domingo, 12 de outubro de 2008

Devaneios poéticos

I

Uma vez tive um sonho
flores no chão e papéis espalhados na mesa
na janela as estrelas brilhavam
em uma longa noite de outubro
as cortinas balançavam ao ritmo do vento.


Uma canção entoada pela lua
Sonhando com as árvores brancas
Minha mente em delírios poéticos
Correndo bosques negros de mistério e terror

Os sonhos não param, são um eterno devaneio
Grama verde sobre a terra castanha
flores no chão e papéis espalhados pela mesa

Uma aurora dourada, alvorada celeste
Água cristalina em pedras pré-históricas
Luz maternal dos olhos da manhã
Em uma longa noite de outubro
E os papéis espalhados na mesa
E as flores, jogadas no chão.


II






No silêncio noturno
quebrado apenas pelo coachar dos sapos
Ela vai caminhando
Caminhando entre as pedras
A menina do vestido branco
Caminha pela floresta negra
Entre as sombras das árvores e as folhas no chão

Borboletas entre seus cabelos brincam
Seus olhos são estrelas azuis
Mergulhada num mundo encantado
Onde sua inocência nunca será quebrada

O vestido branco está pequeno
A menina cresceu
E logo, já não será mais menina
Será uma mulher

Não usa mais branco porque engorda
Na floresta não tem mais tempo de entrar
Suas borboletas se foram
Junto com as estrelas de seus olhos
Olhos que agora são cinza chuva
E sua inocência está em pedaços
No silêncio noturno.


III



Frio cortante da madrugada
A cidade dorme em paz
Na noite gelada de inverno
com sua música glacial embalando seus sonhos
No bosque negro das poesias
Sombrias aves voam entre as estrelas
A lua reflete sua pálida imagem
No lago de águas calmas

Devaneio ilimitado
Sonhos de inverno
Poemas naturais da mente adormecida
Luz brunca no céu negro

A madrugada é um livro
Lendo suas páginas gélidas
Em letras cor de luar
Apreciando sua história milenar
O mundo é tão grande
Mas cabe em um simples sonho...
J.A.Cabral 10/06

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