quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Cruz e Souza - Triste

Vai-se extinguindo a viva labareda
Que te abrasava o coração ridente...
Passas magoada pela rua e a gente
Umas converses funerais segreda.

Não tens no olhar o sangue q’embebeda,
Foram-se as rosas do viver contente...
Segues, agora, pobre flor -- somente
Da sepultura a essencial vereda.

E vem chegando o tenebroso inverno...
Mas nesse mal devorador e eterno,
Teu organismo já não mais resiste

Às punhaladas da estação de gelo...
E acabará como eu nem sei dizê-lo,
Triste, bem triste, pesarosa, triste!

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