domingo, 26 de outubro de 2008

A Rose for the Dead (tradução)Theatre Of Tragedy


Oh - meu amado; a doce música em meus ouvidos
De qualquer forma me desafiam a cantar uma música de ninar soturna
Meu doce Diamante
Como podes emergir de tal distância?
Vejo que é como o latejar e o ar de uma vida mecânica
Vossa alma é tão esplendorosa
"Soturna"
Com o instrumento demoníaco nós poderemos colher
Após nosso esplêndido banquete em nosso castelo
Vosso tão amado sangue que é almejado por nossas faces
"Vampiros"
Oh senhor das trevas
Oh senhora das trevas
Um ótimo funeral nos aguarda
Traremos aos deuses tristeza
Mais dois novos motivos
Para nos encatarmos
Venere o sangue que deixastes cair
Apenas conceda uma rosa para um morto!
Apenas conceda uma rosa para um morto!
Transformado pela eterna beleza das esferas negras
Nós dois habitamos no tempo em que o relógio nos mostra
Faça desta festa vossa felicidade
Mas somente até que novo amanhecer começe...
Transforme-se em nossa isca noturna
Em cada fardo situado em vossas sombra
Roupas para a noite, nunca me senti melhor
Em seu rosto vejo o nada, somente o vazio

Aquém da morte

E um dia acordou
Decidida a correr o mundo
Arrancou suas asas e em passos largos
Jogou-se no abismo do Destino

Fez seu caminho entre a luz e o caos
Fez seu luar nascer das cinzas
Trocou a loucura do passado pelo presente,
a inconstância do agora pelo que é para sempre

Caminhou em águas profundas
Navegou em desertos gelados
Tudo por um Fim único
Revelar o que é mais sagrado

Além da distância mais longa ela foi
Além dos labirintos encantados
Um mundo novo surgiu diante de sua fronte
Mostrou-se a si, segredo tão bem guardado

E quando parou de correr e caçar pelos Mundos
Guardou suas armas,já não mais se enganaria
Enfim, aprendeu que todas as respostas
Em seu coração, aquém da morte, encontraria.

J.A.Cabral 10/08

domingo, 19 de outubro de 2008

'Til We Die - Slipknot

Our friends
Are all hurting
From moments a
And regrets
And charity
Laced with a lie
Still we keep hoping
To fix all the defects
And strengthen
These seminal times
We go on together
For better or worse
Our history
Is to real to hate
Now and forever
We stay until morning
And promise to fight
For our fate

Til we die
Til we die

The start of a journey
Is every bit worth it
I can't let you
Down anymore
The sky
Is still clearing
We're never afraid
And the consequences
Opens the door
I never stopped trying
I never stopped
Feeling like family
Is much more than blood
Don't go on without me
The piece
That I represent
Compliments each
And everyone

Til we die
Til we die

We won't be forgotten
We'll never give in
This war we've achieved
Has allowed us to win

Til we die
Til we die

My last true confession
Will open your eyes
I've never known
Trust like the nine
Let it be spoken
Let it be screamed
They'll never ever
Take us alive

Til we die
Til we die

We won't be forgotten
We'll never give in
This war we've achieved
Has allowed us to win

Carry on
Carry on

(We'll never be broken
We won't be denied)
(Our war is the presentWe need to unite)
(We'll never be brokenWe wont be denied)
(Our war is the presentWe need to unite)

Til we die
Til we die

We won't be forgotten
We'll never give in.
This war we've achieved
Has allowed us to win

Carry on
Carry on

We'll never be broken
We won't be denied
Our war is the present
We need to unite

Til we die
Til We die

We won't be forgotten
We'll never give in
This war we've achieved
Has allowed us to win

Carry on
Carry on

We'll never be broken
We won't be denied
Our war is the present
We need to unite

'Til We Die (tradução)Slipknot

Os nossos amigos
Estão todos machucados
De uns momentos
E lamentam
E caridadecem
Atados com uma mentira
Ainda continuamos esperando
Para fixar todos os defeitos
E reforçar
Estes tempos seminais
Nós vamos juntos
Por bem ou por mal
Nossa história
É tão real para odiar
Agora e sempre
Nós ficamos até amanhecer
E prometemos lutar
Por nosso destino

Até nós morrermos
Até nós morrermos

O início de uma viagem
E tudo pouco vale a pena pois
Eu não consigo deixar você
Cair a qualquer vez
O céu
É ainda aclarante
Nós nunca fomos receosos
E as consequências
Abre-se a porta
Eu nunca parei de tentar
Eu nunca parei
Sentindo-se em família
É muito mais que sangue
Não se vá sem mim
O pedaço
Em que eu represento
Cumprimentos para
E cada umAté nós morrermos
Até nós morrermos
Eles não vão ser esquecidos
Bem, que nunca irão ceder
Nesta guerra conseguida por
Ter alcançado nos permitiu ganhar

Até nós morrermos
Até nós morrermos

A minha última verdadeira confissão
Irá abrir seus olhos
Eu nunca soube como
Confiança igual aos nove
Deixe que isto seja falado
Deixe que isto seja gritado
Eles para nunca e jamais
Nos pegarão vivos

Até nós morrermos
Até nós morrermos

Eles não vão ser esquecidos
Bem, que nunca irão ceder
Nesta guerra conseguida por
Ter alcançado nos permitiu ganhar

Continue continue
(Nós nunca seremos quebrados não nos negarão)
(Nossa guerra é o presente que nós precisamos unir)
(Nós nunca seremos quebrados não seremos negados)
(Nossa guerra é o presente que nós precisamos unir)

Até nós morrermos
Até nós morrermos

Eles não vão ser esquecidos
Bem, que nunca irão ceder
Nesta guerra conseguida por
Ter alcançado nos permitiu ganhar

Continue continue

Nós nunca seremos quebrados
Não seremos negados
Nossa guerra é o presente
Que nós precisamos unir

Até nós morrermos
Até nós morrermos

Eles não vão ser esquecidos
Que jamais irão ceder
Nesta guerra conseguida por
Ter alcançado nos permitiu ganhar

Até nós morrermos
Até nós morrermos

Nós nunca seremos quebrados
Não seremos negados
Nossa guerra é o presente
Que nós precisamos unir

Through Glass (tradução)Stone Sour



Eu estou olhando pra você pelo Binóculo
Não sei quanto tempo tem passado
Oh Deus, acho que é pra sempre
Mas ninguém te diz que é pra sempre
Sinto vontade de voltar, sozinho dentro da sua cabeça
Como você se sente? Essa é a questão
Mas eu esqueci... você não espera uma resposta fácil
Quando algo como uma alma se transforma
Iniciado e dobrado como uma boneca de papel e pequenos bilhetes
Você não pode esperar por pessoas amargas
e enquanto seu exterior olhar pra dentro
descrevendo o que vê
Lembre-se que seu olhar fixo sou eu
Porque eu estou olhando pra você pelo Binóculo
Não sei quanto tempo tem passado
Tudo que eu sei, é que sinto que é pra sempre
Mas ninguém te diz que é pra sempre
Sinto vontade de voltar, sozinho dentro da sua cabeça
O quanto é real? Tanto à perguntar
E jamais ousa arrumar os manequins
Contaminando tudo
Quando o pensamento veio do coração
Nunca funcionou do começo
Apenas ouça os ruídos
(Não mais vozes tristes)
Antes de dizer a si mesmo
É apenas um cenário diferente
Lembre-se que é tão diferente do que você tem visto
Eu estou olhando pra você pelo Binóculo
Não sei quanto tempo tem passado
Tudo que eu sei é que sinto que é pra sempre
Mas ninguém te diz que é pra sempre
Sinto vontade de voltar, sozinho dentro da sua cabeça
E são as estrelas
As estrelas
Elas brilham por você
E são as estrelas
As estrelas
Que mentem pra você... yeah-ah
Eu estou olhando pra você pelo Binóculo
Não sei quanto tempo tem passado
Oh Deus, acho que é pra sempre
Mas ninguém te diz que é pra sempre
Sinto vontade de voltar, sozinho dentro da sua cabeça
Porque eu estou olhando pra você pelo Binóculo
Não sei quanto tempo tem passado
Oh Deus, acho que é pra sempre
Mas ninguém te diz que é pra sempre
Sinto vontade de voltar, sozinho dentro da sua cabeça
E são as estrelas
As estrelas
Elas brilham por você
E são as estrelas
As estrelas
Que mentem pra você... yeah-ah
E são as estrelas
As estrelas
Elas brilham por você
E são as estrelas
As estrelas
Que mentem pra você... yeah-ah
Ohhhoh as estrelas
Ohhh oh as estrelas que mentem

Korn - Shoots & Ladders (tradução)

Anel em volta das rosas
Bolso cheio de poesias
Cinzas, cinzas, nós todos caímos
Rimas da infância são ditas, versos na minha cabeça
Na minha infância elas tomaram forma
Violência escondida é revelada, escuridão que parece real
Olhe nas páginas que causam todo esse mal
Um, dois, amarre meu sapato
Três, quatro, feche a porta
Cinco, seis, pegue os gravetos
Sete, oito, alinhe-os
A ponte de Londres está caindo, caindo, caindo
A ponte de Londres está caindo, minha linda senhora
Nick nack paddy wack, dê um osso a um cachorro
Este velho homem veio rolando para casa
Mary tinha um carneirinho que era branco como a neve
Mary tinha um carneirinho que era branco como a neve
(Mé Méé carneiro negro, você tem lã?)
Mary tinha um carneirinho que era branco como a neve
(Sim senhor, sim senhor, três sacos cheios)
Mary tinha um carneirinho que era branco como a neve
(Mé Méé carneiro negro, você tem lã?)
Mary tinha um carneirinho
(Sim senhor, sim senhor, três sacos cheios)
Anel em volta das rosas
Bolso cheio de poesias
Cinzas, cinzas, nós todos caimos
Nick nack paddy wack, dê um osso a um cachorro

domingo, 12 de outubro de 2008

No silêncio do coração


Pálida, brilha a lâmpada noturna
Gelada prece da vida inoportuna
Breve sobrevém a desgraça, difusa
Morte e pranto em meu coração

Meu semblante de trevas enleia
E de sombras minh'alma está cheia
Sorridente, a Morte a espreita
Verte fogo o meu coração

Lua triste fez da noite seu véu
Sua canção a entoar lá no céu
Estrelas tão frias pairam no ar
Tórrido coração em meio a trevas

Na soleira o fim me espera
A lua vazia é uma brilhante esfera
Triste vida que agora se encerra
No silêncio do meu coração

J.A.Cabral 12/06

Noite Nebulosa

Goteiras do luar embalsamado
Numa flor que desabrocha
nessa noite nebulosa
Com seus medos e receios
Sigo sentindo tudo e nada ao mesmo tempo
Pois ao olhar as estrelas
revejo o luar suave na terra castanha
Relembro meus sonhos, meu vazio.
O gosto frio da neve.
a melancolia que paira sobre os dias de chuva.
Tudo isso faz relembrar...
Faz esquecer...
Mas no fim,
São apenas reflexos de mim.
Pequenos pedaços meus em um espelho distorcido
Fragmentos do meu vazio mundo de sombras.
Fragmentos da minh'Alma revolta em trevas.
J.A.Cabral 10/08

Tristania - In the Wake (Tradução)

Nunca realmente soube quando parou
Nem quando começou
Apenas uma cadeia de acontecimentos
Anos flutuando
Dias passando
Caindo dentro e fora da loucura
Caminhando no precipício
Fingindo
Fingindo força
Escondendo por atrás de sorrisos
Nunca soube totalmente quando morreu
Nem quando foi rasgado
Apenas uma cadeia de idéias ruins
Anos flutuando
Dias passando
Você pode pensar que o tempo fica parado, ele não fica
Ele desaparece
Na esteira
Qualquer sentido que isso fizer
Nós nunca aprendemos de nossos erros
Qualquer conforto que possa trazer
O nada abraça tudo

Devaneios poéticos

I

Uma vez tive um sonho
flores no chão e papéis espalhados na mesa
na janela as estrelas brilhavam
em uma longa noite de outubro
as cortinas balançavam ao ritmo do vento.


Uma canção entoada pela lua
Sonhando com as árvores brancas
Minha mente em delírios poéticos
Correndo bosques negros de mistério e terror

Os sonhos não param, são um eterno devaneio
Grama verde sobre a terra castanha
flores no chão e papéis espalhados pela mesa

Uma aurora dourada, alvorada celeste
Água cristalina em pedras pré-históricas
Luz maternal dos olhos da manhã
Em uma longa noite de outubro
E os papéis espalhados na mesa
E as flores, jogadas no chão.


II






No silêncio noturno
quebrado apenas pelo coachar dos sapos
Ela vai caminhando
Caminhando entre as pedras
A menina do vestido branco
Caminha pela floresta negra
Entre as sombras das árvores e as folhas no chão

Borboletas entre seus cabelos brincam
Seus olhos são estrelas azuis
Mergulhada num mundo encantado
Onde sua inocência nunca será quebrada

O vestido branco está pequeno
A menina cresceu
E logo, já não será mais menina
Será uma mulher

Não usa mais branco porque engorda
Na floresta não tem mais tempo de entrar
Suas borboletas se foram
Junto com as estrelas de seus olhos
Olhos que agora são cinza chuva
E sua inocência está em pedaços
No silêncio noturno.


III



Frio cortante da madrugada
A cidade dorme em paz
Na noite gelada de inverno
com sua música glacial embalando seus sonhos
No bosque negro das poesias
Sombrias aves voam entre as estrelas
A lua reflete sua pálida imagem
No lago de águas calmas

Devaneio ilimitado
Sonhos de inverno
Poemas naturais da mente adormecida
Luz brunca no céu negro

A madrugada é um livro
Lendo suas páginas gélidas
Em letras cor de luar
Apreciando sua história milenar
O mundo é tão grande
Mas cabe em um simples sonho...
J.A.Cabral 10/06

domingo, 5 de outubro de 2008

Nightmare - 18 sai (Tradução)

Sem nem mesmo argumentar nas regras decididas pelos adultos
apenas a raiva e o vazio sugiram na minha arca
mesmo que minha angústia não desapareça,
estou sempre correndo atrás de um sonho
ao passo em que balanço com a solidão,
não há limites no futuro vazio
eu prendo neste curso livre e avanço adiante
sem conhecer nada, eu acreditei no amanhã incerto
eu devo correr ao local onde eu posso brilhar com meus amigos
eu anseio por aquela bela paisagem nestas mãos
mas é difícil viver por você mesmo, honestamente
para preencher uma existência,
a força não é o suficiente
porque eu não estou só, mesmo que eu seja separado de você
apenas não esqueça a promessa, e sonhe com o amanhã
meus pensamentos transbordam
e eu acredito nestes sentimentos incessantes
não se lamente quando eu não puder voltar outra vez
eu deixaria tudo que posso soltar agora
porque se você realmente desejar o suficiente,
você pode chegar mais perto em um sonho
de modo que você não perca ninguém, tente sonhar
eu prendo neste curso livre e avanço adiante
eu acreditei no amanhã incerto, sem perder minha direção
estes pensamentos transbordantes, esta batida incessante
mesmo se o tempo e os anos fluírem, eu ainda não me esquecerei
eu continuarei segurando este sonho imutável

Soneto da maioridade - Vinicius de Moraes

O Sol, que pelas ruas da cidade
Revela as marcas do viver humano
Sobre teu belo rosto soberano
Espalha apenas pura claridade.

Nasceste para o Sol; és mocidade
Em plena floração, fruto sem dano
Rosa que enfloresceu, ano por ano
Para uma esplêndida maioridade.

Ao Sol, que é pai do tempo, e nunca mente
Hoje se eleva a minha prece ardente:
Não permita ele nunca que se afoite

A vida em ti, que é sumo de alegria
De maneira que tarde muito a noite
Sobre a manhã radiosa do teu dia.

Cássia Eller - Non Je Ne Regrette Rien (tradução)

Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Nem o bem que me fizeram,
Nem o mal, tudo me parece igual
Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Está pago, varrido, esquecido
Eu estou farta do passado
Com minhas lembranças,
Eu alimentei o fogo
Minhas aflições, meus prazeres
Eu não preciso mais deles
Varri meus amores
Junto a seus aborrecimentos
Varri por todo dia
Eu volto ao zero
Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Nem o bem que me fizeram,
Nem o mal, tudo me parece igual
Não, de jeito nenhum
Não, eu não me arrependo de nada
Minha vida, Minhas jóias
Hoje
Começa com você

Soneto de aniversário - Vinicius de Moraes

Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece....
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.

Carlos Queiroz Telles - ESTAÇÃO PRIMAVERA (Fragmentos)

Está não é a plataforma de embarque
Porque a viagem começa bem antes,
Mas é a primeira estação de passagem
Para a descoberta final de si mesmo

Nem há bilhete que indique o destino,
Nem placa, nem guia, nem mão, nem ensino.
A estrada exige somente a coragem,
Difícil traçado do próprio caminho.

O tempo é de sobra e a existência contínua.
Espelhos não mostram o percurso dos anos.
O prazer da aventura e a paixão pela vida
Sustentam ilusões e compensam enganos.

Para o corpo entregue à emoção timoneira
O horizonte mais amplo é frágil fronteira
Tudo é passível de um gesto mais longe
Tudo é possível de um novo começo.

Algum Dia - Capital Inicial

Ninguém nunca te disse
Como ser tão imperfeito
Você tem tão pouca chance
De alcançar o seu destino
É fácil fazer parte
De um mundo tão pequeno
Onde amigos invisíveis
Nunca ligam outra vez
Talvez até porque
Ninguém ligue pra você

(Refrão)
Se você quer
Que eu feche os olhos
Pra alguém que foi viver
Algum dia lá fora
E nesse dia
Se o mundo acabar
Não vou ligar
Pra aquilo que eu não fiz

Faz muito pouco tempo
Aprendi a aceitar
Quem é dono da verdade
Não é dono de ninguém
Só não se esqueça que atrás
Do veneno das palavras
Sobra só o desespero
De ver tudo mudar
Talvez até porque
Ninguém mude por você

(Refrão)

Talvez até porque
Ninguém ligue pra você
(Uuu...)
(Refrão 2x)
(Vocalização 2x)

Há vida lá fora
Vida lá fora
Há vida lá fora
Vida lá fora

Desejo - Murilo Mendes

Ao sopro da transfiguração noturna
Distingo os fantasmas de homens
Em busca da liberdade perdida:
Quisera possuir cem milhões de bocas
Quisera possuir cem milhões de braços
Para gritar por todos eles
E de repente deter a roda descomunal
Que tritura corpos e almas
Com direito ao orvalho da manhã,
Á presença do amor, à música dos pássaros,
A estas singelas flores, a este pão.

Em minhas mãos

Descanso, olhando minhas mãos
Procuro nestas linhas
As respostas de minha vida
Mas não as encontro sozinha

às vezes olho para trás
Mas tenho que seguir em frente
Procuro por uma resposta
E preciso encontra-la

Procuro por essa resposta
Ainda existe alguma solução?
Eu quero encontrar o caminho
Ir para sempre e não voltar

Quanto tempo ainda terei
Até o fim de minhas esperanças?
Eu seguirei em frente
Até ter a verdade em minhas mãos.

J.A.Cabral 06/07

Reinvenção - Cecília Meireles

E diz-me a desconhecida:
"Mais depressa! Mais depressa!
"Que eu vou te levar a vida! . . .
"Finaliza! Recomeça!
"Transpõe glórias e pecados! . . .

"Eu não sei que voz seja essa
Nos meus ouvidos magoados:
Mas guardo a angústia e a certeza
De ter os dias contados . . .

Rolo, assim, na correnteza
Da sorte que se acelera,
Entre margens de tristeza,

Sem palácios de quimera,
Sem paisagens de ventura,
Sem nada de primavera . . .

Lá vou, pela noite escura,
Pela noite de segredo,
Como um rio de loucura . . .

Tudo em volta sente medo . . .
E eu passo desiludida,
Porque sei que morro cedo . . .

Lá me vou, sem despedida . . .
Às vezes, quem vai, regressa . . .

E diz-me a Desconhecida:
"Mais depressa" Mais depressa" . . .

Esperança que se acaba

O relógio batendo eternamente
O silêncio que me atravessa por dentro
Abraço cheio de nada
Longas horas de solidão

As feridas sangrando dentro de mim
Estou chorando e não sei
Enquanto espero minha morte
Um fio de esperança queima em meu coração

Fantasmas que criei para me assombrar
Sussurrando uma canção angelical
É apenas uma melodia falsa
Sangrando em mim para sempre

Um vazio que se preenche com medo
Sombras assustadoras do meu passado
Mas um sorriso amargo me mantém
Até a esperança em meu coração acabar

J.A.Cabral 06/07

Nightmare - Black Sick Spider (Tradução)

propagações perfeitas da escuridão tingidas em negro,
eu vejo o fim deste mundo infeliz
entretida nas linhas do caos, a aranha desliza,
perseguindo as asas da borboleta
eu revelo ideais dramáticos
este vício de alarde não cessará,
e mesmo agora aquilo não mudará
eu quero esconder meu corpo disforme
tem sido decorado com as asas que eu arranquei
belas manchas, a cor da vida
eu perdi algo, algo fragmentado
enquanto congelado,
estou assustado no meio da escuridão
por mais que eu tenha tudo
neste mundo, eu estou só
e não posso retornar para os céus claros

Midwintertears (tradução)Tristania

Sombra lançada sobre meu coração
Escurece... tuas gélidas lágrimas de solstício de inverno
Condenada a lamentar em silêncio
O pálido nascer da lua em seus olhos
Serenos... como um córrego congelado
A beleza fluente em tuas lágrimas
Eu desejo por ti minha outrora amada
Além... os véus da escuridão perdida
Onde agora tuas rosas estão embrulhadas no crepúsculo
Sombria feiticeira
Eu sofro tuas noites de lua cheia
Transgrida minha escuridão indesejada
Lágrimas... fluindo através de teus sonhos
Sombria feiticeira
A sétima lua cheia ascende
Eu afogo em obscuros e sombrios rios
Chame por todos os meus sonhos
Como rosas na sua epígrafe
Escritas em minhas lágrimas
Teu sofrimento e meu coração sangrante
Ela vem tão serena
Minha beleza caída coroada com folhas
Leve-me ao teu sonho
Tua vela irá para sempre queimar em mim...

Antes que a angústia desça é preciso partir - Vinicius de Moraes

Antes que a angústia desça é preciso partir
Não importa para onde, não importa para longe de quem
Ó como o mesmo céu sufoca e a mesma ventura mata!

Abandonar o corpo gasto de sol e a alma gasta de sono
Raspar os velhos sapatos na branca soleira da casa do tédio
E surgir como um animal morno de silencioso passo.

Nada a conhecer... Sim, são verdes as montanhas
E quanta vaga expiação deixam os livros no pensamento
E acima de tudo existe Deus serenamente inacessível.

Mas viver, ah, viver é doloroso, é incompreensível
Não se sabe quando!... não se sabe nunca... e quando sabe-se
É para receber o golpe mortal da tragédia no mais fundo.

Nightwish - Dead Boy's Poem (tradução)


(Muito mais eu quis dar aos que me amaram
Eu lamento)


Nascido do silêncio, silêncio cheio dele
Um concerto perfeito meu melhor amigo
Tanto pelo que se viver, tanto pelo que se morrer
Se pelo menos meu coração tivesse um lar


Cante o que você não pode dizer
Esqueça o que você não pode tocar
Se apresse para mergulhar em lindos olhos
Ande em minha poesia, esta música de morte
Minha carta de amor para ninguém


Nunca suspire por um mundo melhor
Já está composta, tocada e dita
Cada pensamento a música eu escrevo
Tudo um desejo para a noite


Escrevi para o eclipse, escrevi para a virgem
Morri para a beleza a que está no jardim
Criei um reino, cheguei a sabedoria
Falhei em me tornar um deus


Nunca suspire por um mundo melhor
Já está composta, tocada e dita
Cada pensamento a música eu escrevo
Tudo um desejo para a noite


(Se você ler esta linha, se lembre não da mão que a
escreveu
Se lembre somente o verso, o choro do criador da
música, o choro sem lágrimas
Pois eu dei a esse sua força e ele se tornou minha
única força
Lar confortável, colo de mãe, chance de imortalidade
Onde ser querido se tornou uma emoção que eu nunca
conheci
O doce piano escrevendo minha vida)


(Me ensine a paixão porque acho que ela já se foi
Me mostre amor, abrace o perdido
Muito mais eu quis dar aos que me amaram
Eu lamento
O tempo irá dizer este adeus amargo
Eu não vivo mais para envergonhar a mim ou a você)


(E você Eu queria que eu não sentisse mais por você)


Uma alma solitária.Uma alma oceânica
Uma alma solitária.Uma alma oceânica


(Muito mais eu quis dar aos que me amaram
Eu lamento)


Uma alma solitária Uma alma oceânica
Uma alma solitária Uma alma oceânica

sábado, 4 de outubro de 2008




"Todos os seres são iguais, pela sua origem, seus direitos naturais e divinos e seu objetivo final."

São Francisco de Assis (04/10)

São Francisco de Assis nascido Francesco Bernardone, (Assis, 26 de setembro de 1181 — 3 de Outubro de 1226) foi um frade católico, fundador da "Ordem dos Frades Menores", mais conhecidos como Franciscanos. Foi canonizado em 1228 pela Igreja Católica.
Seu nome de batismo era inicialmente Giovanni Bernardone (João Bernardone), dado pela mãe provavelmente em homenagem a João Evangelista. Seu pai, Pedro Bernardone, o altera para Francesco Bernardone. Por razões ainda controversas, acredita-se que o nome seria uma homenagem à França, país com quem o pai mantinha relações comerciais. Outra possibilidade é que talvez sua mãe fosse de origem francesa. Em Assis o menino ficou conhecido como Francisco, ou seja o "pequeno francês".
Certa vez, antes de sua final conversão, teve a visão de um esplêndido palácio, em que encontrou toda sorte de armas e uma noiva belíssima.
No sonho, foi chamado pelo nome de Francisco e seduzido pela promessa de possuir todas aquelas coisas. Tentou, por isso, ir à Apúlia para entrar no exército e, tendo preparado com muita largueza tudo que era preciso, apressou-se para receber o grau da honra militar.
Seu espírito carnal sugeria-lhe uma interpretação carnal da visão que tivera, quando nos tesouros da sabedoria de Deus ocultava-se algo muito mais preclaro. Foi assim que, uma noite, estando a dormir, alguém lhe falou pela segunda vez em sonhos, interessado em saber para onde estava indo. Contou-lhe seus planos e disse que ia combater na Apúlia, mas foi solicitamente interrogado por ele:
- "Quem te pode ser mais útil: o senhor ou o servo?"
- "O senhor", respondeu Francisco.
E ele: "Então, por que preferes o servo ao senhor?"
- "Que queres que eu faça, Senhor (cfr. At 9,6)?" perguntou Francisco.
E o Senhor responde:
- "Volta para a terra em que nasceste (cfr. Gn 32,9), porque é espiritualmente que vou fazer cumprir a visão que tiveste".
Refeito da grave doença e em período de transição que mudará sua vida, encontrava-se caminhando fora da cidade, quando viu um leproso vindo na sua direção, ficou apavorado, pois tinha horror desta doença, quis fugir, mas manteve-se firme, dirigiu-se ao doente, beijou-lhe as mãos e o rosto, em demonstração de afeto e encheu-lhe a bolsa de moedas, com generosidade.
Ao retirar-se sentiu-se vitorioso e voltou-se para ver uma vez mais o estranho, não logrou perceber figura alguma na estrada, o homem desaparecera misteriosamente.
Após este fato sente o chamado de Deus, mas não muito, ainda viria o Segundo chamado Divino. São Francisco costumava orar numa velha e abandonada capela, São Damião, frente a um crucifixo repetia fervorosamente: "Concedei-me Senhor, que Vos conheça, para poder agir sempre segundo a vossa luz e de acordo à vossa Santíssima vontade".
Um dia, orando nas ruínas da Igreja de São Damião, ante a imagem do Cristo Crucificado, pareceu-lhe ouvir claramente:
"Francisco, não vês que a minha casa está em ruínas? Restaura-a para mim!".
Pensando tratar-se do velho templo onde se achava, agiu de pronto, contando para a reforma com o dinheiro de seu pai, que tinha em suas mãos.
Ano de 1206
Comparece ante o Bispo Dom Guido III acusado pelo pai de furto, devolve ao genitor o que lhe pertence, até as roupas e se declara servo de Deus. Pede ao Bispo sua bênção e abandona a cidade em busca dos caminhos do Senhor. É o começo da sua vida religiosa. O Bispo vê nesse gesto o chamado do Altíssimo e se torna seu protetor pelo resto da vida.
São Francisco renuncia à todos os bens que o prendiam neste mundo, veste-se como eremita e começa a restaurar a Capela de São Damião e a cuidar dos leprosos. Sofre e luta da forma mais intensa; ele, que teve de tudo, abraça a pobreza, deve primeiramente vencer-se a si mesmo, para logo pedir esmolas. Ora e trabalha incessantemente.
São Francisco dizia: "O trabalho, embora humilde e simples, confere honra e respeito e sempre será um mérito ante Nosso Senhor".
Seis anos mais tarde, a capela restaurada será o lar das Damas Pobres de Santa Clara.
Ano de 1208
Restaura a igreja de Sta. Maria de Anjos (porciúncula). (A pequena igreja ainda é preservada até os dias de hoje no interior da grande Basílica de São Francisco em Assis, erigida posteriormente por frei Elias.)
Restaura também a igreja de São Pedro.
Persuadido de que sua missão principal era a de restaurar e construir igrejas zelava ardentemente pelos lugares em que se celebravam os Santos Mistérios.
Um dia, na missa de São Matias, escuta o Evangelho sobre a Missão Apostólica. Se sente tocado e passa então a caminhar pelos povoados pregando a palavra de Deus de maneira simples e passa a viver de esmolas.
Ano de 1209
Fundou em 16 de Abril de 1209, com doze discípulos, a família dos doze irmãos menores, que viria a ser conhecida como a Ordem dos Frades Menores.
Os primeiros irmãos que recebe são:
* Frei Bernardo de Quintavalle, que será mais tarde seu sucessor, homem de grande fortuna que abandona tudo para seguir São Francisco.
* Frei Pedro Cattani, cônego e conselheiro legal de Assis, homem de esmerada cultura, instrução e dotado de grande inteligência.
* E o irmão Leão, que será sempre e em todas as horas fiel companheiro.
Ano de 1210
Com 11 irmãos vai a Roma, levando uma breve Regra (que se perdeu). O Papa Inocêncio III admirado, ouve sua exposição do programa de vida, mas com regras tão severas fica indeciso e decide esperar para aprová-las oficilmente. Assim, aprova as regras apenas verbalmente.
Conta-se que dias mais tarde, em sonhos, o Papa teve uma iluminação sobre a missão destinada por Deus à Francisco (e diz-se que este Papa foi enterrado com vestes Franciscanas).
Francisco instala-se com seus irmãos em Rivotorto, perto de Assis, num rancho abandonado, próximo de um leprosário. Esta mísera residência foi a primeira casa dos irmãos Franciscanos. Tiveram lá uma vida difícil, assinalada por duras provas.
Apesar do espírito de renúncia e sacrifício que deveria existir na vida de seus filhos espirituais, São Francisco pregava que um servo de Deus não podia manifestar tristeza, desânimo ou impaciência. Na alegria da vida, o Santo via a fortaleza da alma cristã, força que devia levar aos desamparados e todos àqueles que sofriam provações.
Irradia a luz Franciscana para toda a Itália. São enviados missionários à todo o Continente Europeu. Em muitos lugares são maltratados e sofrem todos os tipos de dificuldades, muitas vezes não sabem falar o idioma local.
São Francisco orava e trabalhava sem cessar, assistia as viúvas, às crianças famintas e a todos os excluídos, fosse no campo, nas cidades ou nos mosteiros. Orava intensamente pela conversão dos pecadores, proclamava a paz, pregando a salvação e a penitência para remissão dos pecados, resolvia conflitos, desavenças, estabelecendo sempre a harmonia em nome do Senhor.
Compreendia a dor e o sofrimento, pelo amor a Deus. Considerava-se um pecador, o mais miserável dos homens, vivia em penitência e jejum, renunciava às todas as comodidades. Era severíssimo consigo mesmo, mas aos seus filhos espirituais não permitia que fizessem demasiada penitência nem jejum, pedia sempre que imperasse a virtude da moderação, para assim poder melhor servirem a Deus.
Ano de 1212
Os Clunicenses de Assis cederam-lhes um pouco de terreno, a porciúncula, e os Franciscanos construíram ali as suas choças.
Os Beneditinos oferecem-lhe a pequena igreja de Santa Maria dos Anjos, a Porciúncula, pois eram muitos os homens que atraídos pela vida de pureza do Santo, queriam ser acolhidos na Ordem.
Esta seria o berço da ordem Franciscana, os frades renovam solenemente seus votos: o Santo os chama de "Frades Menores" porque sempre serão pobres e humildes. Desejava que fossem puros e livres das coisas deste mundo e tivessem o coração e a mente dominados pelo desejo de Deus.
Trabalhavam com suas próprias mãos para alcançar os meios de subsistência e só em último caso pediam ajuda a outros. Jamais deveriam possuir bens de qualquer natureza, assim não teriam correntes que os prendessem à terra.
Adotaram como trajes o vestuário dos humildes: uma túnica grossa de lã, amarrada por uma corda na cintura, e sandálias. Suas humildes túnicas amarradas por um simples cordão levam até hoje três nós que significam seus votos: Pobreza, Obediência e Castidade. A sua missão consistia em praticar e pregar simplicidade e amor a Deus e a caridade cristã.
Em 1212 recolhe junto de si Clara d'Offreducci, que viria a ser conhecida como Santa Clara. Com algumas companheiras que perseguiam o mesmo ideal de simplicidade fundam neste mesmo ano a Ordem das Pobres Damas, conhecida também como Ordem Segunda Franciscana ou Ordem das Clarissas, destinada às mulheres que desejassem deixar o mundo, numa dedicação exclusiva à Deus, para uma vida de oração e de pobreza.
Ano de 1213
O Conde Orlando de Chiusi oferece a São Francisco um monte chamado Alverne, para servir de eremitério, retiro e oração. É aqui que São Francisco receberá no fim da vida os sagrados estigmas.
Ano de 1215
Faz amizade com São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Pregadores. Por ocasião do Concílio de Latrão em 1215 encontram-se em Roma, Francisco e Domingos.
Ao sair de uma igreja Domingos viu Francisco, reconhecendo de imediato o homem predestinado por Deus para a restauração da Igreja Universal. Sentiram uma profunda atração e uma santa amizade uniu aquelas duas almas, que tanto bem deveriam fazer para a humanidade.
Os dois receberam do Papa Inocêncio III, em Roma, no ano de 1215 a incumbência de um trabalho gigantesco para a glória de Deus e salvação das almas.
Ano de 1216
Obtém do Papa Honório III, sucessor de Inocêncio III e a pedido do próprio São Francisco uma Indulgência para a Igreja de Santa Maria dos Anjos.
Ato bastante audacioso do Santo pois a Indulgência só era dada aos peregrinos da Terra Santa e aos Cristãos que iam às Cruzadas.
Do Ano de 1217 a 1219
Francisco leva o Evangelho aos povos sarracenos. Efetuam-se grandes missões ao exterior.
São Francisco visita o Santuário de Santiago de Compostela, na Espanha.
Vai de navio a Marrocos, no Egito atravessa as linhas inimigas e vai ao acampamento do Sultão do Egito Melek el Kamel, guerreiro temido pela sua crueldade, que comandava as forças Muçulmanas nas Cruzadas contra os Cristãos. O Sultão fica surpreso com o audaz visitante, mantém longas conversas com ele e pede para que fique ali. São Francisco responde: "De bom grado fico se te convertes ao Cristianismo e pedes o mesmo ao teu povo".
Em Damieta, São Francisco se encontra com os Cristãos que faziam parte das Cruzadas e que tinham sido derrotados pelos Muçulmanos. Cuida dos feridos, prega a palavra de Deus, levando a todos conforto espiritual. Conta-se que nessa batalha morreram 6.000 cristãos.
Em Marrocos, 5 de seus missionários são mortos e decapitados, foram os primeiros mártires da família Franciscana, posteriormente, em 1481, são canonizados pelo Papa Sisto IV. Até hoje os Frades Menores encontra-se presentes em todo o Oriente, trabalhando pela Paz e a conversão.
Os Frades Menores ganharam a custódia do Santo Sepulcro em Jerusalém, obra que causa admiração aos cristãos do mundo inteiro, esta conquista se deve a suas Santas Missões, orações e obras de caridade.
Em sua volta do Oriente, por onde passa São Francisco estabelece a paz, converte os incrédulos e opera inúmeros milagres através da oração. Em todas as cidades lhe prestam homenagem, mas ele se mantém sempre humilde e em penitência, com uma vida cheia de amor, fé e obras. Em Bolonha instala seu primeiro hospital.
Conhece Santo Antônio de Pádua, que havia sido cônego de Santo Agostinho e se tornado um Frade Menor. Mais tarde, São Francisco lhe pede numa carta que ensine Teologia aos frades mas que não se apague o espírito da oração e devoção como mandava a Regra.
Na sua humildade, buscava unir-se sempre mais a Deus, desejando a confraternização de todos os seres, sem distinção de raça, credo ou cor.Pobres e ricos, poderosos e humildes, rudes e letrados entravam em grande quantidade para a Ordem.
Ano de 1221
Funda a Ordem Terceira, constituída por membros leigos, procurando criar um instrumento de concórdia e de bem estar social.
Nesse mesmo ano é aprovada a terceira Regra, chamada de Regra Bulada (aprovada) que impera até hoje. O texto original conserva-se como relíquia no Sacro Colégio de Assis, outra cópia, com a aprovação Papal se encontra no Vaticano.
Ano de 1224
O Frei Elias fica sabendo em sonhos que São Francisco só terá mais dois anos de vida. Neste mesmo ano o Santo de Assis nomeia o próprio Frei Elias vigário, para suceder o Frei Pedro Cattani, falecido há pouco.
São Francisco inspirado por Deus junto com o Irmão Leão, seu fiel companheiro e confessor e outros Frades retira-se ao Monte Alverne já bastante doente, preparando-se para a quaresma de oração e jejum e a festa de São Miguel Arcanjo, vive em louvor a Deus passando noites e dias inteiros em oração, só um pedaço de pão e água que o irmão Leão lhe levava.
Conta-se que quando ia para o Eremitério, na longa caminhada de Assis ao monte Alverne, um pobre homem que levava Francisco em seu jumento, lastimava-se dolorosamente: "Estou morrendo de sede, se não beber água vou morrer!". O Santo compadecido e vendo o lugar tão árido, composto só de pedras e cascalho, desceu do jumento e ficou em fervorosa oração, logo disse ao homem: "Corre para trás daquela pedra, ali encontrarás água viva, que neste momento Cristo com sua força, misericórdia e poder fez nascer".
No monte Alverne falou aos irmãos: "Sinto aproximar-me da morte e desejo permanecer solitário, recolher-me com Deus para lamentar meus pecados".
O Frei Leão contava que muitas vezes viu São Francisco em êxtase adorando a Deus em visões celestiais. Em uma oportunidade viu que São Francisco falava diante de uma resplandecente chama, outra vez disse que viu o Santo extrair algo de seu peito para oferecer a Deus.
O Frei Leão perguntou depois a São Francisco o que significava aquilo, e ele respondeu:
"Meu irmão, naquela chama que viste estava Deus, o qual daquela maneira me falava, como antigamente o fez com Moisés, e entre outras coisas me pediu para lhe oferecer três coisas, e eu lhe respondi: Senhor meu, Tu sabes bem que só tenho o hábito, o cordão e uma pobre veste e ainda estas três coisas são Tuas, que posso, pois Te oferecer Senhor?"
"Então Deus me disse: Procura no teu peito e oferece-me o que encontrares. Levei a mão ao coração e encontrei uma bola de ouro e a ofereci a Deus e assim fiz por três vezes, segundo Deus me ordenara! Imediatamente pude compreender que aquelas três oferendas significavam: a Santa Obediência, a Altíssima pobreza e a Esplêndida Castidade".
Noutra ocasião o próprio São Francisco, ainda deslumbrado, contou a Frei Leão que viu-se cercado de inúmeros anjos, um deles tocava em delicado violino uma maravilhosa música e que se o anjo continuasse com os acordes da celeste melodia, ele certamente teria deixado a vida terrena, para participar das harmonias eternas. Na solidão em que desejou ficar o Santo também teve momentos de difíceis provações.
Nos estados contemplativos, eram-lhe revelados por Deus, não somente coisas do presente, mais também do futuro, assim como, por exemplo, as dúvidas, os secretos desejos e pensamentos dos irmãos.
Frei Leão numa hora amarga quando sofria tentações, recebeu uma preciosa bênção para qualquer doença do espírito. Uma bênção assinada com um simples Tau, que representa o símbolo da cruz, o amor a Cristo, também é o signo dos que são amados por Deus, São Francisco tinha grande veneração por este símbolo e nas suas cartas assinava com ele. Tau é a transformação, o equilíbrio, o trabalho, a conversão interior que o homem deve sofrer para unir-se às coisas superiores.
São Francisco amava tanto o Cristo crucificado que pediu ardentemente duas graças: que antes de morrer pudesse ele mesmo sentir na alma e no corpo o amor e o sofrimento da paixão.
O Santo de Assis alcançou essas duas graças. Ele pode ver no céu, um Serafim todo resplandecente de luz que se lhe aproximou e então recebeu os estigmas de Cristo, transpassando-lhe os pés e as mãos. Isto se deu em 14 de Setembro de 1224.
Ano de 1225
São Francisco retorna a Sta. Maria dos Anjos, muito doente e quase cego, muitos foram os milagres realizados com seus estigmas. A corte papal envia-lhe médico para tratamento mas nada resolve. Sabendo-se próximo da morte, desde a planície lança uma bênção sobre Assis, compõe o "Cântico ao Sol" e dita seu testamento.
Francisco morre, rodeado de seus Filhos Espirituais. Fez ler o Evangelho e na Última Ceia abençoa seus filhos espirituais presentes e futuros. Foi sepultado na Igreja de São Jorge na cidade de Assis.
Ano de 1228
A dois anos da sua morte é canonizado pelo próprio Papa Gregório IX no dia 16 de Julho de 1228, que vai a Assis.
Conta-se que inicialmente o Papa Gregório IX duvidou da veracidade da chaga do lado de São Francisco. Conforme depois relatou, apareceu-lhe uma noite São Francisco e erguendo um pouco o braço direito, descobriu a ferida do lado e o Papa viu o sangue com água que saía da ferida, assim toda dúvida foi apagada.
Ano de 1230
Com a construção da nova Basílica na cidade de Assis, que recebe seu nome como formas de homenagear o Santo nascido nesta cidade, suas relíquias foram transladadas para o altar deste templo sagrado.
São Francisco sempre foi um grande devoto da Santíssima Virgem Maria, prestou-lhe sempre homenagem. Foram os Franciscanos os promulgadores da devoção da Imaculada Conceição. O dogma foi promulgado em 1854. A virgem Maria representava para São Francisco as portas do céu, ela lhes oferecia o diurno auxílio na senda espiritual.
Sua contribuição
Após renunciar ao mundo em 1206, Francisco fez penitência durante dois anos e lançou-se a pregar em linguagem simples e ardorosa.
Francisco amava e respeitava todas as pessoas, ao mesmo tempo, que protegia animais e plantas aos quais chamava, carinhosamente, de irmãos. Para ele, também a chuva, o vento e o fogo deveriam ser reverenciados e respeitados como irmãos. São Francisco considerado o santo mais amigo dos animais, teve entretanto algumas uma citações sobre animais como se humanos fossem, inclusive exarcebando sua compreensão e paz. Certa vez disse ser um passarinho guloso, o Santo o amaldiçoou, disse que este pássaro morreu afogado, e não ouve gato, ou qualquer outro animal que o quisesse comer. Esta foi a única citação de sem sua história. Santa Clara entretanto tinha uma gata, que inclusive chamavam de Irmã Gatinha e que acompanhava as Irmães, inclusive ao coro. Tanto que a "Irmã Gatinha" teve a honra de ser citada no processo de canonização de Santa Clara. [1]
São Francisco é respeitado por várias religiões pela sua mensagem de paz. Ficou famosa uma oração atribuída a ele que começa com os dizeres "Senhor, fazei-me instrumento de Vossa paz...". Embora não haja certeza de sua autoria, ela reflete mais que qualquer outra os ensinamentos e a vida desse grande homem, reconhecido como santo no mundo todo e adotado como patrono da ecologia e da paz.
O Santo de Assis aceitou os percalços e as vicissitudes da vida terrena, numa demonstração de coragem e de fé inabalável, sempre aceitou tudo se colocando dentro da virtude da humildade, e de todas as graças dadas pelo Espírito Santo, nenhuma é mais preciosa do que a da renúncia. O maior dom de Deus é o da vitória sobre o amor próprio. É feliz todo aquele que suporta todos os sofrimentos por amor a Deus.
Em toda sua vida religiosa espalhou o amor universal, a caridade, a paz e a humildade, levando felicidade a muitas almas, quantas vezes no fim da sua vida, doente estigmatizado e quase cego visitava cidades e aldeias pregando as verdades evangélicas, atendia os pobres, os leprosos e necessitados, com seu coração cheio de santas consolações pedindo a paz, jamais dando por terminada sua missão terrena e desejando ainda servir a Deus.
Nunca consumia mais que o mínimo necessário para viver e incentivava a todas as pessoas a fazerem o mesmo. Tem-se dito, que, imitando a cavalaria, Francisco também teve a sua dama, Madonna Povertà, a Senhora Pobreza, que ele serviu e cantou com grande entusiasmo.
Corrigia com doces palavras, mas sabia ser enérgico quando necessário. Falava aos seus filhos espirituais para que se afastassem do orgulho, vaidade, egoísmo e avareza, que fossem sempre o exemplo da santa pobreza (como ela a chamava), humildade, caridade e trabalho. Sempre foi simples em tudo, severo consigo mesmo, mas benigno com os outros. Nos ensinamentos do Evangelho encontrava o apoio para aliviar a dor de aquelas almas que em desespero acudiam a ele, e através da sua fervorosa oração operou grandes milagres.
Ele dizia: "Tudo o que faço é Nosso Senhor que me guia". Sua alma pura e cristalina aparecia aureolada de luz e ao igual que o Apóstolo Paulo repetia: "Já não vivo eu, é Cristo que vive em mim". Suas orações e meditações, constantes e prolongadas por dias e noites eram elevadas ao Ser Divino, que ele tanto amava, eram de adoração, de louvor e de ação de graças, ardentes diálogos para poder servir melhor ao Senhor, outras para pedir pelos pobres, os doentes e desamparados, ou para implorar sem cessar a Deus por seus filhos espirituais, temendo a infidelidade de uns e a deserção de outros. Conta-se que estando ante uma visão divina, dizia humildemente:
"Senhor Deus, que será depois da minha morte, da tua pobre família, que por tua benignidade foi entregue a mim pecador? Quem a confortará? Quem a corrigirá? ou Quem rogará por ela?
Prometeu-lhe o Senhor que seus filhos espirituais não desapareceriam da face da terra, até o fim dos tempos, grandes graças do céu receberiam os religiosos da Ordem que permanecessem na prática do bem e na pureza da Regra. Os frades Franciscanos já existem há mais de 800 anos.
As Ordens Franciscanas
Três ordens se articulam a partir da orientação de São Francisco:
* À Ordem primeira, dos Frades Menores, incumbia o apostolado de seguir os passos do nosso Senhor Jesus Cristo e de exemplo de obediência para a Igreja.
* À Ordem Segunda, das Pobres Damas, cabia o sacrifício, a oração e zelar pelo amor a Deus no Claustro.
* À Ordem Terceira, dos Irmãos da Penitência, conhecida atualmente como Ordem Franciscana Secular, destinaria a missão de reavivar nas consciências a honestidade dos costumes e os sentimentos Cristãos de paz e caridade. Esta ordem é composta por homens e mulheres leigos que buscam em seu cotidiano levar a todos estes sentimentos, almejando a perfeição de vida Cristã sem abandonar a própria família ou renunciar às suas propriedades.
"Carta aos Governantes dos Povos"
São Francisco escreveu:
A todos os podestás, cônsules, juizes e regentes no mundo inteiro, e a todos quantos receberem esta carta, Frei Francisco, mísero e pequenino servo no Senhor, deseja saúde e paz.
Considerai e vede que "se aproxima o dia da morte"(Gn 47,29). Peço-vos, pois, com todo o respeito de que sou capaz que, no meio dos cuidados e solicitudes que tendes neste século, não esqueçais o Senhor nem vos afasteis dos seus mandamentos. Pois todos aqueles que o deixam cair no esquecimento e "se afastam dos seus mandamentos" são amaldiçoados (Sl 118,21) e serão por Ele "entregues ao esquecimento" (Ez 33,13). E quando chegar o dia da morte, "tudo o que entendiam possuir ser-lhe-á tirado" (Lc 8,18). E quanto mais sábios e poderosos houverem sido neste mundo, tanto maiopulta "tormentos padecerão no inferno" (Sb 6,7).
Por isso aconselho-vos encarecidamente, meus senhores, que deixeis de lado todos os cuidados e solicitudes e recebais com amor o santíssimo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, por ocasião de sua santa memória. Diante do povo que vos foi confiado, prestai ao Senhor este testemunho público de veneração: todas as tardes mandai proclamar por um pregoeiro, ou anunciai por algum sinal, que todo povo deverá render graças e louvores ao Senhor Deus Todo-Poderoso. E se não o fizerdes, sabei que havei de dar conta perante vosso Senhor Jesus Cristo no dia do juízo.
Os que levarem consigo este escrito e o observarem saibam que serão abençoados por Deus nosso Senhor.
Textos de São Francisco
* Canticum Fratris Solis, Cântico ao Irmão Sol.
* Prece diante da Cruz, 1205.
* Regula non bullata, a Regra Anterior, 1221.
* Regula bullata, a Regra Posterior, 1223.
* Testamento, 1226.
* Admoestações.

Flora (tradução)Nightmare

Olhe para o céu nublado
O vento prossegue viagem
Até os confins da terra
Uma bela flor floresce
Eu aguardarei o seu longo retorno
Iremos certamente reunir novamente a este lugar
Um momento de tranquilidade
Foi preso dentro de você
e dormindo no mesio das estações
Girando que se encontram, partem e morrem
A luz da pétala dançando no céu que caiu
Quanto tempo ele estava na palma da minha mão
Um momento de tranquilidade
Foi prendido dentro de você
e dormindo no mesio das estações
Girando que se encontram, partem e morrem
Uma tempestade do tamanho da minha tristeza
Uma ferida que nunca será curada
Eu continuo a viver ao seu lado
Eu continuo lutando
Um momento de tranquilidade
Foi preso dentro de você
Pelo menos no final, vejo
Uma bela flor

Vu d'ici (tradução)Emilie Simon

Vista daqui a terra é minha,
mas eu tomo a água
é assim quem vão e vêm os velhos barcos

Eu quero rever a terra
há muito tempo que eu parti
eu gostaria de estar no inverno
e muito longe daqui

eu toquei os buracos vagos,
o fundo dos mares
sobre as ondas o vento divaga.

Eu me deixo levar
Eu quero enfim tocar a terra
me evadir suave
eu vos direi como você faz
esquecer de todos

eu quero enfim tocar a terra
retornar ao porto
mostre a mim como fazer
para encontrar a porta

Você pode me dar um sorriso?

Você pode me dar um sorriso?
Não precisa apanhar uma estrela no céu...
Só um pouco de Amor, talvez, quem sabe...
Seria o bastante para curar um coração como o meu...
Um pouco de mim se perdeu nesse espaço,
a distância que existe entre você e eu.
Um pouco de amor, talvez quem sabe...
Sobreviva para sempre num sorriso teu.

Swimming (tradução)Emilie Simon

Eu estava nadando através do céu
Nuvens e anjos ao meu lado
Então me dei conta que estava sozinha
E isso não era algo bom
Eu estava voando no paraíso
Naquele oceano de luzes mortas
Eu estava olhando para o vento sorridente
Mas não havia ninguém naquela manhã
Eu estava nadando através do céu
Nuvens e anjos ao meu lado
Então me dei conta que estava sozinha
E isso não era algo bom
Eu acredito no seu sorriso todo dia
Mas eu sei que você está longe da minha estrada
Quando eu falo para a lua eu posso te ouvir
No escuro eu posso ver, eu posso sentir tua luz
Eu estava nadando através do céu
Nuvens e anjos ao meu lado
Então me dei conta que estava sozinha
E isso não era algo bom
Eu estava voando no paraíso
Naquele oceano de luzes mortas
Eu estava olhando para o vento sorridente
Mas não havia ninguém naquela manhã
Eu acredito no seu sorriso todo dia
Mas eu sei que você está longe da minha estrada
Quando eu falo para a lua eu posso te ouvir
No escuro eu posso ver, eu posso sentir tua luz

Santos Anjos da Guarda (02 de outubro) Texto de Pe. Denis O.P. Silva, OSJ

1 “Mandarei um Anjo à tua frente, para que te guarde pelo caminho e te introduza no lugar que eu te preparei. Respeita-o e ouve a sua voz.. Não lhe sejas rebelde; ele não suportará vossas rebeliões, pois nele está o meu nome. Mas se de fato ouvires sua voz e fizeres tudo o que te disser, eu serei inimigo dos teus inimigos e adversário de teus adversários.” (Êxodo 23, 20-22).

Estas palavras do livro do Êxodo são lidas na Liturgia da Palavra da Missa, na Memória dos Santos Anjos, em 02 de outubro.Celebrar esta memória é tomar consciência, com amor e gratidão, da presença amiga e protetora dos espíritos bem-aventurados (os Anjos), na vida da Igreja, da Humanidade, e, de cada um de nós.
O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, na pergunta e resposta nº 60, assim se expressa: “Quem são os Anjos?”. Resposta: “Os Anjos são criaturas puramente espirituais, não-corpóreas, invisíveis e imortais, seres pessoais dotados de inteligência e de vontade. Eles, contemplando Deus face a face incessantemente, glorificam-no, servem-no e são seus mensageiros no cumprimento da missão de Salvação para todos os homens”(Disponível em www.vatican.va).

2. “Pois Ele dará ordem a seus Anjos para te guardarem em todos os teus passos.Em suas mãos te levarão para que teu pé não tropece em nenhuma pedra”(Salmo 90[91], 11-12).
São Basílio Magno ensina o seguinte: “Cada fiel tem ao próprio lado um Anjo como protetor e pastor, para o conduzir à vida”. Deus, na sua inefável Bondade e Providência, concede-nos um amigo fiel que sempre nos acompanha ao longo da vida terrena, nos protege, nos ajuda para chegarmos à Pátria do Céu. A convicção da Igreja de que temos um Anjo protetor manifesta-se na Memória dos Santos Anjos da Guarda. O Servo de Deus, o Papa João Paulo II, na sua Catequese da Audiência Geral de 06 de agosto de 1986, assim se expressou: “... a Igreja confessa a sua Fé nos Anjos da Guarda, venerando-os na Liturgia com uma festa particular, e recomendando o recurso à sua proteção com uma oração freqüente, como na invocação do ‘Santo Anjo do Senhor’” ”(Disponível em www.vatican.va).

3. “O Anjo do Senhor se acampa em volta dos que o temem e os salva” ” (Salmo 33[34], 8).
Para nós, que devemos peregrinar neste mundo repleto de perigos e de tribulações, é extremamente consoladora a verdade do auxílio dos Santos Anjos da Guarda.É muito belo ler os fatos de intervenção Angélica em favor dos homens de Deus (por exemplo: Dn 6; At 5, 17-21; At 12, 1-19).
Devemos amar nossos Anjos da Guarda, respeita-los, honrá-los, invocá-los e seguir as suas inspirações para o Bem. Podemos invocar o Anjo da Guarda com esta oração:
“Anjo de Deus, que por divina piedade sois minha guarda e proteção, inspirai-me, defendei-me, dirigi-me e governai-me. Amém”.
Há, também, está antiga versão portuguesa:
“Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege e guarda, governa e ilumina. Amém”.

SANTOS ANJOS DA GUARDA,
ROGAI POR NÓS

Tears In Heaven - Eric Clapton

Would you know my name if I saw you in Heaven?
Would it be the same if I saw you in Heaven?

I must be strong and carry on,
'Cause I know I don't belong here in Heaven.

Would you hold my hand if I saw you in Heaven?
Would you help me stand if I saw you in Heaven?

I'll find my way through night and day,
'Cause I know I just can't stay here in Heaven.

Time can bring your down; time can bend your knees.
Time can break your heart, have you begging please, begging please.

Beyond the door there's peace I'm sure,
And I know there'll be no more tears in Heaven.

Repeat First Verse

Por favor

A cada sorriso seu uma nova luz surge no mundo.
Por favor, nunca pare de sorrir.
Eu me perco cada vez mais no seu olhar.
Por favor, me mantenha perdida em você.
Cada segundo é muito tempo estando longe de você.
Por favor, nunca vá embora.

Mas isso não foi suficiente.
Para evitar que você me dissesse adeus.

Só lhe desejo que o brilho das estrelas
Seja a luz suficiente para clarear
Seus olhos tão cegos em meio as trevas.

Eu me encontro aqui sozinha, nesse instante.
Por favor, venha me fazer companhia.
Pensando se talvez um dia você voltará.
Por favor, não me deixe esperando pela eternidade.
Eu desejo sinceramente que você não me esqueça.
Por favor, nunca pare de pensar em mim.

A vida passa e eu nada posso fazer.
São os momentos perfeitos, aqueles que sonhamos
Mas nunca iremos alcançar.

E eu continuarei aqui sozinha, até o dia chegar
Por favor, que seja real o que meus sonhos dizem
Enquanto o mundo estiver girando e até o dia em que parar
Estarei aqui te esperando, junto ao seu túmulo vazio
Por favor, quando for a hora, venha me buscar.

J.A.Cabral 01/08

The frozen world (tradução)Emilie Simon

Você não quer abrir para mim
A porta do teu mundo de gelo
Do teu deserto branco
Eu apenas quero olhar fixamente
Sobre esses campos de neve
Até que nos tornemos um de novo
Nos pertencemos ao mundo congelado
Quando o gelo começar a derreter
Voltando para o mar
Oh, você poderá ver
Como bonitos podemos ser
Tudo é calmo
No fim do planeta
No nosso deserto branco
O sol beija o gelo
Isso brilha para mim
E nos somos um de novo
Nos pertencemos ao mundo congelado
Quando o gelo começar a derreter
Voltando para o mar
Oh, você poderá ver
Como bonitos podemos ser

Unspoken

Silêncio dos inocentes
Esconde de mim a verdade
As palavras de sempre
Nunca foram ditas
Agora, isso não importa

Disseram que seria assim
Acreditei que não aconteceria
Mas nada disso importa
São só palavras não ditas
Deixe o silêncio falar por nós

Você está em qualquer outra parte
Eu ainda aqui, a mesma de sempre
Estudo seus sonhos, sua mente
Mas você não poderia saber
Isso já não importa mais

As vozes calaram-se, de repente
Nada disso tem valor, sobras
Das palavras não ditas por nós
O que você disse naquele dia
Foi o silêncio, o mesmo que ouço agora

Não fale mais nada, por favor
Não estrague de vez o que sobrou
Deixe o silêncio ensinar
Que palavras são inúteis
E só trarão mais dor.

Silêncio dos condenados
Quais mentiras ele nos traz?
O que você disse naquele dia
E o que eu nunca disse a você
Nada disso importa mais

Você está em qualquer outro lugar
E eu, ainda aqui, para sempre
Estudo seus sonhos, sua mente
Mas você não poderia saber
Agora isso não importa mais

Os seus erros, eu vejo através de você
Isso não importa mais
Aprecie a lâmina do silêncio
Cortar em pedaços os segredos
Mas não se preocupe...
Isso já não importa mais

Você está em qualquer outra parte
Fugindo, de mim, para sempre
E eu estou aqui, estudando sua mente
Mas você não poderia saber, jamais
Agora que isso não importa mais
Sã só palavras não ditas por nós.

J.A.Cabral 04/08

Plateau (tradução)Nirvana

Plateau (tradução)Nirvana
Muitas mãos escalaram a grande face do velho planalto
Algumas pertencem a estranhos e outras ao pessoal que você conhece
Espíritos Santos e programas de audiência são plantados na areia
Para embelezar a base das montanhas e apertar muitas mãos
Não há nada no topo, só um balde e um esfregão
E um livro ilustrado de pássaros
Você vê muitos lá em cima, mas não se assuste
Quem precisa agir quando se tem palavras
Quando você acabar com o esfregão você pode parar
E olhar o que você fez
O planalto está limpo, nenhuma sujeira a ser vista
E o trabalho, ele foi divertido
Não há nada no topo, só um balde e um esfregão
E um livro ilustrado de pássaros
Você vê muitos lá em cima, mas não se assuste
Quem precisa agir quando se tem palavras
As muitas mãos começaram a procurar pelo próximo planalto
Alguns disseram que era Greenland e alguns que era o México
Outros decidiram que não estaria em lugar nenhum, exceto onde eles estavam
Mas eles eram apenas adivinhadores, não te ajudariam se eles pudessem

Dust in the wind (tradução) Kansas

Eu fecho meus olhos
Só por um momento e esse momento se vai.
Todos meus sonhos
Passam diante dos meus olhos, uma curiosidade.
Poeira no vento
Tudo que eles são é poeira no vento.
A mesma antiga (ou velha) canção
Só uma gota dÂ’água no oceano infinito.
Tudo que fazemos
Desintegra-se à terra, embora nós recusamos ver.
Poeira no vento
Tudo que nós somos é poeira no vento.
Não fique parado
Nada dura para sempre, só o céu e a terra.
Isso vai embora
Nosso dinheiro não vai comprar outro minuto.
Poeira no vento
Tudo que somos é poeira no vento (tudo que somos é poeira no vento).
Poeira no vento (tudo é poeira no vento)
Tudo é poeira no vento.

Poema de sete Faces - Carlos Drummond de Andrade

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, porque me abandonaste
Se sabia que eu não era Deus
Se sabia que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
Mas essa lua
Mas esse conhaque
Botam a gente comovido como o diabo.

Machado de Assis (foto)




O ESPELHO – MACHADO DE ASSIS

O ESPELHO – MACHADO DE ASSIS
Esboço de uma nova teoria da alma humana
Quatro ou cinco cavalheiros debatiam, uma noite, várias questões de alta transcendência, sem que a disparidade dos votos trouxesse a menor alteração aos espíritos.
A casa ficava no morro de Santa Teresa, a sala era pequena, alumiada a velas, cuja luz fundia-se misteriosamente com o luar que vinha de fora. Entre a cidade, com as suas agitações e aventuras, e o céu, em que as estrelas pestanejavam, através de uma atmosfera límpida e sossegada, estavam os nossos quatro ou cinco investigadores de coisas metafísicas, resolvendo amigavelmente os mais árduos problemas do universo.
Por que quatro ou cinco? Rigorosamente eram quatro os que falavam; mas, além deles, havia na sala um quinto personagem, calado, pensando, cochilando, cuja espórtula no debate não passava de um ou outro resmungo de aprovação. Esse homem tinha a mesma idade dos companheiros, entre quarenta e cinqüenta anos, era provinciano, capitalista, inteligente, não sem instrução, e, ao que parece, astuto e cáustico. Não discutia nunca; e defendia-se da abstenção com um paradoxo, dizendo que a discussão é a forma polida do instinto batalhador, que jaz no homem, como uma herança bestial; e acrescentava que os serafins e os querubins não controvertiam nada, e, aliás, eram a perfeição espiritual e eterna. Como desse esta mesma resposta naquela noite, contestou-lha um dos presentes, e desafiou-o a demonstrar o que dizia, se era capaz. Jacobina (assim se chamava ele) refletiu um instante, e respondeu:
— Pensando bem, talvez o senhor tenha razão.
Vai senão quando, no meio da noite, sucedeu que este casmurro usou da palavra, e não dois ou três minutos, mas trinta ou quarenta. A conversa, em seus meandros, veio a cair na natureza da alma, ponto que dividiu radicalmente os quatro amigos. Cada cabeça, cada sentença; não só o acordo, mas a mesma discussão tornou-se difícil, senão impossível, pela multiplicidade das questões que se deduziram do tronco principal e um pouco, talvez, pela inconsistência dos pareceres. Um dos argumentadores pediu ao Jacobina alguma opinião,
— uma conjetura, ao menos.
— Nem conjetura, nem opinião, redargüiu ele; uma ou outra pode dar lugar a dissentimento, e, como sabem, eu não discuto. Mas, se querem ouvir-me calados, posso contar-lhes um caso de minha vida, em que ressalta a mais clara demonstração acerca da matéria de que se trata. Em primeiro lugar, não há uma só alma, há duas...
— Duas?
— Nada menos de duas almas. Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para entro... Espantem-se à vontade, podem ficar de boca aberta, dar de ombros, tudo; não admito réplica. Se me replicarem, acabo o charuto e vou dormir. A alma exterior pode ser um espírito, um fluido, um homem, muitos homens, um objeto, uma operação. Há casos, por exemplo, em que um simples botão de camisa é a alma exterior de uma pessoa; — e assim também a polca, o voltarete, um livro, uma máquina, um par de botas, uma cavatina, um tambor, etc. Está claro que o ofício dessa segunda alma é transmitir a vida, como a primeira; as duas completam o homem, que é, metafisicamente falando, uma laranja. Quem perde uma das metades, perde naturalmente metade da existência; e casos há, não raros, em que a perda da alma exterior implica a da existência inteira. Shylock, por exemplo. A alma exterior aquele judeu eram os seus ducados; perdê-los equivalia a morrer. "Nunca mais verei o meu ouro, diz ele a Tubal; é um punhal que me enterras no coração." Vejam bem esta frase; a perda dos ducados, alma exterior, era a morte para ele. Agora, é preciso saber que a alma exterior não é sempre a mesma...
— Não?
— Não, senhor; muda de natureza e de estado. Não aludo a certas almas
absorventes, como a pátria, com a qual disse o Camões que morria, e o poder, que foi a alma exterior de César e de Cromwell. São almas enérgicas e exclusivas; mas há outras, embora enérgicas, de natureza mudável. Há cavalheiros, por exemplo, cuja alma exterior, nos primeiros anos, foi um chocalho ou um cavalinho de pau, e mais tarde uma provedoria de irmandade, suponhamos. Pela minha parte, conheço uma senhora, — na verdade, gentilíssima, — que muda de alma exterior cinco, seis vezes por ano. Durante a estação lírica é a ópera; cessando a estação, a alma exterior substitui-se por outra: um concerto, um baile do Cassino, a rua do Ouvidor, Petrópolis...
— Perdão; essa senhora quem é?
— Essa senhora é parenta do diabo, e tem o mesmo nome; chama-se Legião... E assim outros mais casos. Eu mesmo tenho experimentado dessas trocas. Não as relato, porque iria longe; restrinjo-me ao episódio de que lhes falei. Um episódio dos meus vinte e cinco anos...
Os quatro companheiros, ansiosos de ouvir o caso prometido, esqueceram a controvérsia. Santa curiosidade! tu não és só a alma da civilização, és também o pomo da concórdia, fruta divina, de outro sabor que não aquele pomo da mitologia. A sala, até há pouco ruidosa de física e metafísica, é agora um mar morto; todos os olhos estão no Jacobina, que conserta a ponta do charuto, recolhendo as memórias. Eis aqui como ele começou a narração:
— Tinha vinte e cinco anos, era pobre, e acabava de ser nomeado alferes da Guarda Nacional. Não imaginam o acontecimento que isto foi em nossa casa. Minha mãe ficou tão orgulhosa! tão contente! Chamava-me o seu alferes. Primos e tios, foi tudo uma alegria sincera e pura. Na vila, note-se bem, houve alguns despeitados; choro e ranger de dentes, como na Escritura; e o motivo não foi outro senão que o posto tinha muitos candidatos e que esses perderam. Suponho também que uma parte do desgosto foi inteiramente gratuita: nasceu da simples distinção. Lembra-me de alguns rapazes, que se davam comigo, e passaram a olhar-me de revés, durante algum tempo. Em compensação, tive muitas pessoas que ficaram satisfeitas com a nomeação; e a prova é que todo o fardamento me foi dado por amigos... Vai então uma das minhas tias, D. Marcolina, viúva do Capitão Peçanha, que morava a muitas léguas da vila, num sítio escuso e solitário, desejou ver-me, e pediu que fosse ter com ela e levasse a farda. Fui, acompanhado de um pajem, que daí a dias tornou à vila, porque a tia Marcolina, apenas me pilhou no sítio, escreveu a minha mãe dizendo que não me soltava antes de um mês, pelo menos. E abraçava-me! Chamava-me também o seu alferes. Achava-me um rapagão bonito. Como era um tanto patusca, chegou a confessar que tinha inveja da moça que houvesse de ser minha mulher. Jurava que em toda a província não havia outro que me pusesse o pé adiante. E sempre alferes; era alferes para cá, alferes para lá, alferes a toda a hora. Eu pedia-lhe que me chamasse Joãozinho, como dantes; e ela abanava a cabeça, bradando que não, que era o "senhor alferes". Um cunhado dela, irmão do finado Peçanha, que ali morava, não me chamava de outra maneira. Era o "senhor alferes", não por gracejo, mas a sério, e à vista dos escravos, que naturalmente foram pelo mesmo caminho. Na mesa tinha eu o melhor lugar, e era o primeiro servido. Não imaginam. Se lhes disser que o entusiasmo da tia Marcolina chegou ao ponto de mandar pôr no meu quarto um grande espelho, obra rica e magnífica, que destoava do resto da casa, cuja mobília era modesta e simples... Era um espelho que lhe dera a madrinha, e que esta herdara da mãe, que o comprara a uma das fidalgas vindas em 1808 com a corte de D. João VI. Não sei o que havia nisso de verdade; era a tradição. O espelho estava naturalmente muito velho; mas via-se-lhe ainda o ouro, comido em parte pelo tempo, uns delfins esculpidos nos ângulos superiores da moldura, uns enfeites de madrepérola e outros caprichos do artista. Tudo velho, mas bom...
— Espelho grande?
— Grande. E foi, como digo, uma enorme fineza, porque o espelho estava na sala; era a melhor peça da casa. Mas não houve forças que a demovessem do propósito; respondia que não fazia falta, que era só por algumas semanas, e finalmente que o "senhor alferes" merecia muito mais. O certo é que todas essas coisas, carinhos, atenções, obséquios, fizeram em mim uma transformação, que o natural sentimento da mocidade ajudou e completou. Imaginam, creio eu?
— Não.
— O alferes eliminou o homem. Durante alguns dias as duas naturezas equilibraram-se; mas não tardou que a primitiva cedesse à outra; ficou-me uma parte mínima de humanidade. Aconteceu então que a alma exterior, que era dantes o sol, o ar, o campo, os olhos das moças, mudou de natureza, e passou a ser a cortesia e os rapapés da casa, tudo o que me falava do posto, nada do que me falava do homem. A única parte do cidadão que ficou comigo foi aquela que entendia com o exercício da patente; a outra dispersou-se no ar e no passado. Custa-lhes acreditar, não?
— Custa-me até entender, respondeu um dos ouvintes.
— Vai entender. Os fatos explicarão melhor os sentimentos: os fatos são tudo. A melhor definição do amor não vale um beijo de moça namorada; e, se bem me lembro, um filósofo antigo demonstrou o movimento andando. Vamos aos fatos. Vamos ver como, ao tempo em que a consciência do homem se obliterava, a do alferes tornava-se viva e intensa.
As dores humanas, as alegrias humanas, se eram só isso, mal obtinham de mim uma compaixão apática ou um sorriso de favor. No fim de três semanas, era outro, totalmente outro. Era exclusivamente alferes. Ora, um dia recebeu a tia Marcolina uma notícia grave; uma de suas filhas, casada com um lavrador residente dali a cinco léguas, estava mal e à morte. Adeus, sobrinho! adeus, alferes! Era mãe extremosa, armou logo uma viagem pediu ao cunhado que fosse com ela, e a mim que tomasse conta do sítio. Creio que, se não fosse a aflição, disporia o contrário; deixaria o cunhado e iria comigo. Mas o certo é que fiquei só, com os poucos escravos da casa. Confesso-lhes que desde logo senti uma grande opressão, alguma coisa semelhante ao efeito de quatro paredes de um cárcere, subitamente levantadas em torno de mim. Era a alma exterior que se reduzia; estava agora limitada a alguns espíritos boçais. O alferes continuava a dominar em mim, embora a vida fosse menos intensa, e a consciência mais débil. Os escravos punham uma nota de humildade nas suas cortesias, que de certa maneira compensava a afeição dos parentes e a intimidade doméstica interrompida. Notei mesmo, naquela noite, que eles redobravam de respeito, de alegria, de protestos. Nhô alferes, de minuto a minuto; nhô alferes é muito bonito; nhô alferes há de ser coronel; nhô alferes há de casar com moça bonita, filha de general; um concerto de louvores e profecias, que me deixou extático. Ah! Pérfidos! Mal podia eu suspeitar a intenção secreta dos malvados.
— Matá-lo?
— Antes assim fosse.
— Coisa pior?
— Ouçam-me. Na manhã seguinte achei-me só. Os velhacos, seduzidos por outros, ou de movimento próprio, tinham resolvido fugir durante a noite; e assim fizeram. Acheime só, sem mais ninguém, entre quatro paredes, diante do terreiro deserto e da roça abandonada. Nenhum fôlego humano. Corri a casa toda, a senzala, tudo; ninguém, um molequinho que fosse. Galos e galinhas tão-somente, um par de mulas, que filosofavam a vida, sacudindo as moscas, e três bois. Os mesmos cães foram levados pelos escravos.
Nenhum ente humano. Parece-lhes que isto era melhor do que ter morrido? era pior. Não por medo; juro-lhes que não tinha medo; era um pouco atrevidinho, tanto que não senti nada, durante as primeiras horas. Fiquei triste por causa do dano causado à tia Marcolina; fiquei também um pouco perplexo, não sabendo se devia ir ter com ela, para lhe dar a triste notícia, ou ficar tomando conta da casa. Adotei o segundo alvitre, para não desamparar a casa, e porque, se a minha prima enferma estava mal, eu ia somente aumentar a dor da mãe, sem remédio nenhum; finalmente, esperei que o irmão do tio Peçanha voltasse naquele dia ou no outro, visto que tinha saído havia já trinta e seis horas. Mas a manhã passou sem vestígio dele; à tarde comecei a sentir a sensação como de pessoa que houvesse perdido toda a ação nervosa, e não tivesse consciência da ação muscular. O irmão do tio Peçanha não voltou nesse dia, nem no outro, nem em toda aquela semana. Minha solidão tomou proporções enormes. Nunca os dias foram mais compridos, nunca o sol abrasou a terra com uma obstinação mais cansativa. As horas batiam de século a século no velho relógio da sala, cuja pêndula tic-tac, tic-tac, feria-me a alma interior, como um piparote contínuo da eternidade. Quando, muitos anos depois, li uma poesia americana, creio que de Longfellow, e topei este famoso estribilho: Never, for ever! — For ever, never! confesso-lhes que tive um calafrio: recordei-me daqueles dias medonhos. Era justamente assim que fazia o relógio da tia Marcolina: — Never, for ever!— For ever, never! Não eram golpes de pêndula, era um diálogo do abismo, um cochicho do nada. E então de noite! Não que a noite fosse mais silenciosa. O silêncio era o mesmo que de dia. Mas a noite era a sombra, era a solidão ainda mais estreita, ou mais larga. Tic-tac, tic-tac. Ninguém, nas salas, na varanda, nos corredores, no terreiro, ninguém em parte nenhuma... Riem-se?
— Sim, parece que tinha um pouco de medo.
— Oh! fora bom se eu pudesse ter medo! Viveria. Mas o característico daquela situação é que eu nem sequer podia ter medo, isto é, o medo vulgarmente entendido. Tinha uma sensação inexplicável. Era como um defunto andando, um sonâmbulo, um boneco mecânico. Dormindo, era outra coisa. O sono dava-me alívio, não pela razão comum de ser irmão da morte, mas por outra. Acho que posso explicar assim esse fenômeno: — o sono, eliminando a necessidade de uma alma exterior, deixava atuar a alma interior. Nos sonhos, fardava-me orgulhosamente, no meio da família e dos amigos, que me elogiavam o garbo, que me chamavam alferes; vinha um amigo de nossa casa, e prometia-me o posto de tenente, outro o de capitão ou major; e tudo isso fazia-me viver. Mas quando acordava, dia claro, esvaía-se com o sono a consciência do meu ser novo e único —porque a alma interior perdia a ação exclusiva, e ficava dependente da outra, que teimava em não tornar... Não tornava. Eu saía fora, a um lado e outro, a ver se descobria algum sinal de regresso. Soeur Anne, soeur Anne, ne vois-tu rien venir? Nada, coisa nenhuma; tal qual como na lenda francesa. Nada mais do que a poeira da estrada e o capinzal dos morros. Voltava para casa, nervoso, desesperado, estirava-me no canapé da sala. Tic-tac, tic-tac. Levantava-me, passeava, tamborilava nos vidros das janelas, assobiava. Em certa ocasião lembrei-me de escrever alguma coisa, um artigo político, um romance, uma ode; não escolhi nada definitivamente; sentei-me e tracei no papel algumas palavras e frases soltas, para intercalar no estilo. Mas o estilo, como tia Marcolina, deixava-se estar. Soeur Anne, soeur Anne...
Coisa nenhuma. Quando muito via negrejar a tinta e alvejar o papel.
— Mas não comia?
— Comia mal, frutas, farinha, conservas, algumas raízes tostadas ao fogo, mas suportaria tudo alegremente, se não fora a terrível situação moral em que me achava.
Recitava versos, discursos, trechos latinos, liras de Gonzaga, oitavas de Camões, décimas, uma antologia em trinta volumes. As vezes fazia ginástica; outra dava beliscões nas pernas; mas o efeito era só uma sensação física de dor ou de cansaço, e mais nada. Tudo silêncio, um silêncio vasto, enorme, infinito, apenas sublinhado pelo eterno tic-tac da pêndula. Tictac,
tic-tac...
— Na verdade, era de enlouquecer.
— Vão ouvir coisa pior. Convém dizer-lhes que, desde que ficara só, não olhara uma só vez para o espelho. Não era abstenção deliberada, não tinha motivo; era um impulso inconsciente, um receio de achar-me um e dois, ao mesmo tempo, naquela casa solitária; e se tal explicação é verdadeira, nada prova melhor a contradição humana, porque no fim de oito dias deu-me na veneta de olhar para o espelho com o fim justamente de achar-me dois.
Olhei e recuei. O próprio vidro parecia conjurado com o resto do universo; não me estampou a figura nítida e inteira, mas vaga, esfumada, difusa, sombra de sombra. A realidade das leis físicas não permite negar que o espelho reproduziu-me textualmente, com os mesmos contornos e feições; assim devia ter sido. Mas tal não foi a minha sensação.
Então tive medo; atribuí o fenômeno à excitação nervosa em que andava; receei ficar mais tempo, e enlouquecer. — Vou-me embora, disse comigo. E levantei o braço com gesto de mau humor, e ao mesmo tempo de decisão, olhando para o vidro; o gesto lá estava, mas disperso, esgaçado, mutilado... Entrei a vestir-me, murmurando comigo, tossindo sem tosse, sacudindo a roupa com estrépito, afligindo-me a frio com os botões, para dizer alguma coisa. De quando em quando, olhava furtivamente para o espelho; a imagem era a mesma difusão de linhas, a mesma decomposição de contornos... Continuei a vestir-me.
Subitamente por uma inspiração inexplicável, por um impulso sem cálculo, lembrou -me...
Se forem capazes de adivinhar qual foi a minha idéia...
— Diga.
— Estava a olhar para o vidro, com uma persistência de desesperado, contemplando as próprias feições derramadas e inacabadas, uma nuvem de linhas soltas, informes, quando tive o pensamento... Não, não são capazes de adivinhar.
— Mas, diga, diga.
— Lembrou-me vestir a farda de alferes. Vesti-a, aprontei-me de todo; e, como estava defronte do espelho, levantei os olhos, e... não lhes digo nada; o vidro reproduziu então a figura integral; nenhuma linha de menos, nenhum contorno diverso; era eu mesmo, o alferes, que achava, enfim, a alma exterior. Essa alma ausente com a dona do sítio dispersa e fugida com os escravos, ei-la recolhida no espelho. Imaginai um homem que, pouco a pouco, emerge de um letargo, abre os olhos sem ver, depois começa a ver, distingue as pessoas dos objetos, mas não conhece individualmente uns nem outros; enfim, sabe que este é Fulano, aquele é Sicrano; aqui está uma cadeira, ali um sofá. Tudo volta ao que era antes do sono. Assim foi comigo. Olhava para o espelho, ia de um lado para outro, recuava, gesticulava, sorria e o vidro exprimia tudo. Não era mais um autômato, era um ente animado. Daí em diante, fui outro. Cada dia, a uma certa hora, vestia-me de alferes, e sentava-me diante do espelho, lendo olhando, meditando; no fim de duas, três horas, despia-me outra vez. Com este regime pude atravessar mais seis dias de solidão sem os sentir...
Quando os outros voltaram a si, o narrador tinha descido as escadas.

Centenário da morte de Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro RJ em 21 de junho de 1839 e passou a infância e a adolescência no morro do Livramento. Cedo perdeu a mãe e ficou sob os cuidados da madrasta, Maria Inês. Fez os estudos primários numa escola pública do bairro de São Cristóvão e foi aluno do padre Silveira Sarmento, que o contratou como sacristão. Interessou-se então pelo estudo de línguas e aprendeu francês, inglês e alemão.
Machado de Assis construiu uma obra solitária, ainda insuperável em seu conjunto e acima das correntes literárias de seu tempo. Segundo Manuel Bandeira, "nenhum escritor o sobrepuja na harmonia de todas as qualidades, que faz dele nosso clássico por excelência". Para Alfredo Bosi, "o ponto mais alto e mais equilibrado da prosa realista brasileira acha-se na ficção de Machado de Assis".
Em 1855, publicou o primeiro trabalho, o poema "Ela", no jornal Marmota Fluminense. Depois entrou como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, de onde passou, como revisor de provas, para a tipografia de Paula Brito. Lá conheceu escritores e jornalistas. A partir desse ano, colaborou no Correio Mercantil, Diário do Rio de Janeiro, Semana Ilustrada e Jornal das Famílias, periódicos onde publicou boa parte de sua obra inicial. Em 1867 foi nomeado ajudante do diretor do Diário Oficial e dois anos mais tarde casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã do poeta português Faustino Xavier de Novais.
O casamento teve importância decisiva na vida de Machado de Assis, pois os 35 anos de vida conjugal harmoniosa dariam ao escritor a serenidade necessária à criação de sua obra. Foi intensa a atividade do escritor na década de 1870. Colaborou no Jornal da Tarde, lançou o primeiro romance, Ressurreição (1872), e exerceu as funções de primeiro-oficial da secretaria do Ministério da Agricultura, Viação e Obras Públicas (1873). No Jornal das Famílias, entre 1874 e 1876, iniciou a publicação das Histórias românticas, e, depois, Relíquias de casa velha. Ainda em 1874, começou no jornal O Globo a publicação, em folhetins, de A mão e a luva. Colaborou na Gazeta de Notícias, na Revista Brasileira e em O Cruzeiro (1878) editou, também em folhetins, o romance Iaiá Garcia.
Em 1880 foi nomeado oficial de gabinete do ministro da Agricultura; oito anos mais tarde foi elevado à categoria de oficial da Ordem da Rosa; e em 1892 ascendeu a diretor-geral da Viação. Paralelamente, consolidou-se seu prestígio como escritor, já amplamente reconhecido. Em 1896 fundou, com outros intelectuais, a Academia Brasileira de Letras, da qual foi eleito presidente no ano seguinte.
Machado de Assis criou uma obra equilibrada que inclui romances, contos, crônicas, ensaios, poesia e teatro. Mas foi no romance e no conto que se realizou plenamente como escritor. Como dramaturgo, limitou-se às comédias ligeiras, a maior parte delas com um único ato, sem importância em sua produção. Das 13 peças que escreveu, destacam-se Tu só, tu, puro amor e Lição de botânica. Como poeta, contemporâneo ainda da segunda geração romântica, Machado sofreu a influência dessa escola: seus versos -- reveladores de uma severa perfeição formal -- não possuem entretanto o mesmo calor nem a força expressiva dos grandes poetas românticos. Assim, do romantismo das Crisálidas (1864) e Falenas (1870), passou ao clima indianista das Americanas (1875) e à experiência parnasiana das Ocidentais (1879-1880), cujos poemas de impecável tessitura formal já deixam entrever a filosofia amarga de seus contos e romances. Entre os mais conhecidos, figuram "A mosca azul", "Círculo vicioso", "A Carolina", "Soneto de Natal", "Uma criatura" e "No alto".
No ensaio, revelou-se prosador correto, elegante e agudo crítico literário e teatral. Como cronista, é um dos maiores do Brasil: ágil, espirituoso, sempre atento aos acontecimentos, conseguiu captar e tratar com humor a alma carioca de sua época. Suas crônicas foram publicadas na imprensa, em colunas como "Histórias de quinze dias", "Notas semanais", "Balas de estalo" e "A semana".
No conto, Machado de Assis produziu algumas obras-primas. O melhor de sua produção de contista está nas coletâneas Papéis avulsos (1882), Histórias sem data (1884), Várias histórias (1896), Páginas recolhidas (1899) e Relíquias de casa velha (1906). São contos de observação da vida exterior e de análise psicológica, em que o autor foi mestre consumado. O conto machadiano é uma arte de pormenores, de sutilezas, em que há o engaste perfeito da simplicidade do estilo, do humor e da reflexão. Entre os melhores estão "Cantiga de esponsais", "Missa do galo", "Uns braços", "A desejada das gentes", "Trio em lá menor", "A chinela turca", "O enfermeiro" e "O alienista", este último na verdade uma novela.
Já nos primeiros romances, Machado deixa entrever as qualidades de grande prosador. Mas é sobretudo na trilogia Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891) e Dom Casmurro (1900) que aparece sua genialidade. Brás Cubas é o romance que serve de divisor de águas da obra machadiana e inaugura a fase de maturidade do escritor; Quincas Borba prossegue a narração em terceira pessoa para contar a história de um provinciano ingênuo, herdeiro improvisado que cai nas mãos de um casal jovem e ambicioso. Dom Casmurro faz voltar o estilo das memórias quase-póstumas, ao apresentar o relato de Bentinho, que se crê traído pela mulher e pelo melhor amigo, e relata sua vida quando ambos já estão mortos. Essa atmosfera e esses padrões da trilogia continuam em Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908), em que já se consumou o maneirismo de Machado. As primeiras obras, embora românticas, já esboçam, nas entrelinhas das situações insípidas, não apenas o perfil do sóbrio estilista, mas algumas das linhas mestras que se afirmam em sua obra a partir de Brás Cubas. Sutil e reticente, Machado examina a precariedade da condição humana e destila, vagaroso e implacável, seu fel contra a vida e os homens. A dúvida, a indecisão, o logro e a loucura são temas característicos de seus romances, a que, se faltam pujança e paixão, sobram estilo e viva observação psicológica. O agravamento de sua doença, a epilepsia, mal que, latente na infância, acentuou-se por volta dos quarenta anos, talvez determinasse de certa forma seu radical e incurável ceticismo.
Entre os tipos machadianos, sempre estranhos e contraditórios, alguns há de notável estatura e precisão literária, como é o caso de Capitu, símbolo da dissimulação; Virgília, imagem da inconseqüência e da leviandade; Flora, que morre vítima de sua própria contradição interior; Brás Cubas, a quem o absurdo da existência leva ao delírio; Rubião, condenado à loucura por pureza e ingenuidade; e o Conselheiro Aires, encarnação da finura, do humorismo sutil -- flor sarcástica do pensamento de seu criador.
Machado de Assis levou vida retirada depois da morte da esposa, em 1904, e morreu em 29 de setembro de 1908, na casa do Cosme Velho, no Rio de Janeiro.

11 de outubro

Sabe...
Quando eu descobri
Que as florestas eram de Plástico
Que tudo era comprável
Eu desisti de ser tão prático
E quis ser simples como um jardim...

J.A.Cabral 10/07