança
aos mortos,
as dores,
e os sorrisos
de todos.
Há que se apertar
ou afrouxar nós.
Há que se abraçar
ou libertar- nos.
Mas nunca,
de maneira alguma
esquecer
o quão efêmera
a vida pode ser.
12/13
J.A.Cabral
tecidos nessa vida.
Ainda assim,
há que mantê-los,
sustentá-los
e acolhe-los.
O amor
aos vivos,
a lembrança
aos mortos,
as dores,
e os sorrisos
de todos.
Há que se apertar
ou afrouxar nós.
Há que se abraçar
ou libertar- nos.
Mas nunca,
de maneira alguma
esquecer
o quão efêmera
a vida pode ser.
12/13
J.A.Cabral
Bandeira - A vida nos afeiçoa (frag)
"E a vida vai tecendo laços
Quase impossíveis de romper:
Tudo o que amamos são pedaços
Vivos do nosso próprio ser."
Quase impossíveis de romper:
Tudo o que amamos são pedaços
Vivos do nosso próprio ser."
domingo, 1 de dezembro de 2013
sábado, 23 de novembro de 2013
Ira - Dias de luta
Só depois de muito tempo fui entender aquele homem
Eu queria ouvir muito mas ele me disse pouco
Quando se sabe ouvir, não precisam muitas palavras
Muito tempo eu levei pra entender que nada sei... que nada sei
Só depois de muito tempo comecei a entender
Como será meu futuro, como será o seu?
Se meu filho nem nasceu, eu ainda sou o filho
Se hoje eu canto essa canção, o que cantarei depois
Cantar depois.
Se sou eu ainda jovem passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção o que cantarei depois
Só depois de muito tempo comecei a refletir
Nos meus dias de paz
Nos meus dias de luta
Se sou eu ainda jovem passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção, o que cantarei depois
Se sou eu ainda jovem passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção, o que cantarei depois
Eu queria ouvir muito mas ele me disse pouco
Quando se sabe ouvir, não precisam muitas palavras
Muito tempo eu levei pra entender que nada sei... que nada sei
Só depois de muito tempo comecei a entender
Como será meu futuro, como será o seu?
Se meu filho nem nasceu, eu ainda sou o filho
Se hoje eu canto essa canção, o que cantarei depois
Cantar depois.
Se sou eu ainda jovem passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção o que cantarei depois
Só depois de muito tempo comecei a refletir
Nos meus dias de paz
Nos meus dias de luta
Se sou eu ainda jovem passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção, o que cantarei depois
Se sou eu ainda jovem passando por cima de tudo
Se hoje canto essa canção, o que cantarei depois
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Machado de Assis - Esaú e Jacó (frag)
"A música tinha para ela a vantagem de não ser presente, passado ou futuro; era uma cousa fora do tempo e do espaço, uma idealidade pura."
sábado, 16 de novembro de 2013
Saramago - Trecho (rev Maxima, 1990)
Aprendi que o sentimento do amor não é mais nem menos forte conforme as idades, o amor é uma possibilidade de uma vida inteira, e se acontece, há que recebê-lo.
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Thiago de Mello - CANTO DE COMPANHEIRO EM TEMPO DE CUIDADOS
Contigo, companheiro que chegaste,
desconhecido irmão de minha vida,
reparto esta esmeralda que retive
em meu peito no instante fugitivo
mas infinito em que se acaba a infância,
porque a esmeralda não se acaba nunca.
Reparto, companheiro, porque chegas
a este caminho longo e luminoso
mas que também se faz áspero e duro,
onde as nossas origens se abraçaram
dissolvendo-se em paz as diferenças,
engendradas na vida pela força
feroz com que desune o mundo os homens
que feitos foram para cantar juntos
porque só juntos saberão chegar
para a festa de amor que se prepara.
Porque tudo é chegar, meu companheiro
desconhecido, meu irmão que plantas
o grão no escuro e nasce a claridão.
É chegar e seguir, os dois cantando,
os dois e a multidão num só caminho,
em direção ao sol que nos ensina
a ser mais cristalinos, parecidos
ao menino que fomos e que somos
de novo dentro do homem, desde que o homem
seja capaz de repartir seu canto
e um pedaço de sol bem luminoso
a esse desconhecido ser que chega
sem nada: traz apenas a esperança
de ver o amor de perto. E sem ter canto
no peito machucado, de repente
de coração contigo vai cantando,
e vai na vida, a vida desgraçada,
achando uma fé nova enquanto um gosto
de também repartir-lhe sobe na alma:
está no seu caminho e então reencontra
o menino que foi, quando a esmeralda
perdida no seu peito resplandece
de amor geral que se reparte e cresce.
Não sei se canto claro, companheiro.
Em tua vida vive o o povo inteiro:
antes jamais te vi, mas te sabia
perto de mim, quando aprendi na dor
da queimadura do noturno mundo,
que se alçava voraz contra a alegria
e entranhas devorava e em fome e febre
enrolava a vergonha das mulheres
e pela mão levava sob a lua,
de enferma claridade, as ambulantes
manchas de riso em cujo fundo a infância
era uma rosa sórdida já murcha.
O tempo é de cuidados, companheiro.
É tempo sobretudo de vigília.
O inimigo está solto e se disfarça,
mas como usa botinas fica fácil
distinguir-lhe o tacão grosso e lustroso
que pisa as forças claras da verdade
e esmaga os verdes que dão vida ao chão.
O tempo é de mentira. Não convém
deixar livre o menino da esmeralda.
Melhor é protegê-lo da violência
que amarra a liberdade em pleno vôo.
A sombra já desceu, e muitas fauces
famintas se escancaram farejando.
Cuidado, companheiro, esconde a rosa,
espanta a mariposa colorida,
é perigosa esta canção de amor.
Cada um no seu lugar, na sua vez,
não descuidar na espreita do inimigo,
que não dorme jamais e é cheio de olhos.
E derramar a luz, no instante certo,
sobre a garra soturna do seu rosto.
É uma espera que dói, mas o que vale
é ter o coração por cidadela,
acender uma tocha em cada metro
de terra conquistado e trabalhar
melhor, para que o chão floresça mais
e o trigo erga bem alto o seu pendão
para a festa de amor, larga e geral,
onde a fome afinal não vai dançar,
porque não comerão somente eleitos,
porque são todos os que comerão.
É por isso que estamos todos juntos:
a nossa força tem o sortilégio
da seiva torrencial da primavera,
e o nosso amor palpita como os ímpetos
das águas amazônicas profundas.
É cantar, companheiro, e repartir
o que é preciso ser do amor geral.
Ninguém será sozinho nunca mais,
nem na solidão, nem no poder.
Sempre contigo irei, e é quando canto
que te defendo, e deito em tua lâmpada
um azeite que dura a treva inteira
nesses tempos de cinza em que a vigília,
espada em flama erguida como a rosa,
só poderá cessar quando outra vez,
envergonhada, regressar a aurora,
que vai lavar de luz o chão amado,
e seremos de novo e simplesmente
meninos repartindo as esmeraldas.
desconhecido irmão de minha vida,
reparto esta esmeralda que retive
em meu peito no instante fugitivo
mas infinito em que se acaba a infância,
porque a esmeralda não se acaba nunca.
Reparto, companheiro, porque chegas
a este caminho longo e luminoso
mas que também se faz áspero e duro,
onde as nossas origens se abraçaram
dissolvendo-se em paz as diferenças,
engendradas na vida pela força
feroz com que desune o mundo os homens
que feitos foram para cantar juntos
porque só juntos saberão chegar
para a festa de amor que se prepara.
Porque tudo é chegar, meu companheiro
desconhecido, meu irmão que plantas
o grão no escuro e nasce a claridão.
É chegar e seguir, os dois cantando,
os dois e a multidão num só caminho,
em direção ao sol que nos ensina
a ser mais cristalinos, parecidos
ao menino que fomos e que somos
de novo dentro do homem, desde que o homem
seja capaz de repartir seu canto
e um pedaço de sol bem luminoso
a esse desconhecido ser que chega
sem nada: traz apenas a esperança
de ver o amor de perto. E sem ter canto
no peito machucado, de repente
de coração contigo vai cantando,
e vai na vida, a vida desgraçada,
achando uma fé nova enquanto um gosto
de também repartir-lhe sobe na alma:
está no seu caminho e então reencontra
o menino que foi, quando a esmeralda
perdida no seu peito resplandece
de amor geral que se reparte e cresce.
Não sei se canto claro, companheiro.
Em tua vida vive o o povo inteiro:
antes jamais te vi, mas te sabia
perto de mim, quando aprendi na dor
da queimadura do noturno mundo,
que se alçava voraz contra a alegria
e entranhas devorava e em fome e febre
enrolava a vergonha das mulheres
e pela mão levava sob a lua,
de enferma claridade, as ambulantes
manchas de riso em cujo fundo a infância
era uma rosa sórdida já murcha.
O tempo é de cuidados, companheiro.
É tempo sobretudo de vigília.
O inimigo está solto e se disfarça,
mas como usa botinas fica fácil
distinguir-lhe o tacão grosso e lustroso
que pisa as forças claras da verdade
e esmaga os verdes que dão vida ao chão.
O tempo é de mentira. Não convém
deixar livre o menino da esmeralda.
Melhor é protegê-lo da violência
que amarra a liberdade em pleno vôo.
A sombra já desceu, e muitas fauces
famintas se escancaram farejando.
Cuidado, companheiro, esconde a rosa,
espanta a mariposa colorida,
é perigosa esta canção de amor.
Cada um no seu lugar, na sua vez,
não descuidar na espreita do inimigo,
que não dorme jamais e é cheio de olhos.
E derramar a luz, no instante certo,
sobre a garra soturna do seu rosto.
É uma espera que dói, mas o que vale
é ter o coração por cidadela,
acender uma tocha em cada metro
de terra conquistado e trabalhar
melhor, para que o chão floresça mais
e o trigo erga bem alto o seu pendão
para a festa de amor, larga e geral,
onde a fome afinal não vai dançar,
porque não comerão somente eleitos,
porque são todos os que comerão.
É por isso que estamos todos juntos:
a nossa força tem o sortilégio
da seiva torrencial da primavera,
e o nosso amor palpita como os ímpetos
das águas amazônicas profundas.
É cantar, companheiro, e repartir
o que é preciso ser do amor geral.
Ninguém será sozinho nunca mais,
nem na solidão, nem no poder.
Sempre contigo irei, e é quando canto
que te defendo, e deito em tua lâmpada
um azeite que dura a treva inteira
nesses tempos de cinza em que a vigília,
espada em flama erguida como a rosa,
só poderá cessar quando outra vez,
envergonhada, regressar a aurora,
que vai lavar de luz o chão amado,
e seremos de novo e simplesmente
meninos repartindo as esmeraldas.
Depeche Mode - Fly On The Windscreen
A morte está em toda a parte
Para começar há moscas no para-brisas
Para nos
Lembrar
Que poderemos ser despedaçados
Esta noite
A morte está em toda a parte
Há cordeiros para o matadouro
Esperando para morrer
E eu posso sentir
As horas deslizando
Esta noite
Venha cá
Beije-me
Agora
Venha cá
Beije-me
Agora
A morte está em toda a parte
Quanto mais eu olho
Quanto mais eu vejo
Quanto mais eu sinto
Um sentido de urgência
Esta noite
Venha cá toque-me
Beije-me toque-me
Agora toque-me
Toque-me
Há moscas no pára-brisas
Há moscas no pára-brisas
Há moscas no pára-brisas
Venha cá (toque-me )
Beije-me (toque-me)
Agora (toque-me)
(toque-me)
Venha cá (toque-me )
Beije-me (toque-me)
Agora (toque-me)
(toque-me)
domingo, 10 de novembro de 2013
Morrissey - Everyday Is Like Sunday (tradução)
Arrastando-se devagar sobre a areia molhada
De volta ao banco
Onde suas roupas foram roubadas
Esta é a cidade costeira
Que esqueceram de interditar
Armagedon - venha, Armagedon!
Venha, Armagedon! venha!
Todo dia é como domingo
Todo dia é silencioso e cinza
Esconder-se no calçadão
Rabiscar em um cartão-postal
"Como eu adoraria não estar aqui"
Nesta cidade litorânea
...que esqueceram de bombardear
Venha! venha! venha - bomba nuclear!
Todo dia é como domingo
Todo dia é silencioso e cinza
Arrastando-se de volta sobre seixos e areia
E uma poeira estranha pousa sobre suas mãos
(E sobre seu rosto
Sobre seu rosto...
Sobre seu rosto...
Sobre sue rosto...)
Todo dia é como domingo
"Concorra e ganhe uma bandeja barata"
Divida um pouco de chá engordurado comigo
Todo dia é silencioso e cinza
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Fernando Pessoa - Livro do Desassossego (frag 117)
(...)
Toda a literatura consiste num esforço para tornar a vida real. Como todos sabem, ainda quando agem sem saber, a vida é absolutamente irreal, na sua realidade directa; os campos, as cidades, as ideias, são coisas absolutamente fictícias, filhas da nossa complexa sensação de nós mesmos. São intransmissíveis todas as impressões salvo se as tornarmos literárias. As crianças são muito literárias porque dizem como sentem e não como deve sentir quem sente segundo outra pessoa. Uma criança, que uma vez ouvi, disse, querendo dizer que estava à beira de chorar, não "Tenho vontade de chorar", que é como diria um adulto, isto é, um estúpido, senão isto: "Tenho vontade de lágrimas". E esta frase, absolutamente literária, a ponto de que seria afectada num poeta célebre, se ele a pudesse dizer, refere resolutamente a presença quente das lágrimas a romper das pálpebras conscientes da amargura líquida. "Tenho vontade de lágrimas"! Aquela criança pequena definiu bem a sua espiral.
Dizer! Saber dizer! Saber existir pela voz escrita e a imagem intelectual! Tudo isto é quanto a vida vale: o mais é homens e mulheres, amores supostos e vaidades factícias, subterfúgios da digestão e do esquecimento, gentes remexendo-se, como bichos quando se levanta uma pedra, sob o grande pedregulho abstracto do céu azul sem sentido.
Toda a literatura consiste num esforço para tornar a vida real. Como todos sabem, ainda quando agem sem saber, a vida é absolutamente irreal, na sua realidade directa; os campos, as cidades, as ideias, são coisas absolutamente fictícias, filhas da nossa complexa sensação de nós mesmos. São intransmissíveis todas as impressões salvo se as tornarmos literárias. As crianças são muito literárias porque dizem como sentem e não como deve sentir quem sente segundo outra pessoa. Uma criança, que uma vez ouvi, disse, querendo dizer que estava à beira de chorar, não "Tenho vontade de chorar", que é como diria um adulto, isto é, um estúpido, senão isto: "Tenho vontade de lágrimas". E esta frase, absolutamente literária, a ponto de que seria afectada num poeta célebre, se ele a pudesse dizer, refere resolutamente a presença quente das lágrimas a romper das pálpebras conscientes da amargura líquida. "Tenho vontade de lágrimas"! Aquela criança pequena definiu bem a sua espiral.
Dizer! Saber dizer! Saber existir pela voz escrita e a imagem intelectual! Tudo isto é quanto a vida vale: o mais é homens e mulheres, amores supostos e vaidades factícias, subterfúgios da digestão e do esquecimento, gentes remexendo-se, como bichos quando se levanta uma pedra, sob o grande pedregulho abstracto do céu azul sem sentido.
domingo, 3 de novembro de 2013
sábado, 2 de novembro de 2013
Radiohead - How To Disappear Completely (traduçao)
Aquele ali
Aquele não sou eu
Eu vou
Onde bem entender
Atravesso paredes
Flutuo pelo rio Liffey
Eu não estou aqui
Isso não está acontecendo
Eu não estou aqui
Eu não estou aqui
Num momento
Eu partirei
O momento já passou
Sim, já foi
E eu não estou aqui
Isso não está acontecendo
Eu não estou aqui
Eu não estou aqui
Luzes estroboscópicas e alto-falantes estourados
Fogos de artifício e furacões
Eu não estou aqui
Isso não está acontecendo
Eu não estou aqui
Eu não estou aqui
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
David Bowie - The Dreamers (tradução)
Corvos de olhos negros
Eles descem em espiral
Inclinam a cabeça para trás
Para a chama do pôr do sol
Levantam suas armas no alto
Enquanto o escuro cai
Esses são os dias, garotos.
Homem supérfluo
Homem supérfluo (homem supérfluo) e eles
Comem nas portas com a cabeça inclinada
E está sempre em declínio
Ninguém escuta mais
Assim, ele encolhe enquanto voam
Sob o céu vermelhão.
Lá vai ele (lá vai ele)
Apenas um caçador (lá vai ele)
Alma solitária (lá vai ele)
O último dos sonhadores (lá vai ele)
Homem supérfluo
Homem supérfluo
Conversa com as sombras
Move suas mãos trêmulas
E está sempre um pouco atrasado
Para o amanhecer do dia
Lá vai ele (lá vai ele)
Apenas um caçador (lá vai ele)
Alma solitária (lá vai ele)
O último dos sonhadores (lá vai ele)
(lá vai ele) Apenas um caçador
(lá vai ele) Alma solitária
(lá vai ele) O último dos sonhadores (lá vai ele)
(lá vai ele) Apenas um caçador
(lá vai ele) Alma solitária
(lá vai ele) O último dos sonhadores (lá vai ele)
(lá vai ele)
(lá vai ele)
(lá vai ele)
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Fernando Pessoa - Livro do Desassossego (frag 115)
Assim organizar a nossa vida que ela seja para os outros um mistério, que quem melhor nos conheça, apenas nos desconheça de mais perto que os outros. Eu assim talhei a minha vida, quase que sem pensar nisso, mas tanta arte instintiva pus em fazê-lo que para mim próprio me tornei uma não de todo clara e nítida individualidade minha.
sábado, 28 de setembro de 2013
Depeche Mode - Never Let Me Down Again(traduçao)
Eu estou dando uma volta com meu melhor amigo
Eu espero que ele nunca me desaponte de novo
Ele sabe onde está me levando
Levando-me aonde eu quero estar
Eu estou dando uma volta com meu melhor amigo
Nós estamos voando alto
Nós estamos vendo o mundo passar por nós
Nunca quero descer
Nunca quero por de volta meus pés no chão
Eu estou dando uma volta com meu melhor amigo
Eu espero que ele nunca me desaponte de novo
Promete-me que estou seguro como casas
Desde que eu me lembre de quem está usando as calças
Eu espero que ele nunca me desaponte de novo
Nós estamos voando alto
Nós estamos vendo o mundo passar por nós
Nunca quero descer
Nunca quero por de volta meus pés no chão
Nós estamos voando alto
Nós estamos vendo o mundo passar por nós
Nunca quero descer
Nunca quero por de volta meus pés no chão
Nunca me desaponte, nunca me desaponte
Nunca me desaponte, nunca me dasaponte
Veja as estrelas brilhando
Tudo esta bem hoje
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
John Green - A culpa é das estrelas (frag.)
Eu estou apaixonado por você e não quero me negar o simples prazer de compartilhar algo verdadeiro. Eu estou apaixonado por você, e sei que o amor é um grito no vácuo, e que o esquecimento é inevitável, e que estamos, todos nós, condenados ao fim, e que haverá um dia em que tudo o que fizermos voltará ao pó, e sei que o Sol vai engolir a única Terra para chamar de nossa, e eu estou apaixonado por você.
domingo, 22 de setembro de 2013
Heroes
Nós poderíamos ser heróis
se voce parasse de apagar incendios
deixar as chamas consumirem tudo
deixar o medo destruir os telhados
as cinzas voando com nossos sonhos
poeira fumacenta sujando os cabelos
e eu só queria que o mundo acabasse.
Mas não dá para correr o tempo todo
fugir de tudo, todas as vezes,
e seríamos heróis, só essa noite,
se você deixasse o fogo aumentar
cada árvore inflamada pelo vento
cada centelha de esperança morrendo
e eu só queria que o mundo acabasse.
J.A.Cabral 9/13
se voce parasse de apagar incendios
deixar as chamas consumirem tudo
deixar o medo destruir os telhados
as cinzas voando com nossos sonhos
poeira fumacenta sujando os cabelos
e eu só queria que o mundo acabasse.
Mas não dá para correr o tempo todo
fugir de tudo, todas as vezes,
e seríamos heróis, só essa noite,
se você deixasse o fogo aumentar
cada árvore inflamada pelo vento
cada centelha de esperança morrendo
e eu só queria que o mundo acabasse.
J.A.Cabral 9/13
David Bowie - Heroes (tradução)
Eu, eu serei rei
E você, você será rainha
Embora nada os afaste
Nós podemos vencê-los, apenas por um dia
Nós podemos ser heróis, apenas por um dia
E você, você pode ser mau
E eu, eu vou beber o tempo todo
Porque somos amantes, e isso é um fato
Sim, somos amantes, e isso é que
Embora nada, nos mantenha juntos
Nós poderíamos enganar o tempo, apenas por um dia
Nós podemos ser heróis, para todo o sempre
O que você diz?
Eu, eu gostaria que você pudesse nadar
Como os golfinhos, como os golfinhos podem nadar
Embora nada, nada vai nos manter juntos
Nós podemos vencê-los, para todo o sempre
Oh, nós podemos ser heróis, apenas por um dia
Eu, eu serei rei
E você, você será rainha
Embora nada os afaste
Nós podemos ser heróis, apenas por um dia
Nós podemos ser nós, apenas por um dia
Eu, eu me lembro (eu me lembro)
De pé, junto à parede (na parede)
E as armas, disparou acima de nossas cabeças (sobre nossas cabeças)
E nós nos beijamos, como se nada pudesse cair (nada
Poderia cair)
E a vergonha, estava do outro lado
Oh nós podemos vencê-los, para todo o sempre
Então poderíamos ser heróis, apenas por um dia
Nós podemos ser heróis
Nós podemos ser heróis
Nós podemos ser heróis
Só por um dia
Nós podemos ser heróis
Nós não somos nada, e nada vai nos ajudar
Talvez estejamos mentindo, então é melhor não ficar
Mas poderia ser mais seguro, apenas por um diaoh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, só por um dia
Oh-oh-oh-ohh, oh-oh-oh-ohh, apenas por um dia
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