São Francisco de Assis nascido Francesco Bernardone, (Assis, 26 de setembro de 1181 — 3 de Outubro de 1226) foi um frade católico, fundador da "Ordem dos Frades Menores", mais conhecidos como Franciscanos. Foi canonizado em 1228 pela Igreja Católica.
Seu nome de batismo era inicialmente Giovanni Bernardone (João Bernardone), dado pela mãe provavelmente em homenagem a João Evangelista. Seu pai, Pedro Bernardone, o altera para Francesco Bernardone. Por razões ainda controversas, acredita-se que o nome seria uma homenagem à França, país com quem o pai mantinha relações comerciais. Outra possibilidade é que talvez sua mãe fosse de origem francesa. Em Assis o menino ficou conhecido como Francisco, ou seja o "pequeno francês".
Certa vez, antes de sua final conversão, teve a visão de um esplêndido palácio, em que encontrou toda sorte de armas e uma noiva belíssima.
No sonho, foi chamado pelo nome de Francisco e seduzido pela promessa de possuir todas aquelas coisas. Tentou, por isso, ir à Apúlia para entrar no exército e, tendo preparado com muita largueza tudo que era preciso, apressou-se para receber o grau da honra militar.
Seu espírito carnal sugeria-lhe uma interpretação carnal da visão que tivera, quando nos tesouros da sabedoria de Deus ocultava-se algo muito mais preclaro. Foi assim que, uma noite, estando a dormir, alguém lhe falou pela segunda vez em sonhos, interessado em saber para onde estava indo. Contou-lhe seus planos e disse que ia combater na Apúlia, mas foi solicitamente interrogado por ele:
- "Quem te pode ser mais útil: o senhor ou o servo?"
- "O senhor", respondeu Francisco.
E ele: "Então, por que preferes o servo ao senhor?"
- "Que queres que eu faça, Senhor (cfr. At 9,6)?" perguntou Francisco.
E o Senhor responde:
- "Volta para a terra em que nasceste (cfr. Gn 32,9), porque é espiritualmente que vou fazer cumprir a visão que tiveste".
Refeito da grave doença e em período de transição que mudará sua vida, encontrava-se caminhando fora da cidade, quando viu um leproso vindo na sua direção, ficou apavorado, pois tinha horror desta doença, quis fugir, mas manteve-se firme, dirigiu-se ao doente, beijou-lhe as mãos e o rosto, em demonstração de afeto e encheu-lhe a bolsa de moedas, com generosidade.
Ao retirar-se sentiu-se vitorioso e voltou-se para ver uma vez mais o estranho, não logrou perceber figura alguma na estrada, o homem desaparecera misteriosamente.
Após este fato sente o chamado de Deus, mas não muito, ainda viria o Segundo chamado Divino. São Francisco costumava orar numa velha e abandonada capela, São Damião, frente a um crucifixo repetia fervorosamente: "Concedei-me Senhor, que Vos conheça, para poder agir sempre segundo a vossa luz e de acordo à vossa Santíssima vontade".
Um dia, orando nas ruínas da Igreja de São Damião, ante a imagem do Cristo Crucificado, pareceu-lhe ouvir claramente:
"Francisco, não vês que a minha casa está em ruínas? Restaura-a para mim!".
Pensando tratar-se do velho templo onde se achava, agiu de pronto, contando para a reforma com o dinheiro de seu pai, que tinha em suas mãos.
Ano de 1206
Comparece ante o Bispo Dom Guido III acusado pelo pai de furto, devolve ao genitor o que lhe pertence, até as roupas e se declara servo de Deus. Pede ao Bispo sua bênção e abandona a cidade em busca dos caminhos do Senhor. É o começo da sua vida religiosa. O Bispo vê nesse gesto o chamado do Altíssimo e se torna seu protetor pelo resto da vida.
São Francisco renuncia à todos os bens que o prendiam neste mundo, veste-se como eremita e começa a restaurar a Capela de São Damião e a cuidar dos leprosos. Sofre e luta da forma mais intensa; ele, que teve de tudo, abraça a pobreza, deve primeiramente vencer-se a si mesmo, para logo pedir esmolas. Ora e trabalha incessantemente.
São Francisco dizia: "O trabalho, embora humilde e simples, confere honra e respeito e sempre será um mérito ante Nosso Senhor".
Seis anos mais tarde, a capela restaurada será o lar das Damas Pobres de Santa Clara.
Ano de 1208
Restaura a igreja de Sta. Maria de Anjos (porciúncula). (A pequena igreja ainda é preservada até os dias de hoje no interior da grande Basílica de São Francisco em Assis, erigida posteriormente por frei Elias.)
Restaura também a igreja de São Pedro.
Persuadido de que sua missão principal era a de restaurar e construir igrejas zelava ardentemente pelos lugares em que se celebravam os Santos Mistérios.
Um dia, na missa de São Matias, escuta o Evangelho sobre a Missão Apostólica. Se sente tocado e passa então a caminhar pelos povoados pregando a palavra de Deus de maneira simples e passa a viver de esmolas.
Ano de 1209
Fundou em 16 de Abril de 1209, com doze discípulos, a família dos doze irmãos menores, que viria a ser conhecida como a Ordem dos Frades Menores.
Os primeiros irmãos que recebe são:
* Frei Bernardo de Quintavalle, que será mais tarde seu sucessor, homem de grande fortuna que abandona tudo para seguir São Francisco.
* Frei Pedro Cattani, cônego e conselheiro legal de Assis, homem de esmerada cultura, instrução e dotado de grande inteligência.
* E o irmão Leão, que será sempre e em todas as horas fiel companheiro.
Ano de 1210
Com 11 irmãos vai a Roma, levando uma breve Regra (que se perdeu). O Papa Inocêncio III admirado, ouve sua exposição do programa de vida, mas com regras tão severas fica indeciso e decide esperar para aprová-las oficilmente. Assim, aprova as regras apenas verbalmente.
Conta-se que dias mais tarde, em sonhos, o Papa teve uma iluminação sobre a missão destinada por Deus à Francisco (e diz-se que este Papa foi enterrado com vestes Franciscanas).
Francisco instala-se com seus irmãos em Rivotorto, perto de Assis, num rancho abandonado, próximo de um leprosário. Esta mísera residência foi a primeira casa dos irmãos Franciscanos. Tiveram lá uma vida difícil, assinalada por duras provas.
Apesar do espírito de renúncia e sacrifício que deveria existir na vida de seus filhos espirituais, São Francisco pregava que um servo de Deus não podia manifestar tristeza, desânimo ou impaciência. Na alegria da vida, o Santo via a fortaleza da alma cristã, força que devia levar aos desamparados e todos àqueles que sofriam provações.
Irradia a luz Franciscana para toda a Itália. São enviados missionários à todo o Continente Europeu. Em muitos lugares são maltratados e sofrem todos os tipos de dificuldades, muitas vezes não sabem falar o idioma local.
São Francisco orava e trabalhava sem cessar, assistia as viúvas, às crianças famintas e a todos os excluídos, fosse no campo, nas cidades ou nos mosteiros. Orava intensamente pela conversão dos pecadores, proclamava a paz, pregando a salvação e a penitência para remissão dos pecados, resolvia conflitos, desavenças, estabelecendo sempre a harmonia em nome do Senhor.
Compreendia a dor e o sofrimento, pelo amor a Deus. Considerava-se um pecador, o mais miserável dos homens, vivia em penitência e jejum, renunciava às todas as comodidades. Era severíssimo consigo mesmo, mas aos seus filhos espirituais não permitia que fizessem demasiada penitência nem jejum, pedia sempre que imperasse a virtude da moderação, para assim poder melhor servirem a Deus.
Ano de 1212
Os Clunicenses de Assis cederam-lhes um pouco de terreno, a porciúncula, e os Franciscanos construíram ali as suas choças.
Os Beneditinos oferecem-lhe a pequena igreja de Santa Maria dos Anjos, a Porciúncula, pois eram muitos os homens que atraídos pela vida de pureza do Santo, queriam ser acolhidos na Ordem.
Esta seria o berço da ordem Franciscana, os frades renovam solenemente seus votos: o Santo os chama de "Frades Menores" porque sempre serão pobres e humildes. Desejava que fossem puros e livres das coisas deste mundo e tivessem o coração e a mente dominados pelo desejo de Deus.
Trabalhavam com suas próprias mãos para alcançar os meios de subsistência e só em último caso pediam ajuda a outros. Jamais deveriam possuir bens de qualquer natureza, assim não teriam correntes que os prendessem à terra.
Adotaram como trajes o vestuário dos humildes: uma túnica grossa de lã, amarrada por uma corda na cintura, e sandálias. Suas humildes túnicas amarradas por um simples cordão levam até hoje três nós que significam seus votos: Pobreza, Obediência e Castidade. A sua missão consistia em praticar e pregar simplicidade e amor a Deus e a caridade cristã.
Em 1212 recolhe junto de si Clara d'Offreducci, que viria a ser conhecida como Santa Clara. Com algumas companheiras que perseguiam o mesmo ideal de simplicidade fundam neste mesmo ano a Ordem das Pobres Damas, conhecida também como Ordem Segunda Franciscana ou Ordem das Clarissas, destinada às mulheres que desejassem deixar o mundo, numa dedicação exclusiva à Deus, para uma vida de oração e de pobreza.
Ano de 1213
O Conde Orlando de Chiusi oferece a São Francisco um monte chamado Alverne, para servir de eremitério, retiro e oração. É aqui que São Francisco receberá no fim da vida os sagrados estigmas.
Ano de 1215
Faz amizade com São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Pregadores. Por ocasião do Concílio de Latrão em 1215 encontram-se em Roma, Francisco e Domingos.
Ao sair de uma igreja Domingos viu Francisco, reconhecendo de imediato o homem predestinado por Deus para a restauração da Igreja Universal. Sentiram uma profunda atração e uma santa amizade uniu aquelas duas almas, que tanto bem deveriam fazer para a humanidade.
Os dois receberam do Papa Inocêncio III, em Roma, no ano de 1215 a incumbência de um trabalho gigantesco para a glória de Deus e salvação das almas.
Ano de 1216
Obtém do Papa Honório III, sucessor de Inocêncio III e a pedido do próprio São Francisco uma Indulgência para a Igreja de Santa Maria dos Anjos.
Ato bastante audacioso do Santo pois a Indulgência só era dada aos peregrinos da Terra Santa e aos Cristãos que iam às Cruzadas.
Do Ano de 1217 a 1219
Francisco leva o Evangelho aos povos sarracenos. Efetuam-se grandes missões ao exterior.
São Francisco visita o Santuário de Santiago de Compostela, na Espanha.
Vai de navio a Marrocos, no Egito atravessa as linhas inimigas e vai ao acampamento do Sultão do Egito Melek el Kamel, guerreiro temido pela sua crueldade, que comandava as forças Muçulmanas nas Cruzadas contra os Cristãos. O Sultão fica surpreso com o audaz visitante, mantém longas conversas com ele e pede para que fique ali. São Francisco responde: "De bom grado fico se te convertes ao Cristianismo e pedes o mesmo ao teu povo".
Em Damieta, São Francisco se encontra com os Cristãos que faziam parte das Cruzadas e que tinham sido derrotados pelos Muçulmanos. Cuida dos feridos, prega a palavra de Deus, levando a todos conforto espiritual. Conta-se que nessa batalha morreram 6.000 cristãos.
Em Marrocos, 5 de seus missionários são mortos e decapitados, foram os primeiros mártires da família Franciscana, posteriormente, em 1481, são canonizados pelo Papa Sisto IV. Até hoje os Frades Menores encontra-se presentes em todo o Oriente, trabalhando pela Paz e a conversão.
Os Frades Menores ganharam a custódia do Santo Sepulcro em Jerusalém, obra que causa admiração aos cristãos do mundo inteiro, esta conquista se deve a suas Santas Missões, orações e obras de caridade.
Em sua volta do Oriente, por onde passa São Francisco estabelece a paz, converte os incrédulos e opera inúmeros milagres através da oração. Em todas as cidades lhe prestam homenagem, mas ele se mantém sempre humilde e em penitência, com uma vida cheia de amor, fé e obras. Em Bolonha instala seu primeiro hospital.
Conhece Santo Antônio de Pádua, que havia sido cônego de Santo Agostinho e se tornado um Frade Menor. Mais tarde, São Francisco lhe pede numa carta que ensine Teologia aos frades mas que não se apague o espírito da oração e devoção como mandava a Regra.
Na sua humildade, buscava unir-se sempre mais a Deus, desejando a confraternização de todos os seres, sem distinção de raça, credo ou cor.Pobres e ricos, poderosos e humildes, rudes e letrados entravam em grande quantidade para a Ordem.
Ano de 1221
Funda a Ordem Terceira, constituída por membros leigos, procurando criar um instrumento de concórdia e de bem estar social.
Nesse mesmo ano é aprovada a terceira Regra, chamada de Regra Bulada (aprovada) que impera até hoje. O texto original conserva-se como relíquia no Sacro Colégio de Assis, outra cópia, com a aprovação Papal se encontra no Vaticano.
Ano de 1224
O Frei Elias fica sabendo em sonhos que São Francisco só terá mais dois anos de vida. Neste mesmo ano o Santo de Assis nomeia o próprio Frei Elias vigário, para suceder o Frei Pedro Cattani, falecido há pouco.
São Francisco inspirado por Deus junto com o Irmão Leão, seu fiel companheiro e confessor e outros Frades retira-se ao Monte Alverne já bastante doente, preparando-se para a quaresma de oração e jejum e a festa de São Miguel Arcanjo, vive em louvor a Deus passando noites e dias inteiros em oração, só um pedaço de pão e água que o irmão Leão lhe levava.
Conta-se que quando ia para o Eremitério, na longa caminhada de Assis ao monte Alverne, um pobre homem que levava Francisco em seu jumento, lastimava-se dolorosamente: "Estou morrendo de sede, se não beber água vou morrer!". O Santo compadecido e vendo o lugar tão árido, composto só de pedras e cascalho, desceu do jumento e ficou em fervorosa oração, logo disse ao homem: "Corre para trás daquela pedra, ali encontrarás água viva, que neste momento Cristo com sua força, misericórdia e poder fez nascer".
No monte Alverne falou aos irmãos: "Sinto aproximar-me da morte e desejo permanecer solitário, recolher-me com Deus para lamentar meus pecados".
O Frei Leão contava que muitas vezes viu São Francisco em êxtase adorando a Deus em visões celestiais. Em uma oportunidade viu que São Francisco falava diante de uma resplandecente chama, outra vez disse que viu o Santo extrair algo de seu peito para oferecer a Deus.
O Frei Leão perguntou depois a São Francisco o que significava aquilo, e ele respondeu:
"Meu irmão, naquela chama que viste estava Deus, o qual daquela maneira me falava, como antigamente o fez com Moisés, e entre outras coisas me pediu para lhe oferecer três coisas, e eu lhe respondi: Senhor meu, Tu sabes bem que só tenho o hábito, o cordão e uma pobre veste e ainda estas três coisas são Tuas, que posso, pois Te oferecer Senhor?"
"Então Deus me disse: Procura no teu peito e oferece-me o que encontrares. Levei a mão ao coração e encontrei uma bola de ouro e a ofereci a Deus e assim fiz por três vezes, segundo Deus me ordenara! Imediatamente pude compreender que aquelas três oferendas significavam: a Santa Obediência, a Altíssima pobreza e a Esplêndida Castidade".
Noutra ocasião o próprio São Francisco, ainda deslumbrado, contou a Frei Leão que viu-se cercado de inúmeros anjos, um deles tocava em delicado violino uma maravilhosa música e que se o anjo continuasse com os acordes da celeste melodia, ele certamente teria deixado a vida terrena, para participar das harmonias eternas. Na solidão em que desejou ficar o Santo também teve momentos de difíceis provações.
Nos estados contemplativos, eram-lhe revelados por Deus, não somente coisas do presente, mais também do futuro, assim como, por exemplo, as dúvidas, os secretos desejos e pensamentos dos irmãos.
Frei Leão numa hora amarga quando sofria tentações, recebeu uma preciosa bênção para qualquer doença do espírito. Uma bênção assinada com um simples Tau, que representa o símbolo da cruz, o amor a Cristo, também é o signo dos que são amados por Deus, São Francisco tinha grande veneração por este símbolo e nas suas cartas assinava com ele. Tau é a transformação, o equilíbrio, o trabalho, a conversão interior que o homem deve sofrer para unir-se às coisas superiores.
São Francisco amava tanto o Cristo crucificado que pediu ardentemente duas graças: que antes de morrer pudesse ele mesmo sentir na alma e no corpo o amor e o sofrimento da paixão.
O Santo de Assis alcançou essas duas graças. Ele pode ver no céu, um Serafim todo resplandecente de luz que se lhe aproximou e então recebeu os estigmas de Cristo, transpassando-lhe os pés e as mãos. Isto se deu em 14 de Setembro de 1224.
Ano de 1225
São Francisco retorna a Sta. Maria dos Anjos, muito doente e quase cego, muitos foram os milagres realizados com seus estigmas. A corte papal envia-lhe médico para tratamento mas nada resolve. Sabendo-se próximo da morte, desde a planície lança uma bênção sobre Assis, compõe o "Cântico ao Sol" e dita seu testamento.
Francisco morre, rodeado de seus Filhos Espirituais. Fez ler o Evangelho e na Última Ceia abençoa seus filhos espirituais presentes e futuros. Foi sepultado na Igreja de São Jorge na cidade de Assis.
Ano de 1228
A dois anos da sua morte é canonizado pelo próprio Papa Gregório IX no dia 16 de Julho de 1228, que vai a Assis.
Conta-se que inicialmente o Papa Gregório IX duvidou da veracidade da chaga do lado de São Francisco. Conforme depois relatou, apareceu-lhe uma noite São Francisco e erguendo um pouco o braço direito, descobriu a ferida do lado e o Papa viu o sangue com água que saía da ferida, assim toda dúvida foi apagada.
Ano de 1230
Com a construção da nova Basílica na cidade de Assis, que recebe seu nome como formas de homenagear o Santo nascido nesta cidade, suas relíquias foram transladadas para o altar deste templo sagrado.
São Francisco sempre foi um grande devoto da Santíssima Virgem Maria, prestou-lhe sempre homenagem. Foram os Franciscanos os promulgadores da devoção da Imaculada Conceição. O dogma foi promulgado em 1854. A virgem Maria representava para São Francisco as portas do céu, ela lhes oferecia o diurno auxílio na senda espiritual.
Sua contribuição
Após renunciar ao mundo em 1206, Francisco fez penitência durante dois anos e lançou-se a pregar em linguagem simples e ardorosa.
Francisco amava e respeitava todas as pessoas, ao mesmo tempo, que protegia animais e plantas aos quais chamava, carinhosamente, de irmãos. Para ele, também a chuva, o vento e o fogo deveriam ser reverenciados e respeitados como irmãos. São Francisco considerado o santo mais amigo dos animais, teve entretanto algumas uma citações sobre animais como se humanos fossem, inclusive exarcebando sua compreensão e paz. Certa vez disse ser um passarinho guloso, o Santo o amaldiçoou, disse que este pássaro morreu afogado, e não ouve gato, ou qualquer outro animal que o quisesse comer. Esta foi a única citação de sem sua história. Santa Clara entretanto tinha uma gata, que inclusive chamavam de Irmã Gatinha e que acompanhava as Irmães, inclusive ao coro. Tanto que a "Irmã Gatinha" teve a honra de ser citada no processo de canonização de Santa Clara. [1]
São Francisco é respeitado por várias religiões pela sua mensagem de paz. Ficou famosa uma oração atribuída a ele que começa com os dizeres "Senhor, fazei-me instrumento de Vossa paz...". Embora não haja certeza de sua autoria, ela reflete mais que qualquer outra os ensinamentos e a vida desse grande homem, reconhecido como santo no mundo todo e adotado como patrono da ecologia e da paz.
O Santo de Assis aceitou os percalços e as vicissitudes da vida terrena, numa demonstração de coragem e de fé inabalável, sempre aceitou tudo se colocando dentro da virtude da humildade, e de todas as graças dadas pelo Espírito Santo, nenhuma é mais preciosa do que a da renúncia. O maior dom de Deus é o da vitória sobre o amor próprio. É feliz todo aquele que suporta todos os sofrimentos por amor a Deus.
Em toda sua vida religiosa espalhou o amor universal, a caridade, a paz e a humildade, levando felicidade a muitas almas, quantas vezes no fim da sua vida, doente estigmatizado e quase cego visitava cidades e aldeias pregando as verdades evangélicas, atendia os pobres, os leprosos e necessitados, com seu coração cheio de santas consolações pedindo a paz, jamais dando por terminada sua missão terrena e desejando ainda servir a Deus.
Nunca consumia mais que o mínimo necessário para viver e incentivava a todas as pessoas a fazerem o mesmo. Tem-se dito, que, imitando a cavalaria, Francisco também teve a sua dama, Madonna Povertà, a Senhora Pobreza, que ele serviu e cantou com grande entusiasmo.
Corrigia com doces palavras, mas sabia ser enérgico quando necessário. Falava aos seus filhos espirituais para que se afastassem do orgulho, vaidade, egoísmo e avareza, que fossem sempre o exemplo da santa pobreza (como ela a chamava), humildade, caridade e trabalho. Sempre foi simples em tudo, severo consigo mesmo, mas benigno com os outros. Nos ensinamentos do Evangelho encontrava o apoio para aliviar a dor de aquelas almas que em desespero acudiam a ele, e através da sua fervorosa oração operou grandes milagres.
Ele dizia: "Tudo o que faço é Nosso Senhor que me guia". Sua alma pura e cristalina aparecia aureolada de luz e ao igual que o Apóstolo Paulo repetia: "Já não vivo eu, é Cristo que vive em mim". Suas orações e meditações, constantes e prolongadas por dias e noites eram elevadas ao Ser Divino, que ele tanto amava, eram de adoração, de louvor e de ação de graças, ardentes diálogos para poder servir melhor ao Senhor, outras para pedir pelos pobres, os doentes e desamparados, ou para implorar sem cessar a Deus por seus filhos espirituais, temendo a infidelidade de uns e a deserção de outros. Conta-se que estando ante uma visão divina, dizia humildemente:
"Senhor Deus, que será depois da minha morte, da tua pobre família, que por tua benignidade foi entregue a mim pecador? Quem a confortará? Quem a corrigirá? ou Quem rogará por ela?
Prometeu-lhe o Senhor que seus filhos espirituais não desapareceriam da face da terra, até o fim dos tempos, grandes graças do céu receberiam os religiosos da Ordem que permanecessem na prática do bem e na pureza da Regra. Os frades Franciscanos já existem há mais de 800 anos.
As Ordens Franciscanas
Três ordens se articulam a partir da orientação de São Francisco:
* À Ordem primeira, dos Frades Menores, incumbia o apostolado de seguir os passos do nosso Senhor Jesus Cristo e de exemplo de obediência para a Igreja.
* À Ordem Segunda, das Pobres Damas, cabia o sacrifício, a oração e zelar pelo amor a Deus no Claustro.
* À Ordem Terceira, dos Irmãos da Penitência, conhecida atualmente como Ordem Franciscana Secular, destinaria a missão de reavivar nas consciências a honestidade dos costumes e os sentimentos Cristãos de paz e caridade. Esta ordem é composta por homens e mulheres leigos que buscam em seu cotidiano levar a todos estes sentimentos, almejando a perfeição de vida Cristã sem abandonar a própria família ou renunciar às suas propriedades.
"Carta aos Governantes dos Povos"
São Francisco escreveu:
A todos os podestás, cônsules, juizes e regentes no mundo inteiro, e a todos quantos receberem esta carta, Frei Francisco, mísero e pequenino servo no Senhor, deseja saúde e paz.
Considerai e vede que "se aproxima o dia da morte"(Gn 47,29). Peço-vos, pois, com todo o respeito de que sou capaz que, no meio dos cuidados e solicitudes que tendes neste século, não esqueçais o Senhor nem vos afasteis dos seus mandamentos. Pois todos aqueles que o deixam cair no esquecimento e "se afastam dos seus mandamentos" são amaldiçoados (Sl 118,21) e serão por Ele "entregues ao esquecimento" (Ez 33,13). E quando chegar o dia da morte, "tudo o que entendiam possuir ser-lhe-á tirado" (Lc 8,18). E quanto mais sábios e poderosos houverem sido neste mundo, tanto maiopulta "tormentos padecerão no inferno" (Sb 6,7).
Por isso aconselho-vos encarecidamente, meus senhores, que deixeis de lado todos os cuidados e solicitudes e recebais com amor o santíssimo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, por ocasião de sua santa memória. Diante do povo que vos foi confiado, prestai ao Senhor este testemunho público de veneração: todas as tardes mandai proclamar por um pregoeiro, ou anunciai por algum sinal, que todo povo deverá render graças e louvores ao Senhor Deus Todo-Poderoso. E se não o fizerdes, sabei que havei de dar conta perante vosso Senhor Jesus Cristo no dia do juízo.
Os que levarem consigo este escrito e o observarem saibam que serão abençoados por Deus nosso Senhor.
Textos de São Francisco
* Canticum Fratris Solis, Cântico ao Irmão Sol.
* Prece diante da Cruz, 1205.
* Regula non bullata, a Regra Anterior, 1221.
* Regula bullata, a Regra Posterior, 1223.
* Testamento, 1226.
* Admoestações.
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