segunda-feira, 28 de junho de 2010

Theatre Of Tragedy - Fade(tradução)

Sedosas ondas marinhas
Em meio ao verão
O alçapão de nossa casa
Deslisando para cima e para baixo
Dias da infancia deslumbrante
Você ainda se lembra?
Em nenhum lugar que eu tenha visto
As sombras desaparecem
Sempre desde então

E eu desapareço como o orvalho antes do sol
Silencio de nossas memórias interrompidas
Em nossos sonhos, tudo é sempre o mesmo
Movimentos sedentos

Rígidos dias iminentes
Um retrospecto de sons dourados
O perfume da chuva ao cair
As memórias recuantes em abundancia
O tempo que está por vir
Se parece como ontem
Alguem estava lá para ver

E eu desapareço como o orvalho antes do sol
Silencio de nossas memórias interrompidas
Em nossos sonhos, tudo é sempre o mesmo
Movimentos sedentos

Fim da estrada
Todos nós esperamos por esse dia
Tudo mudou
Eu nunca quis ficar
Mas agora, tudo foi em vão
Movimentos sedentos

E eu desapareço como o orvalho antes do sol
Silencio de nossas memórias interrompidas
Em nossos sonhos, tudo é sempre o mesmo
Movimentos sedentos

RavenLand - Burning for you(tradução)

Através da noite eu sinto você
Eu escuto o seu chamado distante
Escuto sua voz dentro de mim
Nós somos um

Tragédia pulsa na noite
O som da sua voz me protege
Chore por mim, meu louco

Sinta meu êxtase

Você não pode ouvir meu grito? Estou queimando
Você não pode ouvir meu grito? Estou queimando por você

Minhas lágrimas de sangue escrevem essas palavras
Sinta-me em silêncio
Estou esperando por você
Eu irei encontrar você novamente, minha sombra
E se eu te toco
Juntos nossas almas serão como uma
Venha para mim, meu corvo

Minha loucura é você
Queima-me o que queima em você

sábado, 26 de junho de 2010

Therion - Vanaheim (Tradução)

Pegue a semente de Freyr
e ponha-o no solo sagrado
(para) torna-lo vivo
E a fertilidade levantará.

Entre em Vanahéimr
Onde mortos tomarão vida.

A magia de Freyja
Levará você para o outro mundo
Pelo transe de Sejd
(A) sibila vê dentro de sua alma.

Entre em Vanahéimr
E você irá conhecer a ti mesmo.

Vana-rei e rainha
Senhor e Senhora dos deuses
Se você sacrificar
Eles irão libertar seu fylgia.

Entre em Vanaheim
E encontre seu besta-tótem.

Pela semente de Ing
(Seu) fylgia o levará para o alto
Encontre-o em seu sangue
Desde os dias de guerra dos Vanir.

Entre em Vanahéimr
E você voará nos campos dourados
Com os deuses, eternamente.

Heimdall (Mitologia Nórdica)

Um dos principais deuses escandinavos, deus luminoso " esplendor do mundo " pai do gênero humano e guarda do arco-íris. Faz sentinela à porta do céu, para assinalar as tentativas dos gigantes. Dorme menos do que um pássaro; a sua vista é tão penetrante, que distingue os objetos, mesmo de noite, a cem milhas, e sua audição tão apurada, que percebe o germinar de uma erva, e o crescer da lã nos carneiros. Transformado em foca, lutou com Loke e arrancou-lhe o colar ( Brisingamen ) que havia sido roubado de Freya. Sob o nome de Rigr, se hospedou três vezes entre os homens. Possuia um cavalo chamado Gulltopper, " de crina brilhante como o ouro ".

Kairos

Deus alegórico, personificação da ocasião, do momento favorável, foi o mais jovem dos filhos de Zeus, segundo o poeta Ion de Quios. É representado sob as feições de um moço, ora com asas nos ombros ou nos pés, ora caminhando sobre uma roda alada, tendo a cabeça para trás, para que não possa ser agarrado por perseguidores. Tinha um altar em Olímpia.

Gênios

Seres espirituais que, na mitologia grega e romana, personificavam a força vital e a atividade criadora do homem. Ao lado dos gênios individuais, existiam gênios locais. Acreditava-se, além disso, nos gênios bons, que protegiam e conduziam ao bem; e nos maus, que arrastavam ao mal. O gênio bom é representado por um rapaz coroado de flores e de espigas de trigo; e o mau, por um velho de barba crescida e cabelos curtos, tendo, em uma das mãos, uma ave agourenta.

Danae

Fila de Acrísio, rei de Argos, e de Eurídice. Seu pai, impressionado com a falta de um herdeiro varão que lhe assegurasse a descendência do trono, foi consultar o oráculo. O deus respondeu-lhe que a sua filha lhe daria um neto, em cujas mãos ele viria a morrer. Apavorado diante dessa negra predição, Acrísio pretendeu impedir que Danae fosse mãe; e, para isso, mandou encerrá-la em um sólido subterrâneo, de paredes revestidas de bronze, guardado por diligentes sentinelas. Mas o destino zombou de todas essas precauções: Júpiter transformou-se em chuva de ouro ( alegoria indicando que Júpiter corrompeu as sentinelas a peso de ouro ) que, penetrando no solo, se infiltrou pelas paredes do subterrâneo, vindo a gotejar no níveo seio da virgem prisioneira. Dessas gotas divinas e fecundantes, veio à luz Perseu. Acrísio, ao ter conhecimento do fato, mandou expor mãe e filho no mar, em uma frágil embarcação, mas as ondas os arremessaram à ilha de Sérifos ( Sériphos ) onde, encontrados por pescadores, foram levados à presença do rei Polidetes, que os acolheu e, mais tarde, querendo desposar Danae, e receando oposição por parte de Perseu, pretendeu eliminá-lo, para que o mandou cortar a cabeça de Medusa, que tinha a virtude de petrificar a todo aquele que recebesse a luz de seus olhos. Perseu, protegido por Minerva, saiu-se bem da arriscada empresa, após o que retornou à Argos. Aí tendo chegado no momento em que celebravam jogos em honra do pai, tomou parte da diversão; mas, com tanta infelicidade, que o disco por ele lançado foi vitimar seu avô, que ali se achava entre os espectadores. A predição do oráculo acabava de realizar-se. Danae, é nesta fábula, a personificação do solo fertilizado pelas chuvas do deus-céu.

Kneph (Mitologia Egípcia)


Segundo a mitologia, " o Caos enchia a Noite, onde presidia o espírito do Ser Supremo. Súbito, no seio das trevas, brilhou um raio sagrado, Kneph e, ao mesmo tempo, se ouviu um grande ruído e, desse ruído, uma voz: era a palavra divina ou o Verbo. Daí Kneph, a um só tempo possuidor dos dois sexos, uniu-se com a palavra divina e, desta união, surgiu Phtah, deus do fogo e da vida ". É Kneph a primeira pessoa da trindade egípcia, cujos dois outros membros são Phtah e Phre. É ele encarnado como Ser Supremo, quando, na realidade, não é mais do que a primeira emanação ou criação. É o mesmo Amon.

Skade (Mitologia Nórdica)

Filha do gigante Thiasi e deusa da caça, personifica o mar agitado. Como o seu pai fosse morto pelos gigantes, ela pediu aos deuses uma compensação; sendo-lhe então dado escolher seu esposo pelos pés, ela preferiu o que tinha pés pequenos, certa de que era Balder; mas a escolha recaiu em Njord, com quem se casou, havendo dessa união Frey e Freya. Não havia unidade de vistas no seio do casal, quando à escolha da residência: Skade queria viver nas montanhas, caçar e patinar sobre o gelo, enquanto Njord preferia o mar tempestuoso. Procurando uma conciliação, acordaram os dois viverem juntos oito noites em Zrymheim, residência do pai de Skade ( Thiasi ), e três dias em Noatum; mas, depois da primeira noite de coabitação, os consortes resolveram viver cada um no sítio da sua predileção. Por causa de Skade, uma cobra lançou veneno no rosto de Loke, e a dor foi tão grande que as convulsões da vítima fizeram tremer a terra, dando origem ao terremoto. 

fonte: http://mithos.cys.com.br/

Izanaghi (mitologia japonesa)

Divindade japonesa nascida do Caos e encarregada de criar os deuses inferiores e os homens. Tendo perecido a sua irmã e esposa Izanami, ele desceu ao Yomtsu-Kuni ( país das trevas ) para procurá-la. Ao encontrá-la, ela lhe pediu que a esperasse, enquanto ia entender-se com as divindades infernais. Molestado com a escuridão, Izanaghi quebrou um dente do pente que prendia os seus cabelos e o acendeu. Deparou então com uma horrível massa informe em decomposição, e fugiu apavorado, perseguido pela esposa transformada em vampiro, e pelas Fúrias. Atirou então frutos ao solo e, enquanto os demônios os apanhavam, ele se distanciou. Ao chegar a um rio, Izanaghi, achando-se salvo, banhou-se para se purificar das contaminações infernais e, à medida que se despia, foram surgindo, das peças das suas vestes e das partes do seu corpo, as divindades Ama-tera-su, Tsuki-yo-mi e Suza-no-wo.

Ereshkigal, A Deusa do Subterrâneo

Ereshkigal é a Deusa Suméria, Rainha dos Mortos e do Mundo Subterrâneo. Seu nome significa "Senhora da Grande Habitação Inferior". Entretanto antes de ser relegada ao "kur" (palavra que significa Mundo Inferior), era uma Deusa dos grãos e morava na parte superior da terra. Caracterizava portanto, o crescimento dos cereais. Como Deusa dos grãos, era conhecida como Ninlil, sendo esposa de Enlil, um Deus Sol de segunda ordem. Como mulher deste Deus, foi violentada por marido diversas vezes, oculto em vários disfarces. Mas acabou sendo castigado pela violência perpetrada e mandado para o mundo inferior, onde toma o nome de Gugalana. A Deusa, entretanto, amava muito seu marido e seguiu-o, tornando-se então, Ereshkigal.
Sua violentação é análoga com a história de Perséfone, mas mostra a potência primitiva e paradoxal de forma mais crua, havendo em Ereshkigal muita das Gógonas e da Deméter Negra: o poder, o terror, as sanguessugas sobre a cabeça, o olhar terrível congelando a vida, a ligação íntima com o não-se e o destino. A Deusa contém e personifica as regras do mundo inferior, ao sentar-se frente aos sete juízes para receber aqueles que vêm até ela através dos sete portões de sua casa de lápis-lazúli. Em alguns mitos seu consorte era Ninazu (deus da cura) e em outros, Nergal (deus da peste, da guerra e da morte).
A violentação da Deusa, estabelece ainda, o domínio do masculino sobre a vida em sociedade, relegando o poder feminino e a fertilidade ao mundo inferior.
Em uma das primeiras violentações Ninlil-Ereshkigal por Enlil, nasceu Nana-Sin, o Deus Lua, nascido no mundo inferior antes de levantar-se para iluminar o Céu e medir o tempo com seus ciclos. Nana-Sin é o pai de Inanna, sendo portanto, Ereshkigal sua avó nessa genealogia. Ereshkigal tornou-se um símbolo da morte aterrorizada para o mundo patriarcal e foi banida para o subterrâneo. Como Kali, Ereshkigal, através do tempo e do sofrimento, dos quais, entretanto, jorra avida. Ela simboliza o abismo, que é a fonte e o fim, a base de todos os seres.
Os domínios de Ereshkigal representam uma única certeza: de que todos nós um dia morreremos. Mas devido esta certeza, esse reino é a manifestação do desconhecido, onde a vida consciente se encontra em estado de adormecimento.
O vizir de Ereshkigal chamava-se Namtar, "destino". O reino da Deusa tinha legalidade própria, à qual os Deuses da Suméria se curvavam. É a lei do grande subterrâneo, lei da realidade, das coisas como elas são, uma lei natural pré-ética e freqüentemente aterrorizadora, que sempre precede os julgamentos do superergo patriarcal e daquilo que gostaríamos que acontecesse. Mas Ereshkigal nunca aflorava em seu aspecto terrível. Quando os Deuses realizavam suas festas, pediam que alguém fosse buscar sua comida. Mas ela não é antagônica ao masculino, pois vivia rodeada de juízes, consortes e criados são homens e ela gera e dá à luz a meninos. Portanto, contrariando tudo o que já foi escrito, esta Deusa nos sugere que a consciência das camadas profundas do psique não é uma adversária da consciência patriarcal.

Kingfisher Sky - Persephone(tradução)

Desconectado da vida e do mundo real
desligado de tudo o que é dor
O lugar que eu chamo o meu reino
tem levado muitos mortais insanos.
Para o lugar onde eu quero levá-lo
Estabelecer as suas flores, meu amor
para este lugar é que eu preciso ir

As estações mudam quando eu vou para o Hades

Por que você chuta, por que você grita?
Você não sabe o que está por vir?
Você vai se sentar ao meu lado como minha rainha
aqui no reino dos mortos
Você foi prometido a mim por meu irmão
Isso pode lhe dar muito mais dor
Você pode chorar tudo o que você quer para sua mãe
festa do esquecimento uma vez que você nunca vai sair

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Camilo Pessanha - Clepsidra (frag.)

II


Passou o outono já, já torna o frio...
_ Outono de seu riso magoado.
llgido inverno! Oblíquo o sol, gelado...
_ O sol, e as águas límpidas do rio.
Águas claras do rio! Águas do rio,
Fugindo sob o meu olhar cansado,
Para onde me levais meu vão cuidado?
Aonde vais, meu coração vazio?
Ficai, cabelos dela, flutuando,
E, debaixo das águas fugidias,
Os seus olhos abertos e cismando...
Onde ides a correr, melancolias?
_ E, refratadas, longamente ondeando,
As suas mãos translúcidas e frias...

Charles Baudelaire - Correspondências

A natureza é um templo augusto, singular,
Que a gente ouve exprimir em língua misteriosa;
Um bosque simbolista onde a árvore frondosa
Vê passar os mortais, e segue-os com o olhar.

Como distintos sons que ao longe vão perder-se,
Formando uma só voz, de uma rara unidade,
Tem vasta como a noite a claridade,
Sons, perfumes e cor logram corresponder-se

Há perfumes subtis de carnes virginais,
Doces como o oboé, verdes como o alecrim,
E outros, de corrupção, ricos e triunfais
Como o âmbar e o musgo, o incenso e o benjoim,
Entoando o louvor dos arroubos ideais,
Com a larga expansão das notas d'um clarim.

domingo, 20 de junho de 2010

O Retrato de Dorian Gray - 20/06/1890

O Retrato de Dorian Gray - 20/06/1890

Romance fascinante sobre a imortalidade, a perfeição, a juventude eterna e outras impossibilidades

Publicado em 1890 - com uma segunda edição do ano seguinte, a que o escritor acrescentou seis novos capítulos e um prefácio -, "O Retrato de Dorian Gray" chocou a hipócrita sociedade vitoriana que viu nele um espelho dos seus defeitos, alheio àquelas que considerava serem as suas virtudes. A crítica apressou-se a envolver o romance num escândalo que passou de literário a social quando a relação de Wilde com o Lord Alfred Douglas se tornou pública (em 1891). No prefácio à segunda edição, Wilde distancia-se da polemica ("Não existem livros morais ou imorais. Os livros são mal ou bem escritos. É tudo") e desencoraja os que procuravam encontrar no seu ciclo de amizades as figuras inspiradoras das suas personagens: "O que a arte espelha realmente é o espectador e não a vida."

Obcecado pela beleza dionisíaca do jovem Dorian Gray, que conhece numa festa da alta-sociedade londrina em casa de Lady Agatha, Basil Hallward faz dele seu modelo. Nas várias sessões em que Dorian pousa para Basil desenvolve-se entre os dois uma amizade que coloca o artista numa posição de extrema fragilidade. Basil está fascinado pelo perturbador Dorian que, por sua vez, se deixa envolver pelo olhar cínico e irônico de Lord Henry Wotton, o mesmo que define a beleza como uma forma de gênio. Confrontado com a beleza do seu retrato e a impossibilidade de a manter para sempre, Dorian promete a sua alma em troca da juventude eterna. Ao longo do romance, o quadro passa de retrato a duplo de Dorian, já que nele se inscrevem todas as marcas que o tempo e o comportamento deviam deixar no homem - é o retrato que envelhece, enquanto Dorian conserva os traços perfeitos que Basil inicialmente fixou.

Romance gótico ou comédia de costumes "O Retrato de Dorian Gray" é uma obra em que Oscar Wilde confronta o leitor com a perfeição impossível, as convenções dispensáveis ou a mortalidade inevitável. Sempre com um tom provocador. "Toda a arte é inútil".

Lacuna Coil - Fragments Of Faith (tradução)

Esse não é o jeito de acabar com a fé
A promessa foi quebrada
Minha doença, interminável
Deixe-me sangrar eternamente
Tenho que esperar
Venha e me pegue
Perdido aqui, não sou nada
Amarre minhas mãos
Deixe-me sentir vivo mais uma vez

Onde está a dor?
Em algum lugar abaixo

Você pode sentir isso?
Você não sabe que não há tempo?
Você pode sentir isso?
Você não sabe que não há tempo?

Minha auréola desaparece
O pecado está chamando
A promessa foi roubada
Deixe-me sonhar eternamente
Minha alma para ser tomada
Venha e pegue-a
Perdido aqui, não sou nada
Amarre minhas mãos
Deixe-me sentir vivo mais uma vez

Você pode sentir isso?
Você não sabe que não há tempo?
Você pode sentir isso?
Você não sabe que não há tempo?

Nunca deixe isso partir...

Voce pode sentir isso?
Você não sabe que não há tempo?
Voce pode sentir isso?
Você não sabe que não há tempo?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Especial José Saramago

Saramago - Biografia

A literatura está de luto. Morreu na manhã desta sexta-feira, dia 18, o primeiro e único escritor de língua portuguesa laureado com o Prêmio Nobel.

Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, Golegã, no dia 16 de novembro de 1922, embora o registro oficial mencione o dia 18. Seus pais foram para Lisboa, capital de Portugal, quando ainda não tinha três anos de idade. Lá passou a maior parte de sua vida.


Antes de consolidar-se como escritor, trabalhou como serralheiro mecânico, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor e jornalista. Publicou seu primeiro livro, um romance – Terra do Pecado – , em 1947. Ficou sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na Revista Seara Nova.

Em 1972 e 1973, fez parte da redação do jornal Diário de Lisboa, onde foi comentador político. Coordenou, durante alguns meses, o suplemento cultural. Pertenceu a primeira Direção da Associação Portuguesa de Escritores. Entre abril e novembro de 1975, foi diretor-adjunto do Diário de Notícias. Desde 1976, vivia exclusivamente do trabalho literário. Foi Prêmio Nobel de Literatura em 1998 e a última obra foi Caim, publicado em 2009.
Política

Crítico ferrenho do sistema capitalista, José Saramago era uma das maiores referências da esquerda mundial. Nunca escondeu que acreditava no socialismo, mas desde o início dos anos 2000 se dizia decepcionado com as experiências em curso. Amigo pessoal do presidente de Cuba, Fidel Castro, criticava as restrições à liberdade.

O estopim para o rompimento com o regime cubano foi o fuzilamento de três dissidentes, em 2003. À época, Saramago condenou a ação. “Cuba não ganhou nenhuma batalha heróica com o fuzilamento desses três homens, mas sim perdeu minha confiança, destruiu minhas esperanças e decepcionou minhas ilusões.”


Escritor português laureado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1998 faleceu em casa, nas Ilhas Canárias, na manhã desta sexta-feira. Última obra foi Caim, de 2009.

fonte: http://novohamburgo.org/site/noticias/cultura/2010/06/18/literatura-de-luto-jose-saramago-morre-aos-87-anos/

Saramago - Passado, Presente, Futuro


Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.

Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.

Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.

Saramago - Poema à boca fechada

Não direi:

Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.


Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.

Saramago - Aforismo

"O espelho e os sonhos são coisas semelhantes, é como a imagem do homem diante de si próprio."

Saramago - Outros Cadernos de Saramago

Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma.




Revista do Expresso, Portugal (entrevista), 11 de Outubro de 2008

http://caderno.josesaramago.org/

Saramago - Retrato do Poeta Quando Jovem

Há na memória um rio onde navegam
Os barcos da infância, em arcadas
De ramos inquietos que despregam
Sobre as águas as folhas recurvadas.

Há um bater de remos compassado
No silêncio da lisa madrugada,
Ondas brancas se afastam para o lado
Com o rumor da seda amarrotada.

Há um nascer do sol no sítio exacto,
À hora que mais conta duma vida,
Um acordar dos olhos e do tacto,
Um ansiar de sede inextinguida.

Há um retrato de água e de quebranto
Que do fundo rompeu desta memória,
E tudo quanto é rio abre no canto
Que conta do retrato a velha história.

Saramago - citação

Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala.

Saramago - Não me Peçam Razões...

Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.

Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.

Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.

José Saramago (1922 - 2010)

 Hoje, sexta-feira, 18 de Junho, José Saramago faleceu às 12.30 horas na sua residência de Lanzarote, aos 87 anos de idade, em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença.

O escritor morreu estando acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranquila.


Fundação José Saramago
18 de Junho de 2010

http://www.josesaramago.org/

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O topo e a queda

A vida, como a Grande Roda
horas se sobe, horas se desce
mas tem irônica sensação:
ao subir, lenta é a agonia,
ao descer, veloz, tão rápido
se sente o prazer e a aflição.

Porém, na Grande Roda se sabe
o que é céu e o que é chão.
Na vida, já não se sabe
Onde começa o topo,
e onde termina a queda...

E só nos resta viver entre;
Co'as mãos na imensidão
Co'os pés tocando a terra.


J.A.Cabral 06/10










Manoel de Barros - Livro sobre nada (frag.)

2ª Parte: Desejar ser.

14.

O que não sei fazer desmancho em frases.

Eu fiz o nada aparecer.


(Represente que o homem é um poço escuro.
Aqui de cima não se vê nada.
Mas quando se chega ao fundo do poço já se pode ver o nada.)

Perder o nada e um emporecimento.

domingo, 13 de junho de 2010

The Gathering - Jelena(tradução)

Meu amigo
Ela sobressaiu
Da infância à tristeza
Ela está sempre brilhando
Mas ainda
Seu belo coração está afogado em pesar

Cavalo doce, vive dentro
Como um amigo
Necessitado

Longe e amplamente ela vai observar
O desabrochar das flores
Exausta, sua mente em uma loucura
Da melancolica  medicina

Eles deixam-na com sua amiga
Um poder da natureza preenchido com força

Cavalo doce, vive dentro
Como um amigo
Necessitado

Lord Byron - Eutanásia

 Quando o tempo me houver trazido êsse momento,
Do dormir, sem sonhar que, extremo, nos invade,
Em meu leito de morte ondule, Esquecimento,
De teu sutil adejo a langue suavidade!

Não quero ver ninguém ao pé de mim carpindo,
Herdeiros, espreitando o meu supremo anseio;
Mulher, que, por decôro, a coma desparzindo,
Sinta ou finja que a dor lhe estará rasgando o seio.

Desejo ir em silêncio ao fúnebre jazigo,
Sem luto oficial, sem préstito faustoso.
Receio a placidez quebrar de um peito amigo,
Ou furtar-lhe, sequer, um breve espaço ao gôzo.

Só amor logrará (se nobre à dor se esquive,
E consiga, no lance, inúteis ais calar),
No que se vai finar, na que lhe sobrevive,
Pela vez derradeira, o seu poder mostrar.

Feliz se essas feições, gentis, sempre serenas,
Contemplasse, até vir a triste despedida!
Esquecendo, talvez, as infligidas penas,
Pudera a própria Dor sorrir-te, alma querida.

Ah! Se o alento vital se nos afrouxa, inerte,
A mulher para nós contrai o coração!
Iludem-nos na vida as lágrimas, que verte,
E agravam ao que expira a mágoa e enervação.

Praz-me que a sós me fira o golpe inevitável,
Sem que me siga adeus, ou ai desolador.
Muita vida há ceifado a morte inexorável
Com fugaz sofrimento, ou sem nenhuma dor.

Morrer! Alhures ir... Aonde? Ao paradeiro
Para o qual tudo foi e onde tudo irá ter!
Ser, outra vez, o nada; o que já fui, primeiro
Que abrolhasse à existência e ao vivo padecer!...

Contadas do viver as horas de ventura
E as que, isentas da dor, do mundo hajam corrido,
Em qualquer condição, a humana criatura
Dirá: "Melhor me fôra o nunca haver nascido!"

sexta-feira, 11 de junho de 2010

onze de fevereiro

Quando a dor da alma
dominar-te o corpo
e teu semblante transparecer
teu ávido desespero
Tu clamarás pelos tempos incolores
onde, entre sombras,
teu espírito partirá ligeiro.


J.A.Cabral 02/10








quinta-feira, 10 de junho de 2010

ReVamp - I Lost Myself(tradução)

Por que é difícil conhecer esse coração?
Alheio a quem eu sou
E quem eu era antes de eu me perder?

E eu tento; eu desejo saber quem eu sou
E eu luto; acho difícil ser eu mesma

E todas aquelas palavras que eu não disse
O sonhos que eu tive ou tenho hoje
E a dor que eu temi e encarei e foi embora
As coisas que eu fiz
Os jogos que eu joguei
Me fizeram quem eu sou

Por que é difícil saber minhas metas?
Alheia a o que eu quero
Eu sei que eu era forte antes de perder a mim mesma

Ver minhas verdadeiras cores
Sentir meu verdadeiro coração
Aquele que eu perdi

Este é o meu rosto
Estes são os meus olhos
Meu mundo, a minha vida!

E todas as coisa que eu não fiz,
Os sonhos que eu tive ou tenho hoje
E a dor que eu senti e encarei; elas seguiram outra direção
As palavras que eu disse
Os sorrisos que eu fingi
É isto quem eu sou e sempre serei

Lacuna Coil - Oblivion (tradução)

Isto é um conto de fadas
E a história acabou
Nada que eu não teria tentado dizer
Você sabe que a estrada é sozinha
Eu vou precisar de ajudar
Você sabe que esta vida é louca
Eu vou precisar de ajudar

Há um lugar abaixo
A escuridão interior
É um lugar, eu não pertenço a ele
Venha me libertar desse esquecimento

Tudo dentro de mim
Na borda da agonia
Não há nada que eu possa fingir
Você sabe que a estrada é sozinha
Eu vou precisar de ajudar
Você sabe que esta vida é louca
Eu vou precisar de ajudar

Há um lugar abaixo
A escuridão interior
É um lugar, eu não pertenço a ele
Venha me libertar desse esquecimento

Isto é um conto de fadas
E a história acabou
Nada que eu não teria tentado dizer
E eu
E eu continuo vagando pra longe
Estou tão confuso
Eu continuo vagando

Há um lugar abaixo
A escuridão interior
É um lugar, eu não pertenço a ele
Venha me libertar (me libertar)

Eu continuo vagando (me libertar)
Eu continuo vagando (me libertar)
Eu continuo vagando (me libertar)
Venha me libertar (me libertar)
Eu continuo vagando (me libertar)
Eu continuo vagando (me libertar)
Eu continuo vagando (me libertar)
Venha me libertar desse esquecimento

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Álvares de Azevedo - Luar de Verão

O que vês, trovador? — Eu vejo a lua
Que sem lavar a face ali passeia...
No azul do firmamento inda é mais pálida
Que em cinzas do fogão uma candeia.

O que vês, trovador? — No esguio tronco
Vejo erguer-se o chinó de uma nogueira...
Além se entorna a luz sobre um rochedo,
Tão liso como um pau de cabeleira.

Nas praias lisas a maré enchente
S'espraia cintilante d'ardentia...
Em vez de aromas as douradas ondas
Respiram efluviosa maresia!

O que vês, trovador? — No céu formoso
Ao sopro dos favônios feiticeiros
Eu vejo — e treino de paixão ao vê-las -
As nuvens a dormir, como carneiros.

E vejo além, na sombra do horizonte,
Como viúva moça envolta em luto,
Brilhando em nuvem negra estrela viva
Como na treva a ponta de um charuto.

Teu romantismo bebo, ó minha lua,
A teus raios divinos me abandono,
Torno-me vaporoso... e só de ver-te
Eu sinto os lábios meus se abrir de sono.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Anneke van Giersbergen e Danny Cavanagh - Wild Flowers(tradução)

Como flores selvagens
Deixadas sozinhas
Do lado da rua
Imperfeito no canto

Como flores selvagens
Deixadas sozinhas
Do lado da rua
Imperfeito no canto

Eles levantam no vento e na chuva
Nenhum de vocês está deixado no mundo
Eles aprenderam que essa vida
É imprevisível

Como flores selvagens
Deixadas sozinhas
Do lado da rua
Imperfeito no canto

Como flores selvagens
Deixadas sozinhas
Do lado da rua
Imperfeito no canto

Tão longe
A lua cai no mar

Como flores selvagens
Deixadas sozinhas
Do lado da rua
Imperfeito no canto

Sem ter certeza absoluta de nada
Esse porde ser o último dia
Então tudo tem mais significado
E muito mais cor desse jeito

Tão longe
A lua cai no mar

Como flores selvagens
Deixadas sozinhas
Do lado da rua
Imperfeito no canto

Como flores selvagens
Deixadas sozinhas
Do lado da rua
Imperfeito no canto

Agua de Annique - Day After Yesterday (tradução)

Hoje é o dia após ontem
E ontem não foi assim tão bem
Meu amor veio e me afirmou:
"Sente-se, eu tenho algo para contar

Quando eu te conheci, meus olhos doeram
De tão bonita que você é

Eu não supus poder me sentir desse jeito
Se eu ainda a tivesse ao meu lado
Ao meu lado"

Eu não antecipei a sua sinceridade
Apesar de não te conhecer tão bem

Você vê, uma porta se fecha, outra porta se abre
Mas estas portas estão me levando direto ao inferno

Quando eu te conheci, meus olhos doeram
De tão bonita que você é

Eu não supus poder me sentir desse jeito
Se eu ainda a tivesse ao meu lado
Ao meu lado

Se eu tivesse quebrado tudo
Eu teria dado isso tudo
Que é como se sentir cansado
Eu não supus poder me sentir deste mesmo jeito

Anathema - A Dying Wish(tradução)

Eu cultivo a semente da ruína
Uma era de ouro virou pedra.
Elysium... virou pó.

Para isto, uma jornada trágica
Uma visão de um abraço agonizante
Terra destruída
Silêncio...

Onde Echonia chorou
Eu afundei no deserto silencioso

Caído estou,
Na solidão de uma promessa quebrada
.... Eu chorei sozinho.
Meu empírio é uma cicatriz
da memória da linda vida dela
Para Sempre era o seu nome.

Excitação perdida em uma vida de arrependimento.
Paz ornamentada me cobriria
se eu morresse agora
Por um último desejo.
 
 

sábado, 5 de junho de 2010

Dia Mundial do Meio Ambiente

O Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1972 marcando a abertura da Conferência de Estocolmo sobre Ambiente Humano. 

Celebrado anualmente desde então no dia 5 de Junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente cataliza a atenção e ação política de povos e países para aumentar a conscientização e a preservação ambiental. 



A importância da data é devido às discussões que se abrem sobre a poluição do ar, do solo e da água; desmatamento; diminuição da biodiversidade e da água potável ao consumo humano, destruição da camada de ozônio, destruição das espécies vegetais e das florestas, extinção de animais, dentre outros. 

A partir de 1974, o Brasil iniciou um trabalho de preservação ambiental, através da secretaria especial do meio ambiente, para levar à população informações acerca das responsabilidades de cada um diante da natureza.    Mas em face da vida moderna, os prejuízos ainda estão maiores. Uma enorme quantidade de lixos é descartada todos os dias, como sacos, copos e garrafas de plástico, latas de alumínio, vidros em geral, papéis e papelões, causando a destruição da natureza e a morte de várias espécies animais.

A política de reaproveitamento do lixo ainda é muito fraca, em várias localidades ainda não há coleta seletiva; o que aumenta a poluição, pois vários tipos de lixos tóxicos, como pilhas e baterias são descartados de qualquer forma, levando a absorção dos mesmos pelo solo e a contaminação dos lençóis subterrâneos de água.


Os principais objetivos das comemorações são:
1. Mostrar o lado humano das questões ambientais; 
2. Capacitar as pessoas a se tornarem agentes ativos do desenvolvimento sustentável; 
3. Promover a compreensão de que é fundamental que comunidades e indivíduos mudem atitudes em relação ao uso dos recursos e das questões ambientais; 
4. Advogar parcerias para garantir que todas as nações e povos desfrutem um futuro mais seguro e mais próspero.






Fontes:
http://www.ipc-undp.org/dmma/evento.htm
http://lambaritalia.blogspot.com/2010/06/5-de-junho-dia-do-meio-ambiente.html

terça-feira, 1 de junho de 2010

Edgar Allan Poe - Leonor (frag)

Sou oriundo duma raça caracterizada pelo vigor da fantasia e pelo ardor da paixão.

Os homens chamaram-me louco; mas ainda não está resolvido o problema - se a loucura é ou não a suprema inteligência - se muito do que é glorioso - se tudo o que é profundo - não tem a sua origem numa doença do pensamento - em modalidades do espírito exaltadas a custa das faculdades gerais. Aqueles que sonham de dia sabem muitas coisas que escapam àqueles que somente de noite sonham. Nas suas vagas visões obtêm relances de eternidade e, quando despertam, estremecem ao verem que estiveram mesmo à beira do grande segredo. Penetram sem leme nem bússola, no vasto oceano da "luz inefável"; e de novo, como os aventureiros do geógrafo núbio, agressi sunt mare tenebrarum, quid in eo esset exploraturi.(Eles se aventuraram no mar da escuridão, para explorar o que ele pode conter.)