segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Órion

Numa cidade na Grécia vivia Hireu, um camponês que habitava uma simples casa de barro. Hireu, assim como seus pais, era imigrante e há tempos atrás haviam chegado à região. Seus pais adquirem um sítio e um touro, para que pudessem arar a terra, plantar e vender alimentos. Num terrível terremoto seus pais morrem e Hireu, ainda jovem assume a terra. Tempos depois ele se casa, apaixonado que estava por uma jovem. Pensava assim constituir família e fazer valer o nome de sua família. Pouco tempo após o casamento um novo terremoto leva sua jovem esposa. Cheio de amargor pela vida, promete nunca mais se unir a nenhuma outra pessoa, enterrando sua mulher amada no fundo do terreno.

Zeus (Júpiter) acompanhado de Poseidon (Netuno) e Hermes (Mercúrio), estavam na Terra e precisavam pernoitar em algum lugar. Zeus ordena a Hermes que procurasse um lugar onde pudessem pousar por uma noite. Hermes encontra a casa de Hireu e comunica aos deuses ter encontrado um lugar ideal. Indo até lá, pedem a Hireu que os acolhesse. Espantado, concorda, temendo negar e enfurecê-los. Para homenagear os deuses, Hireu oferece seu touro em sacrifício. Sensibilizados os deuses permitem-lhe um desejo. Desejando ter um filho para dar continuidade ao seu nome, ele pede um filho. Zeus, Poseidon e Hermes implantam uma gota de sêmen de cada um no couro do touro morto, e fazem Hireu enterrá-lo. Zeus o orienta que esperasse nove meses e seu desejo seria concedido. Após este período, surge, de um terremoto, na cova onde estavam os restos do touro, Órion, o gigante caçador.
Concebido sem mãe e nascido dos restos de um animal, sua alma permanece primitiva, mas com força, velocidade e sentidos aguçados, mas sem sentimentos morais. Estranho que era não tinha amigos, a não ser um certo Enopião, fabricante de vinhos. Certo dia, Órion, animalescamente, estupra a mulher de Enopião, Mérope. Em vingança, Enopião embriaga Órion e vaza seus olhos, tão necessários à sua função de caçador. Passa a errar sem destino, até que encontra Hefestos (Vulcano), que consultando um oráculo, o aconselha a expor seus olhos ao deus Hélios (o Sol) para receber de volta a luz em seus olhos. Pela manhã o deus Hélios aparece no horizonte, que entrega um feixe de raios solares à deusa Aurora que inicia a distribuição sobre a vegetação ainda molhada pelo orvalho. Os raios solares entram nos olhos de Órion e ele recupera a visão.

Com os olhos ardentes de fogo, vê à sua frente a deusa Aurora, que se apaixona e deita com ele. Órion deduz serem as mulheres fáceis e inferiores. Resolve voltar e se vingar de Enopião, mas no caminho encontra Artemis (Diana, a caçadora) e tenta seduzi-la e penetrar em seus mistérios. Na luta contra o desejo de Órion, Artemis bate uma clava no chão lodoso, surgindo das profundezas um animal terrível e venenoso, um escorpião, que persegue Órion. Alcançando-o, desfere uma ferroada em seu coração e o mata. Essa cena é imortalizada no céu na constelação de Órion, tendo ao seu lado o temido escorpião.

Nenhum comentário: