segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Verlaine - No Ermo da mata (frag.)

No ermo da mata o som da trompa ecoa,
Vem expirar embaixo da colina.
E uma dor de orfandade se imagina
Na brisa, que em labridos erra à toa.
A alma do lobo nessa voz ressoa...

Enche os vales e o céu, baixa à campina,
Numa agonia que à ternura inclina
E que tanto seduz quanto magoa.
Para tornar mais suave esse lamento,
Através do crepúsculo sangrento,
Como linho desfeito a neve cai.

Tão brando é o ar da tarde, que parece
Um suspiro do outono.
E a noite desce
Sobre a paisagem lenta que se esvai.

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