quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Carlos Drummond de Andrade - PASSAGEM DO ANO

O último dia do ano
não é o último dia do tempo.
Outros dias virão
e novas coxas e ventres te comunicarão o
[ calor da vida.
Beijarás bocas, rasgarás papéis,
farás viagens e tantas celebrações
de aniversário, formatura, promoção, glória,
[ doce morte com sinfonia e coral,
que o tempo ficará repleto e não ouvirás o
[ clamor,
os irreparáveis uivos
do lobo, na solidão.

O último dia do tempo
não é o último dia de tudo.
Fica sempre uma franja de vida
onde se sentam dois homens.
Um homem e seu contrário,
uma mulher e seu pé,
um corpo e sua memória,
um olho e seu brilho,
uma voz e seu eco,
e quem sabe até se Deus...

Recebe com simplicidade este presente do
[ acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos
[ séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras
[ espreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer.

O recurso de se embriagar.
O recurso da dança e do grito,
o recurso da bola colorida,
o recurso de Kant e da poesia,
todos eles... e nenhum resolve.

Surge a manhã de um novo ano.

As coisas estão limpas, ordenadas.
O corpo gasto renova-se em espuma.
Todos os sentidos alerta funcionam.
A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.

Louis Armstrong - What A Wonderful World(tradução)

Eu vejo as árvores verdes, rosas vermelhas também

Eu as vejo florescer para nós dois
E eu penso comigo... que mundo maravilhoso

Eu vejo os céus azuis e as nuvens tão brancas
O brilho abençoado do dia, e a escuridão sagrada da boa noite
E eu penso comigo... que mundo maravilhoso

As cores do arco-íris, tão bonitas nos céus
Estão também nos rostos das pessoas que se vão
Vejo amigos apertando as mãos, dizendo: "como você vai?"
Eles realmente dizem: "eu te amo!"

Eu ouço bebês chorando, eu os vejo crescer
Eles aprenderão muito mais que eu jamais saberei
E eu penso comigo... que mundo maravilhoso

Sim, eu penso comigo... que mundo maravilhoso

Alphonsus de Guimarães - Soneto XLI

Cantem outros a clara cor virente
Do bosque em flor e a luz do dia eterno...
Envoltos nos clarões fulvos do oriente,
Cantem a primavera: eu canto o inverno.

Para muitos o imoto céu clemente
É um manto de carinho suave e terno:
Cantam a vida, e nenhum deles sente
Que decantando vai o próprio inferno.

Cantam esta mansão, onde entre prantos
Cada um espera o sepulcral punhado
De úmido pó que há de abafar-lhe os cantos...

Cada um de nós é a bússola sem norte.
Sempre o presente pior do que o passado.
Cantem outros a vida: eu canto a morte...

A donzela de Umbria

Oh linda donzela de Umbria!
Teu povoado é iluminado por teu semblante!
Os moços se encantam por tua beleza!
Teu cabelo cor da noite, brilha em estrelas;
Teus olhos de um azul profundo, qual oceano;
E tua pele é tão alva e sedosa, pálida e fresaca.

Oh linda donzela de Umbria!
A felicidade conheceste ao lado de teu amado,
Nos campos floridos, nas tardes e auroras,
Sempre juntos, contando seus medos e segredos,
Vivendo a natureza e o amor mais intenso,
Criando música com os suspiros ao vento.

Oh linda donzela de Umbria!
Espera teu amado, sentada em teu balanço.
Cercada por flores, borboletas, de primavera;
Cantando a vida, com tua voz singela,
E os sinos tocando, compodo harmonias,
Enquanto re-lês a carta, motivo de tua espera.

O verão chega com seu calor, mas logo passa.
O outono vem, enferrujando as árvores.
A linda donzela, aprecia suas cores e aromas,
As frutas maduras, e o tempo passando,
E ainda sim espera, ali no balanço,
Que teu amado retorne, em breve, da guerra.

O inverno impiedoso e gélido,
Mudou a sorte de muitos, e com o amado foi cruel,
Trazendo a morte para o homem mais fiel,
E sua linda donzela subiu para torre mais alta de Umbria,
Trancou-se lá, chorando sua perda, relendo a carta,
Que fora entregue pelo soldado, amigo seu.

E por seu amado, chorava noite e dia.
Rezando por sua alma, na guerra perdida.
Alimentava-se de nada, e já não dormia.
Querendo só a morte, sua vida era nada
A linda donzela tritemente definhava,
Até ouvir o canto de sua pessoa amada.

E sorrindo, a linda donzela de Umbria,
Partiu para os braços de seu amado.
Muitos que olharam para o alto, espantados,
Mais tarde, disseram que um anjo junto dela havia,
Enquanto seu frágil corpo caía para o nada
Manchando de sangue a terra fria.

J.A.Cabral 12.09

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Fernando Pessoa - Bóiam leves, desatentos

Bóiam leves, desatentos
Meus pensamentos de magoa,
como no sono dos ventos,
As algas, cabelos lentos
Do corpo morto das aguas.

Bóiam como folhas mortas,
À tona de aguas paradas.
São coisas vestindo nadas,
Pós remoinhando nas portas
Das casas abandonadas.

Sono de ser, sem remédio,
vestígio do que não foi,
Leve mágoa, breve tédio,
Não sei se para, se flui;
Não sei se existe ou se dói.

Cruz e Souza - Triste

Vai-se extinguindo a viva labareda
Que te abrasava o coração ridente...
Passas magoada pela rua e a gente
Umas converses funerais segreda.

Não tens no olhar o sangue q’embebeda,
Foram-se as rosas do viver contente...
Segues, agora, pobre flor -- somente
Da sepultura a essencial vereda.

E vem chegando o tenebroso inverno...
Mas nesse mal devorador e eterno,
Teu organismo já não mais resiste

Às punhaladas da estação de gelo...
E acabará como eu nem sei dizê-lo,
Triste, bem triste, pesarosa, triste!

Ravenland - Nas asas do Corvo

Voa sozinho dentro da noite
Absurda e imensa não a foi-te
Eterna e fria afaga meus sonhos
De memórias antigas queimadas
E as cinzas destas por corvos levadas

Ave sombria de olhos místicos e obscuros
Que guarda em si segredos de hostes celestiais.
Velas queimadas, lágrimas caídas, sob as lápides de quem voltará jamais.
Assim pensavas “é só isso e nada mais” até enquanto eu não escutava o teu canto
Vagando em “ais”.


Augusto dos Anjos - Soneto

Ouvi, senhora, o cântico sentido
Do coração que geme e s'estertora
N'ânsia letal que mata e que o devora
E que tornou-o assim, triste e descrido.

Ouvi, senhora, amei; de amor ferido,
As minhas crenças que alentei outrora
Rolam dispersas, pálidas agora,
Desfeitas todas num guaiar dorido.

E como a luz do sol vai-se apagando!
E eu triste, triste pela vida afora,
Eterno pegureiro caminhando,

Revolvo as cinzas de passadas eras,
Sombrio e mudo e glacial, senhora,
Como um coveiro a sepultar quimeras!

Arthur Rimbaud - Canção da Torre Mais Alta

Mocidade presa
A tudo oprimida
Por delicadeza
Eu perdi a vida.
Ah! Que o tempo venha
Em que a alma se empenha.

Eu me disse: cessa,
Que ninguém te veja:
E sem a promessa
De algum bem que seja.
A ti só aspiro
Augusto retiro.

Tamanha paciência
Não me hei de esquecer.
Temor e dolência,
Aos céus fiz erguer.
E esta sede estranha
A ofuscar-me a entranha.

Qual o Prado imenso
Condenado a olvido,
Que cresce florido
De joio e de incenso
Ao feroz zunzum das
Moscas imundas.

Draconian - The Amaranth(tradução)

Tu és uma flor, crescendo na alma dele!
Você ilumina o caminho silencioso dele à noite...
Meus ventos sopram pelo amor e sombras dele...
Ele está admirando Sua beleza... em uma terra distante.
Tu és O Amaranto!

Encontrando, Se unindo, Desejando, Esperando
Abraçando, Beijando, Amando, Prometendo para sempre.

Passando, Sumindo, Chorando, Desprezando
Sangrando, Gritando, Sofrendo, Odiando por amar

Eu nunca soube que um coração poderia ser tão verdadeiro...
Eu sonho voar para sempre com você!
Nossas almas em carmesim se renderiam às suas dores...
Nossas lágrimas limpariam as manchas.
É tão frio aqui... sem você!

Dentro dela, a essência da Noite...
Dentro dela, brilha Venus amada!

Sumindo, o último raio de sol
Sumindo, o último raio de sol...

O Outono vem para seu coração
O Outono vem para o meu coração,
Mas talvez a chuva traga ela pra você
Mas talvez a chuva traga ela para mim...
Tão verdadeira e tão obscura, sua linda alma desolada alma
Tão verdadeira e tão obscura, minha flor!
Ela é O Amaranto!

Será que ela surgirá em mim?
Será que eu irei surgir nela?

Dante Milano - A PARTIDA

Chego à amurada do cais,

Tomo um trago de tristeza.
Vem uma aura de beleza
Entontecer-me ainda mais.

Sinto um gosto de paixão
Dentro da boca amargosa.
Vem a morte deliciosa
Arrastar-me pela mão.

Vou seguindo sem olhar
Vou andando sem rumor,
Ouvindo a vaga do mar
Bater na pedra da dor.

Vou andando sobre o mar,
Quem sabe onde irei parar?
Vou andando sem saber
Aonde me leva este amor.

Alphonsus de Guimarães - Tema Secular

As velhas ilusões são como um bando
De cisnes a vogar em manso lago:
Seguem suaves, silentes; vão sonhando,
Ao condão misterioso de um rei magro...



A tarde é um lírio roxo: o acaso é brando,
E morre à beira-céu , como um afago;
A lua, errante arcanjo miserando,
Ergue-se então com o seu palor pressago...

Há sombras pelos bosques enluarados,
E nos torreões do céu vultos humanos
Envolvem-se em grinaldas de noivados...

Vêm dias, e vêm meses, e vêm anos:
E os cisnes, em casais de bem casados,
Seguem singrando o lago dos enganos...

Cruz e Souza - OISEAUX DE PASSAGE

Les rêves, les grands rêves que moi toujours adore,
Les rêves couleur rose, les rêves éclatants;
Ainsi que les colombes un autre ciel cherchants
J’ai vu les ailes ouvertes, si belles que l’aurore.

Autour de la nature, autour de la profonde
Et merveilleuse mère des fleurs, des harmonies,
Les rêves éblouissants, remplis d’amour et vie,
Trouvaient de l’espoir le plus doré des mondes.

Hélas!... -- mais maintenant, par des chagrins, secrets,
L’amour, les étoiles et tout ce qu’il nous est
Chéri -- le beau soleil, la lune et les nuages;

Tout fut plongé d'abord’ plongé dans le mystère,
Avec de mon coeur la douce lumière,
Les rêves de mon âme -- uns* oiseaux de passage!...

Lacuna Coil - I Like It (tradução)

Tudo está diferente hoje
Eu gosto disso,eu gosto disso
Eu me sinto diferente hoje
Eu gosto disso, eu gosto disso.

Eu não vou estar no seu desfile
Por que eu não gosto disso
Você pensa que eu sou uma trapaça
Você pensa que eu gosto disso
Você fez essa fantasia comigo,
Mas eu não gosto isso.
Eu quero que você vá embora comigo
É assim que eu gosto.
Você gosta disso?

Hoje eu voarei
Não há nada que me mantenha no chão
Tocar o céu,
Estou livre por dentro.

Você pensa que é o senhor e eu a escrava
Você pensa que eu gosto disso
Você nem me conheçe
E é assim que eu gosto
Eu estou ficando pronta pra partir,
Mas você não gosta disso
Você pode acabar com seus contos de fada
Eu gosto disso, eu gosto disso
Você gosta?

Hoje eu voarei
Não há nada que me mantenha no chão
Tocar o céu,
Estou livre por dentro.
Hoje eu voarei
Não há nada que me mantenha no chão
Tocar o céu,
Estou livre por dentro.

Eu estou livre pra fazer o que quero
Eu estou celebrando minha vida
Eu estou livre pra fazer o que quero
Eu estou celebrando minha vida
Eu vou pegar o que eu gosto
Eu vou celebrar até eu morrer
Eu estou celebrando minha vida.

Hoje eu voarei
Não há nada que me mantenha no chão
Tocar o céu,
Estou livre por dentro.
Hoje eu voarei
Não há nada que me mantenha no chão
Tocar o céu,
Estou livre por dentro.

Fernando Pessoa - Se sou alegre ou sou triste?...

Se sou alegre ou sou triste?...
Francamente, não o sei.
A tristeza em que consiste?
Da alegria o que farei?

Não sou alegre nem triste.
Verdade, não sou o que sou.
Sou qualquer alma que existe
E sente o que Deus fadou.

Afinal, alegre ou triste?
Pensar nunca tem bom fim...
Minha tristeza consiste
Em não saber bem de mim...
Mas a alegria é assim...

Walt Whitman - CANÇÃO DE MIM MESMO

EU CELEBRO a mim mesmo,
E o que eu assumo você vai assumir,
Pois cada átomo que pertence a mim pertence a
[ você.

Vadio e convido minha alma,
Me deito e vadio à vontade .... observando uma
[ lâmina de grama do verão.

Casas e quartos se enchem de perfumes .... as
[ estantes estão entulhadas de perfumes,
Respiro o aroma eu mesmo, e gosto e o
[ reconheço,
Sua destilação poderia me intoxicar também,
[ mas não deixo.
A atmosfera não é nenhum perfume .... não tem
[ gosto de destilação .... é inodoro,

(...)
A fumaça de minha própria respiração,
Ecos, ondulações, zunzuns e sussurros .... raiz
[ de amaranto, fio de seda, forquilha e videira,
Minha respiração minha inspiração .... a batida
[ do meu coração .... passagem de sangue e
[ ar por meus pulmões,
O aroma das folhas verdes e das folhas secas,
[ da praia e das rochas marinhas de cores
[ escuras, e do feno na tulha,
O som das palavras bafejadas por minha voz ....
[ palavras disparadas nos redemoinhos do
[ vento,
Uns beijos de leve .... alguns agarros .... o
[ afago dos braços,
Jogo de luz e sombra nas árvores enquanto
[ oscilam seus galhos sutis,
Delícia de estar só ou no agito das ruas, ou pelos
[ campos e encostas de colina,
Sensação de bem-estar .... apito do meio-dia
[ .... a canção de mim mesmo se erguendo
[ da cama e cruzando com o sol.

Uma criança disse, O que é a relva? trazendo um
[ tufo em suas mãos;
O que dizer a ela ?.... sei tanto quanto ela o que
[ é a relva.

Vai ver é a bandeira do meu estado de espírito,
[ tecida de uma substância de esperança verde.
Vai ver é o lenço do Senhor,
Um presente perfumado e o lembrete derrubado
[ por querer,
Com o nome do dono bordado num canto, pra que possamos ver e examinar, e dizer
É seu ?

O blablablá das ruas .... rodas de carros e o
[ baque das botas e papos dos pedestres,
O ônibus pesado, o cobrador de polegar
[ interrogativo, o tinir das ferraduras dos
[ cavalos no chão de granito.
O carnaval de trenós, o retinir de piadas
[ berradas e guerras de bolas de neve ;
Os gritos de urra aos preferidos do povo ....
[ o tumulto da multidão furiosa,
O ruflar das cortinas da liteira — dentro um
[ doente a caminho do hospital,

O confronto de inimigos, súbito insulto,
[ socos e quedas,
A multidão excitada — o policial e sua estrela
[ apressado forçando passagem até o centro
[ da multidão;
As pedras impassíveis levando e devolvendo
[ tantos ecos,

As almas se movendo .... será que são invisíveis
[ enquanto o mínimo átomo é visível ?
Que gemidos de glutões ou famintos que
[ esmorecem e desmaiam de insolação
[ ou de surtos,
Que gritos de grávidas pegas de surpresa,
[ correndo pra casa pra parir,
Que fala sepulta e viva vibra sempre aqui....
[ quantos uivos reprimidos pelo decoro, Prisões de criminosos, truques, propostas
[ indecentes, consentimentos, rejeições de

[ lábios convexos,
Estou atento a tudo e as suas ressonâncias ....
[ estou sempre chegando.

Sou o poeta do corpo,
E sou o poeta da alma.

Os prazeres do céu estão comigo, os pesares do
[ inferno estão comigo,
Aqueles, enxerto e faço crescer em mim mesmo
[ .... estes, traduzo numa nova língua.

Sou o poeta da mulher tanto quanto do homem,
E digo que é tão bom ser mulher quanto ser
[ homem,
E digo que não há nada maior que a mãe dos
[ homens.

Vadio uma jornada perpétua,
Meus sinais são uma capa de chuva e sapatos
[ confortáveis e um cajado arrancado

[ do mato ;
Nenhum amigo fica confortável em minha
[ cadeira,
Não tenho cátedra, igreja, nem filosofia;
Não conduzo ninguém à mesa de jantar ou à
[ biblioteca ou à bolsa de valores,
Mas conduzo a uma colina cada homem e mulher
[ entre vocês,
Minha mão esquerda enlaça sua cintura,
Minha mão direita aponta paisagens de
[ continentes, e a estrada pública.

Nem eu nem ninguém vai percorrer essa estrada
[ pra você,
Você tem que percorrê-la sozinho.

Não é tão longe assim .... está ao seu alcance,
Talvez você tenha andado nela a vida toda e não
[ sabia,
Talvez a estrada esteja em toda parte sobre a
[ água e sobre a terra.

Pegue sua bagagem, eu pego a minha, vamos em
[ frente;
Toparemos com cidades maravilhosas e nações
[ livres no caminho.

Se você se cansar, entrega os fardos, descansa a
[ mão macia em meu quadril,
E quando for a hora você fará o mesmo por mim;
Pois depois de partir não vamos mais parar.

Rosa Ignea - Remembrance(tradução)

O amanhecer me mostra a luz do sol de um novo dia

E eleva a minha alma no caminho da sua redenção

As estrelas que me ajudam a acalmar um pouco
Nestas maravilhosas noites de lua cheia...
Estrelas de urânio!

Quando eu olho para o céu, eu vejo um passado distante
Na lua eu reconheço um antigo abrigo

As montanhas muito simbolizam a pesada cruz de modo santo
Por favor, meu senhor, não deixe que meu coração ande sozinho

Eu posso sentir a dor do meu irmão
Lágrimas de compaixão
Foram derramadas a cada instante
Devido a sua aflição

As estrelas que me ajudam a acalmar um pouco
Nestas maravilhosas noites de lua cheia...
Estrelas de urânio!

Quando eu olho para o céu, eu vejo um passado distante
Na lua eu reconheço um antigo abrigo

As montanhas muito simbolizam a pesada cruz de modo santo
Por favor, meu senhor, não deixe que meu coração ande sozinho
Oh, Senhor! Eu não quero ser um ladrão de seu próprio tesouro!
Eu não quero atacar daquilo que pertence somente a você

Ravenland - Velvet Dreams(tradução)

Essa noite fria me levou
Para caminhos estranhos
Tocado por sonhos aveludados
que bebe minhas eternas marcas

Eu escuto a canção da lua
Uma voz melodiosa que encanta mentes doentes
Lua intocada
E exuberante, pura e sensual

Seu ventre vazio fez
Derramar uma chuva de sangue
Lágrimas ásperas eu senti
Caindo na minha pele
Eu me perdi na dança dos sonhos
Dance na névoa que cobre meu olhos
Dance na névoa

Eu peguei um buquê de flores esmagado pelo tempo
Mas eu sei, o tempo não me deixará murchar

Therion - Call of Dagon (tradução)

De uma estrela solitária
Além da margem do universo
Um som está ecoando
(Um) chamado de outro mundo
Luzes de Sirius
Vão levá-lo do esquecimento:
Dagon está aqui novamente.

Quando você observa o céu
Você sente um desejo das estrelas
Entre no infinito

Responda ao chamado que você ouve
Quando você dá um passo
Para se libertar da vida moderna
O céu irá brilhar novamente

Chamado de Dagon!
O Profundo está lhe chamando
Chamado de Dagon!
Ouça a canção do céu noturno

Chamado de Dagon!
É o som do universo
Chamado de Dagon!
Em algum lugar nos seus sonhos

Dagon canta
Deusa das estrelas
Sothis dança

Fernando Pessoa - Entre o luar e o arvoredo

Entre o luar e o arvoredo,
Entre o desejo e não pensar
Meu ser secreto vai a medo
Entre o arvoredo e o luar.
Tudo é longínquo, tudo é enredo.
Tudo é não ter nem encontrar.

Entre o que a brisa traz e a hora,
Entre o que foi e o que a alma faz,
Meu ser oculto já não chora
Entre a hora e o que a brisa traz.
Tudo não foi, tudo se ignora.
Tudo em silêncio se desfaz.

24.8.1930

Elis - Der Letzte Tag(tradução)

Aconteceu pelo tempo,
Como o sol trouxe a terra à incandescência
E as próprias pessoas depois que a noite ansiou,
Depois das sombras
E o alívio da dor dela:

O ar estava, enquanto ainda abafando
A terra nos tremores de calor
Nenhuma respiração de vento alivia a dor
Transpiração flui da testa fria
Febre alterca no corpo branco

Em asas moderadas, a noite está pendente aqui
O último dia
Olhos escuros íntimos com ponta macia
Em asas moderadas, a noite está pendente aqui
O quieto reclama
Encolha desconhecido desde que ela é capaz de nada

Mentiras de pó no ar quente
Respirar é difícil para ela
Nenhuma respiração de vento alivia a dor
Pedindo aos relógios de cama dele
O amante que espera a noite
Nenhuma respiração de vento alivia a dor

Em asas moderadas, a noite está pendente aqui
O último dia
Olhos escuros íntimos com ponta
Em asas moderadas, a noite está pendente aqui
O quieto reclama
Encolha desconhecido desde que ela é capaz de nada

Aconteceu pelo tempo
E finalmente, a noite veio

The Dogma - A Good Day To Die (tradução)

Olhe para um no passeio escuro hey, saúdo a minha vida
Olhe em minha alma deixe-me livre para mostrar
Congelados sonhos em um lago de lágrimas
Infância, olhos à procura de alguma luz

Quando todas as esperanças esmorecem,
seus gritos não podem ser ouvidos, não mais
um bom dia para morrer

Não, não chorar, em vão,
salvar as suas lágrimas para a sua dor
simpatia por mim não vai salvar você de seus pecados
Sonhos quebrados em um mundo des cinzas
Luzes neon na noite mais frio

Quando todas as esperanças esmorecem,
seus gritos não podem ser ouvidos, não mais
um bom dia para morrer
Até mesmo a dor é apenas uma memória,
sensação de mortos por dentro
um bom dia para morrer

Correndo rubi vermelho ...
Um sono sem um sonho ...
Irmã, não me odeiam

Quando todas as esperanças esmorecem,
seus gritos não podem ser ouvidos, não mais
um bom dia para morrer
Até mesmo a dor é apenas uma memória,
sensação de mortos por dentro
um bom dia para morrer

Cruz e Souza - SONETO (5 dez. 1882)

Embeberam-me a pena em fel!
 Antônio (Mendes Leal)
 
Deixai que deste álbum na folha delicada
Eu venha difundir meus rudes pensamentos
Deixai que as pobres rimas, uns nadas poeirentos
Eu possa transudar da mente entrenublada!...

Deixai que de minh’alma na fibra espedaçada
Eu busque inda vibrar uns cantos tardos, lentos!...
Bem cedo os vendavais, aspérrimos, cruentos
Ai! Tudo arrojarão à campa amargurada!

Porém qu’importa isso! dos mares desta vida
Nos pávidos, estranhos, enormes escarcéus
Se alguma coisa val, és tu, ó luz querida!...

Rasguemos do porvir os áditos, os véus!...
Riamos sem cessar, embora em dor sentida!...
Também as nuvens negras conglobam-se nos céus!

Fernando Pessoa - Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.

De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é.

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.

Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Cada um é muita gente.
Para mim sou quem me penso,
Para outros – cada um sente
O que julga, e é um erro imenso.

Ah, deixem-me sossegar.
Não me sonhem nem me outrem.
Se eu não me quero encontrar,
Quererei que outros me encontrem?

26.8.1930

A margem do Caos

I

A agonia não pode mais ser suportada.
Escrever se tornou minha única esperança de sanidade.

II

Faça justiça a minha mente
com um pouco de verdade
seja claro e constante
tenha dignidade
e faça o sol acordar de novo
porque nessa escuridão
eu já não posso mais ficar.

III

A pior coisa não é ter inimigos impiedosos ou imaginários;
é não conseguir aguentar sua própria presença...

IV

Como eu faço para acabar
com essa dor latente?
Não, para, não acaba, não!
Angústia, agonia, sem esperança
Dê-me uma resposta
Dê-me uma ilusão qualquer
Para clarear o futuro
E não desistir de tudo...

V

Porque quanto mais eu tento me afastar
mais isso me pertuba, mais e mais
beiro o desespero, com tanta incerteza
E esse desejo irremediável por amplitude
O desejo de não só desejar...
O desejo de ter, a Liberdade maior
O que eu quero? já não sei mais
Mas todos os silêncios me trazem aqui
A estes pensamentos desconexos
que sempre travam no mesmo ponto
no mesmo questionamento, a dúvida única
O que eu estou fazendo?

VI

Tudo agora é tão pertubador e sem sentido ou vida
Mas eu ainda tenho questionamentos
E ainda há tempo para esclarecer tais dúvidas...
Até quando?

VII

Caos
Apague essas ideias, apague
Cesse esses pensamentos
Que não levarão a lugar algum
Você bem sabe, você conseguirá
A sua resposta, a sua mudança.

VIII

Caçando minha sombra inconsciente
na esperança de descobrir onde eu chegarei
com tantas dúvidas, incertezas e mudanças...

IX

O preço da tomada de consciência é a dor
A dor de se autoconhecer e de descobrir
que você se tornou tudo o que você mais odeia.

O preço da consciência é a vida
que eu não sei se é o que eu quero
mas é o que me pertence.

Eu tenho que aprender a lidar
com essa pessoa que esta dentro de mim,
essa mente paralela, minha sombra.

X

É necessário abandonar o antigo "eu"
e refazer o que eu não posso aceitar que permaneça.
Mas a maior angústia é ter essa sensação
de que as coisas estão mudando sem mim.

XI

O preço que pago para alcançar essas respostas
só pode ser computado por todos esses mistérios
que ficam por ser resolvidos.

XII

Colocando-me a beira da loucura
cada vez mais na margem
As repostas estão em mim
Ando na margem, a linha divisória
Mas eu pertenço ao desequilíbrio,
a confusão e ao caos.

XIII

Muitos nomes, personagens, cenas,
luzes, pesadelos e segredos
Tudo em excesso
Exagero sempre foi seu erro
Sempre longe de um sim ou não
Sempre além do limite
Agora sua mente busca expansão
Apenas deixe-a se libertar.

XIV

As escolhas estão além,
você não pode prever seus resultados.
As escolhas de agora afetarão todos os futuros
e você não as pode ver, as infinitas possibilidades.
Você entende a importância de tudo
na sua vida e na dos outros,
mas não consegue lidar com isso.


XV

Era necessária a libertação desses pensamentos incoerentes
nessa folha de caderno que se perderá no tempo
para que por uns poucos segundos
essa mente complexa encontre um descanso
de seu eterno emaranhado de pensamentos.


J.A.Cabral 04.09

Fernando Pessoa - Não quero mais que um som de água

Não quero mais que um som de água
Ao pé de um adormecer.
Trago sonho, trago mágoa,
Trago com que não querer.

Como nada amei nem fiz
Quero descansar de nada.
Amanhã serei feliz
Se para amanhã há estrada.

Por enquanto, na estalagem
De não ter cura em mim,
Gozarei só pela aragem
As flores do outro jardim.

Por enquanto, por enquanto,
Por enquanto não sei quê...
Pobre alma, choras sem pranto,
E ouves como quem vê.

Dante Milano - MÚSICA SURDA

Como num louco mar, tudo naufraga.
A luz do mundo é como a de um farol
Na névoa. E a vida assim é coisa vaga.

O tempo se desfaz em cinza fria,
E da ampulheta milenar do sol
Escorre em poeira a luz de mais um dia.

Cego, surdo, mortal encantamento.
A luz do mundo é como a de um farol...
Oh, paisagem do imenso esquecimento.

T. S. Eliot - BURNT NORTON(fragm)

(trecho inicial da parte III)


Aqui é um lugar de desamor
Tempo de antes e tempo de após
Numa luz mortiça: nem a luz do dia
Que reveste formas de lúcida quietude
Transfigurando sombras em beleza transitória
E cuja lenta rotação sugere permanência
Nem a escuridão que purifica a alma
Esvaziando o sensual com privação
Purgando de afeto o temporal.
Nem plenitude nem vazio. Um bruxuleio apenas
Sobre faces tensas repuxadas pelo tempo
Distraídas da distração pela distração
Cheias de fantasmagorias e ermas de sentido
Túmida apatia sem concentração
Homens e pedaços de papel rodopiados pelo vento frio
Que sopra antes e depois do tempo, vento
Fora e dentro de pulmões enfermos
Tempo de antes e tempo de após.
Eructação de almas doentias
No ar estiolado, miasmas
Carregados pelo vento que varre as lúgubres colinas de Londres,
Hampstead e Clerkenwell, Campden e Putney,
Highgate, Primrose e Ludgate. Não aqui
Não aqui a escuridão, neste mundo de gorjeios.

Autumn - Liquid Under Film Noir (Arsonist's Tale) (tradução)

Tão pequena a esperança

Difícil não se engasgar com a fumaça desenhada
Uma alma sobreviveu no fogo
Há ferrugem em tudo
Um estranho, adesivado na pele
As brasas brilham no que fica

você pode enxergar tão longe
Quando a lente está manchada com preto de graxa?
Você pode nadar no mar
E ainda recuperar o coração?
O líquido sobre o negativo preto?

Voltar para a cena antes do incêndio
Atrás das cenas, alguém pode ter colocado no lugar errado
Coloque na máquina chuva
Pintando a cena branca
Provocou a minha imaginação

você pode enxergar tão longe
Quando a lente está manchada com preto de graxa?
Você pode nadar no mar
E ainda recuperar o coração?
O líquido sobre o negativo preto?

Pobres, pobres aves negras, pegas na sombra
Derramado como algo áspero no campo morto
Me ajude por favor, eu perdi o meu irmão
Canções de verão cruelmente ocultadas

Agora eu vivo com uma pequena luz passando
Um olho alfinete
Recebendo alguma luz
Trocando eu
Eu sou culpado como um crime
E então eu corri de volta para o final
Onde tudo começou
Com um incêndio proposital e um sonho
Uma imagem temida
Revertida aqui
Se tornando tão clara
E ela simplesmente soletra "O Fim"

Amorphis - Rusty Moon (tradução)

Banhado na ferrugem da lua
É a canção de ninar do leito de morte
Cantada tão suavemente com as estrelas
Refletida nos olhos dela?

(Refrão)
É a chama que acena aos homens
Nas florestas, de caminhos batidos
É a visão do fogo que
Os olhos de nenhuma donzela deveriam possuir?
O ferro faz conforme é ordenado
E bebe do ouro vermelho da vida
Mas a vergonha não sumirá
Com a respiração agonizante
A vida que se quer é a própria morte

E a floresta sussurra seu hino silencioso
Escutado pelos solitários
No nevoeiro ela reside
Sobre as barragens negras do riacho
Enfeitiçado pela suas matas de fogo

Chalice - As Powder Turns To Dust (tradução)

Quando finalmente você reivindicar

Toda a matéria vai cessar, todos os sonhos expirararão
E com um toque de anjo morto
E a perda de mim mesma
O vapor vai desaparecer
Até o dia que me juntar a vocês
Quando você finalmente assumir-se
Dia será noite, tudo será nada
Como as velas bruxuleantes que iluminavam o nosso xadrez
Podem queimar mais
Quando a rainha caiu
Agora me encolho nessa sala vazia
Plena consciência de que o tempo está se aproximando
Quando eu me amar acima de tudo
Será apenas a minha memória maior
É trágico e simbólico
Que em sua hora mais escura
Você ainda possa brilhar tanto

Fernando Pessoa - Contemplo o lago mudo

Contemplo o lago mudo
Que uma brisa estremece
Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece

O lago nada me diz
Não sinto a brisa mexe-lo
Não sei se sou feliz
Nem se desejo sê-lo.

Trémulos vincos risonhos
Na água adormecida.
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?

Apollinaire - Il pleut

Il pleut des voix de femmes comme si elles étaient mortes même dans le souvenir.
c’est vous aussi qu’il pleut, merveilleuses rencontres de ma vie. ô gouttelettes !
et ces nuages cabrés se prennent à hennir tout un univers de villes auriculaires
écoute s’il pleut tandis que le regret et le dédain pleurent une ancienne musique
écoute tomber les liens qui te retiennent en haut et en bas

Baudelaire - Les Fleurs du mal

XXXIX

Je te donne ces vers afin que si mon nom
Aborde heureusement aux époques lointaines,
Et fait rêver un soir les cervelles humaines,
Vaisseau favorisé par un grand aquilon,

Ta mémoire, pareille aux fables incertaines,
Fatigue le lecteur ainsi qu'un tympanon,
Et par un fraternel et mystique chaînon
Reste comme pendue à mes rimes hautaines ;

Être maudit à qui, de l'abîme profond
Jusqu'au plus haut du ciel, rien, hors moi, ne réponds !
- Ô toi qui, comme une ombre à la trace éphémère,

Foules d'un pied léger et d'un regard serein
Les stupides mortels qui t'ont jugée amère,
Statue aux yeux de jais, grand ange au front d'airain !

Lacuna Coil - Survive (tradução)

As vezes eu me sinto sozinho em uma multidão de milhões de pessoas
Um estranho vagando sozinho sem palavras pra se dizer
Eles não conseguem explicar o desejo para acabar com a dor
Sinto o suspiro que sempre vai embora
Eu estou sonhando isso tudo? Eu nunca ficarei com medo

Eu sobreviverei, neste nada que me leva pra lugar nenhum
Eu sobreviverei, me sentirei forte por quanto tempo mais?
Eu sobreviverei, neste nada que me leva pra lugar nenhum
Eu sobreviverei.

Uma voz dentro de mim que fica me importunando
Tão doce como um sussuro que vem dos lábios da dor
e de tantos passos que eu não posso dar.
E o suspiro ainda continua indo embora.

Eu estou sonhando isso tudo? Eu nunca ficarei com medo

Eu sobreviverei, neste nada que me leva pra lugar nenhum
Eu sobreviverei, me sentirei forte por quanto tempo mais?
Eu sobreviverei, neste nada que me leva pra lugar nenhum
Eu sobreviverei.


Pausa

estou em pausa
perdi contato comigo...
meu abrigo já não protege
nada, agora que acabou...
eu não sei se existo
se ainda sobrevivo
ou se morri de amor...

J.A.Cabral 01/09

sábado, 26 de dezembro de 2009

Deftones - Change (In The House Of Flies) (tradução)

Eu assisti você mudar

Em uma mosca
Eu observei
Você estava em chamas

Eu assisti uma mudança em você
Era como se você nunca tivesse tido asas
E agora você se sente tão vivo
Eu assisti você mudar

Eu levei você para casa
Coloquei em um vidro
Eu arranquei suas asas
Então eu ri

Eu assisti uma mudança em você
Era como se você nunca tivesse tido asas
E agora você se sente tão vivo
Eu assisti você se transformar

Era como se você nunca tivesse tido asas...
annhh-ahah (6x)

Eu olho a cruz
E eu olho pra longe
Te dou a arma
Atire em mim

Eu assisti uma mudança em você
Era como se você nunca tivesse tido asas
E agora você se sente tão vivo
Eu assisti você mudar
E se sente tão vivo
Se sente tão vivo (2x)
Eu assiti você se transformar

Era como se você nunca tivesse tido...
annhh-ahah (6x)
Você mudar
... Eu estou acabado...

RavenLand - End of Light (tradução)

Eu sinto a escuridão vindo
Como asas negras de um corvo voando
E aquela garotinha com seu violino
Começa a tocar e leva embora a dor

Todas as luzes podem ser apagadas
Mas no fim sempre existirá uma
E nesse mesmo outono que eu me deparo
Os corvos levam meu coração gelado à Hades

Fim da luz, diga adeus
Diga não a essa dor
Você quer viver pra sempre?

A voz dela encanta o coração do lobo
E pode queimar pra sempre se essa magia acabar
Quando a paixão toma conta da mente
Mais sentimentos são enterrados vivos

Eu escuto a canção do meu fato
O que está escrito ninguém muda
Eu procuro esse som através da noite
Até encontrar a beleza no fim da luz

Um casamento gótico na catedral do pecado
Vestida de negro essa noite
Por hoje a noite e por todo sempre

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Therion - The Rise Of Sodom And Gomorrah(tradução)

O sol entra em Capricórnio e a Estrela do Pecado irá brilharO Rei de Sodom bebe novamente
O vinho de Madame Babilônia

Cento e vinte dias no fundo do Mar Morto
E ande pela passagem de Peccatus
(e) a alquemia Setiana

Ascensão de Sodom
e Gomorrah
Revela a gnose
de Borora

A princesa Justine
canta uma canção sobre seu pecado
de prazer e dor
e as virtudes em vão
para o ouvido que irá ouvir
e para aquele sem medo
para os antigos caídos e a coisa proibida que todos eles fizeram

O sol entra em Capricórnio e a Estrela do Pecado irá brilhar
O Rei de Sodom bebe novamente
O vinho de Madame Babilônia

Ascensão de Sodom
e Gomorrah
Revela a gnose
de Borora

Ouça o rei Bera
chorar na terra de Canaã
e as filhas de Lot
choram por seu pai e seu deus

(O Choro de Reclamação de Sodom e Gomorrah
sim, é alto e seus pecados são pesados)

Therion - Muspelheim

Kaun
O Crepúsculo dos Deuses caiu em chamas incandescentes
O Ragnarok nascerá em Muspelheim
Pelo fogo do destino.

Jord conhecerá as chamas de Muspel,
Surt começará sua campanha em breve,
Os gigantes que inflamaram Ragnarök
Fazem magia com as runas do fogo.
Muspel, abra!

Surt no sul com espada a vista
Chame as crianças de Muspel,
Chega a batalha sobre a planície de Vigrid,
Não há oração que ajude.
Do sul vem o caos!

O poder dessa tempestade de fogo
Vem para tornar o mundo em chamas.
Então os gigantes mataram o deus Freyr
É hora do destino.
Muspelheim com medo!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Brighid

O nome da Deusa Celta da Poesia, sabedoria e conhecimento dos mistérios, Brighid, significa “Rainha”, “Poderosa” e “Exaltada”. Essa divindade poderosa – cujo pai era Dagda, o deus supremo da mitologia celta da Irlanda – também estava associada á cura, á fertilidade e, sobretudo ao dom de facilitar os partos.

Brighid teve dois maridos: Bres, o belo, mas tirânico filho do rei dos Fomore – espíritos do mal que viviam sob o mar -, com quem se casara; e Tuirean, de quem teve três filhos. Suas viagens pela Irlanda, obtidas como recompensa por ter liquidado o pai de Lugh, o deus de todas as artes, comparam-se ás viagens de Jasão pela Grécia em busca do velocino de ouro.

Brighid era famosa por sua bondade, de acordo com a tradição escocesa, a cada primavera ela depunha a deusa do inverno, de rosto azulado – e generosidade, característica que legou a Santa Brígida de Kildare, que viveu no século V e doou todas as propriedades da família aos pobres, levando o pai á loucura. A santa cristã também herdou muitas das tradições associadas a sua antecessora pagã: era invocada durante os partos, e do dia de seu festival, 1 de fevereiro, é o mesmo do antigo festival de primavera ou imbolc, que celebrava as ovelhas que começavam a dar leite, sagradas para a deusa celta.

Texto retirado do Livro:O Livro de Ouro dos Deuses e Deusas de Elizabeth Hallam



Völuspá - o princípio

O Frio e o Calor são o princípio de tudo. O frio era Nilfheim, um mundo de escuridão, frio e nevoa. O caso oposto é o cálido, o calor chamado Muspell, o mundo do eterno calor.
Ginnungagup existia entre entre estes dois mundos, ou seja, aqui havia um grande vazio que ele preenchia. Em Ginnungagup surgiu a vida ao encontrarem-se o céu de Niflheim e o fogo de Muspell.

Entre o frio e o calor, dessa união, nasceram primeiro o ogro Ymir ou Aurgelmir, e mais tarde a vaca gigante Audumbla. Ymir se alimentou do leite de Audumbla, e de seu suor nasceu um casal de gigantes, e de seus pés um filho. Essa foi a origem do embrião deles chamados yotes. Audumbla pode viver lambendo o gelo salgado, mas fazendo isto, ela da forma para outro ser primal, Búre, que gera um filho, Bor. Bor se casa com Bestla, a filha do gigante Bolþorn. Dessa união nasceram três deuses: Odin, Vile e Ve. Mais tarde, os três irmãos mataram Ymir, e de seu corpo criaram a terra, de seu sangue o mar, de seus ossos as montanhas, de seu crânio o céu (com um anão em cada canto, como se estivessem segurando-o), seus cabelos as árvores, de seu cérebro as nuvens. Fagulhas de Muspell formaram as estrelas e os corpos celestiais, e os deuses ordenaram seus movimentos, determinando as divisões do tempo. A terra foi circundada por um vasto oceano.

Esse novo mundo foi chamado de Midgard, uma residência para a humanidade, fortificada por uma cerca feita pelas sobrancelhas de Ymir, e eles deram as terras no litoral para os gigantes se estabelecerem. Criaram no centro de Midgard, para que os homens não se sentissem só, o mundo dos Aesir, Asgard, em cujo centro crescia um grande freixo chamado Yggdrasil. A morte de Yggdrasil podia significar a destruição total do mundo, porque esta era a árvore da vida.

Yggdrasil é habitada por vários animais. Em sua copa vive uma águia que tem um falcão pousado entre os seus olhos. Sob seus galhos, cabritos e veados comem dos seus brotos. A raiz que mergulha em Niflheim é roída pelo dragão Nidhogg. Ao longo desta raiz, o esquilo Ratatosk corre para cima e para baixo, levando insultos do dragão Nidhogg para a águia que vive no topo. A razão dos insultos é porque quando o dragão que vive a roer a raiz começa a prejudicar Yggdrasil, a águia voa até ele e ataca-o Yggdrasill se recupera e o ciclo recomeça.

Fonte: http://www.rosanevolpatto.trd.br/mitonordicos.html

Ogma

deus irlandês semelhante a Hércules, Ogma tinha uma enorme maça com a qual defendia seu povo, os Tuatha de Dannan, sendo eleito seu campeão.Ele inventou a linguagem rúnica dos druidas, o Ogham.

















http://www.templodoconhecimento.com/portal/modules/smartsection/print.php?itemid=145

Freya

É a Deusa mais importante e a mais conhecida. Ela é a irmã gêmea de Frey. Freya é uma Deusa que tem duas facetas. Primeiramente, ela é a Deusa do Amor, da Sexualidade e da Beleza, também é a Deusa da Guerra que recebe os heróis que morrem dos campos de batalha juntamente com Odin. Além de Deusa das Feiticeiras e da magia xamânica, conhecida com Seidhr. Apesar de Freya ser a Deusa do amor e da beleza, ela não é uma Deusa dependente e muito menos delicada, como as Deusa do amor de outros panteões. Símbolos: a lança e os gatos.

Thor

É provavelmente o Deus mais conhecido entre os Deuses nórdicos. Ele é um Deus simples, o patrono dos guerreiros e do povo. Thor é conhecido pelas suas grandes aventuras e por suas batalhas contra os gigantes. Possui uma tremenda força e o martelo Mjolnir, que foi feito pelos Anões. Mjolnir é considerado o maior tesouro dos Deuses por ser a proteção contra os gigantes. Thor é associado ao trovão, e também é o Deus da chuva e das tempestades. Símbolos: o martelo e a biga.

Valquírias

Espíritos femininos que apareciam para os guerreiros que iam morrer, auxiliavam o Deus da guerra e a travessia ao mundo dos mortos em Valhala, o grande palácio de Odin, onde ele se diverte em festas na companhia dos heróis que morriam em combate. Símbolos: a lança, o cisne e o capacete.

Nornes

Deusas do Destino: Urd, Verdandi e Skuld. São as três irmãs que tecem o destino dos homens em seus teares. Guardam a Yggdrasill, a árvore do mundo, que sustenta a Terra.Todas as manhãs fazem chover hidromel sobre suas raízes, para que as folhas permaneçam verdes. São representadas pela virgem, a mãe e a anciã. Urd é muito velha e vive olhando para trás, por sobre os ombros. Verdandi é uma jovem e olha sempre para o presente e finalmente Skuld, vive encapuzada e possui um pergaminho fechado sobre seu regaço, que contém os segredos do futuro. Símbolos: a roda em movimento.

Loki

Ele é o Deus do Fogo, também conhecido por sua inteligência, suas artimanhas, e suas brincadeiras que causam problemas a Asgard. Ele é aquele que causa o problema e fica rindo de fora, e depois arruma a solução, é o tipo de cara que aprecia uma boa travessura. Adora falar o que todo mundo sabe que é verdade, mas ninguém tem coragem de dizer bem alto e direto. Sua maior façanha e a mais conhecida é ter conseguido matar Balder. Balder era o Deus mais bonito e amado entre os Deuses e uma das suas virtudes era que nenhum material do mundo poderia feri-lo, com a única exceção do visco que foi considerado tão fraco e pequeno para ser uma ameaça. Assim, Loki pegou o Deus Cego Hod e colocou um dardo feito de visco na sua mão e o guiou para lançá-lo. O dardo pegou em Balder, causando assim sua morte. Com a morte de Balder, Loki se uniu aos gigantes e as legiões do caos e declarou guerra aos Deuses, assim começando o Ragnarok. Muitas vezes essa lenda é mal interpretada e com isso Loki acaba sendo visto como o "demônio nórdico", isso é um conceito errôneo. Ignorar Loki seria ignorar o irmão de sangue de Odin, o companheiro de aventuras de Thor, o provedor de muitos dos benefícios dos Deuses e aquele que destrói o mundo para que ele seja reconstruído das cinzas. Isso é uma parte do ciclo, assim como está na Edda: "Cattle die, and men die, and you too shall die" ou "O gado morre, os homens morrem, e você também morre". Símbolos: o cavalo e o falcão.

Tyr

Embora raramente seja lembrado nos dias de hoje entre os Deuses mais populares da mitologia nórdica, Tyr é extremamente importante. Ele é o Deus da guerra, da justiça e da nobreza. O mito mais importante envolvendo Tyr mostra tanto bravura quanto honra. Foi ele que perdeu sua mão, para que o Lobo Fenris pudesse ser capturado pelos Deuses. Símbolos: a lança e o escudo.

Yggdrasil - Árvore do Mundo

Yggdrasil ou Ygdrasill, era uma árvore (um freixo) que, na mitologia escandinava, era o eixo do mundo. Nas suas raízes, que se espalhavam pelos nove mundos, cujas mais profundas estão situadas em Niflheim, ficavam os mundos subterrâneos, habitados por povos hostis.


O tronco era Midgard, ou seja, o mundo material dos homens; a parte mais alta, que se dizia tocar o Sol e a Lua, chamava-se Asgard ("A Cidade Dourada"), a terra dos Deuses, e Valhala ("O Salão do Mortos"), local onde os guerreiros eram recebidos após terem morrido, com honra, durante as batalhas.

Conta-se que nas frutas de Yggdrasil estão as respostas das grandes perguntas da humanidade. Por esse motivo ela sempre é guardada por uma centúria de Valkírias, denominadas protetoras, e somente os deuses podem visitá-la. Nas lendas nórdicas, dizia-se que as folhas de Yggdrasil podiam trazer pessoas de volta à vida e com apenas um de seus frutos, curaria qualquer doença.

(Wikipédia)

Viking

Os vikings são uma antiga civilização originária da região da Escandinávia, que hoje compreende o território de três países europeus: a Suécia, a Dinamarca e a Noruega. Igualmente conhecidos como nórdicos ou normandos, eles estabeleceram uma rica cultura que se desenvolveu graças à atividade agrícola, o artesanato e um notável comércio marítimo.
A vida voltada para os mares também estabeleceu a pirataria como outra importante atividade econômica. Em várias incursões realizadas pela Europa Continental, os vikings saquearam e conquistaram terras, principalmente na região da Bretanha, que hoje abriga do Reino Unido. Cronologicamente, a civilização viking alcançou seu auge entre os séculos VIII e XI.
O processo de invasão à Bretanha aconteceu nos fins do século VIII. No ano de 865, um poderoso exército de vikings dinamarqueses empreendeu uma guerra que resultou na conquista de grande parte das terras britânicas. Com isso, observamos a consolidação do Danelaw, um extenso território viking que englobava as regiões Centro-norte e Leste da Bretanha. Na mesma época, os vikings continuaram sua expansão em terras escocesas.
As habitações dos vikings eram bastante simples. Madeira, pedras e relva seca eram os principais elementos utilizados na construção das residências. Além disso, observamos que a distribuição espacial do lar era bem simples, tendo, muitas vezes, a presença de um único cômodo. Nas famílias um pouco mais abastadas, observamos a presença uma divisão mais complexa composta por salas, cozinha e quartos.
Em razão das baixas temperaturas, os vikings tinham a expressa necessidade de uma vestimenta que pudesse suportar as baixas temperaturas do norte europeu. Geralmente, combinavam peças de tecido com couro e peles grossas que pudessem manter o seu corpo aquecido. Além disso, podemos ainda destacar que toda a população apreciava a utilização de acessórios em metal e pedra.
A organização familiar viking tinha claros traços patriarcais, sendo o homem o grande responsável pela defesa da família e a realização das principais atividades econômicas. Dedicada aos domínios domésticos, a mulher era responsável pela preparação dos alimentos e também auxiliava em pequenas tarefas cotidianas. A educação das crianças era delegada aos pais, sendo eles que repassavam as tradições e ofícios vikings.
O rei era a principal autoridade política entre os vikings. Logo em seguida, os condes e chefes tribais também desfrutavam de grande prestígio e poder de mando entre a população. O poder de decisão entre os locais tinha certa presença entre os vikings. Reunidos ao ar livre, discutiam a elaboração de suas leis próprias e as punições a serem deferidas contra os criminosos.
Na esfera religiosa, os vikings eram portadores de uma rica mitologia povoada por vários deuses sistematicamente adorados em eventos coletivos. Várias histórias envolvem a luta entre os deuses nórdicos ou o conflito entre as divindades e os gigantes. Odin era adorado como “o Deus dos deuses”. Thor era a divindade de maior popularidade e tinha poder sobre os céus e protegia povo viking.
Com o processo de cristianização da Europa, ao longo da Idade Média, os vikings foram paulatinamente convertidos a essa nova religião. A dissolução da cultura viking acontece entre os séculos XI e XII. Os vários conflitos contra os ingleses e os nobres da Normandia estabeleceram a desintegração desta civilização, que ainda se encontra manifesta em algumas manifestações da cultura europeia.

fonte: http://www.historiadomundo.com.br/viking/

História da Mitologia Germânica

As lendas e mitos escandinavos de antigos deuses ou heróis e a criação e destruição do universo foram se desenvolvendo fora da mitologia original comum a todos os povos germânicos e constituem a primeira fonte de conhecimento da antiga mitologia germânica. Devido ao fato da mitologia escandinava ter sido transmitida e alterada pelos historiadores cristãos medievais, as crenças, atitudes e práticas religiosas originais não podem ser definidas com certeza. Porém, fica claro que a mitologia escandinava desenvolveu-se lentamente e a relativa importância dos diversos deuses e heróis diferenciou-se segundo as épocas e os lugares. Assim, o culto a Odin, soberano dos deuses, pode ter-se difundido do oeste da Alemanha para a Escandinávia não muito antes de se registrarem os mitos; deuses menores, inclusive Ull, o deus da fertilidade, Njord e Heimdall, podem representar divindades mais antigas que devem ter perdido difusão e popularidade quando Odin se fez mais importante. Odin, deus da guerra, era associado também ao conhecimento, à sabedoria, à poesia e à magia.
Juntamente com Odin, as divindades mais importantes da mitologia escandinava eram sua mulher, Frigg, deusa do lar; Thor, deus do trovão, protetor dos seres humanos e dos outros deuses contra os gigantes, era especialmente popular entre os camponeses escandinavos; Frey, deus da prosperidade; e Freya, irmã de Frey, deusa da fertilidade. Deuses menores eram Baldo, Hermond, Tyr, Bragi e Forseti; Idun, Nanna e Syf contavam-se entre as deusas. O princípio do mal entre os deuses era representado pelo vigarista Loki. Não parece que muitas destas divindades tenham tido funções especiais; simplesmente aparecem como personagens das lendas.
Acreditava-se que muitos heróis mitológicos antigos, alguns dos quais parecem ter se derivado de pessoas reais, eram descendentes de deuses; entre eles, figuravam Sirgud o exterminador de dragões, Helgi nascido três vezes, Harald Dente de Guerra, Hadding, Starkad e as valquírias. Estas eram um grupo de mulheres guerreiras, que incluía Svava e Brunilda; serviam Odin como selecionadoras de guerreiros mortos, os quais convertiam em moradores do Valhala. Ali os guerreiros passavam seus dias lutando e as noites em festa até Ragnarok, o dia da batalha final do Universo, data em que os velhos deuses pereceriam e seria instituído um novo reinado de paz e amor. A deusa Hel recebia os indivíduos comuns após a morte no seu melancólico mundo infernal.
A mitologia escandinava incluía anões, duendes e os norns, que distribuíam sortes entre os mortais. Os escandinavos antigos acreditavam também em espíritos pessoais, tais como os ylgja e os hamingja, que em alguns aspectos assemelhavam-se à idéia cristã da alma. Originariamente, os deuses eram concebidos como uma confederação de duas tribos divinas, guerreiras no início, os Aesir e os Vanir. Odin foi o líder dos primeiros, que compreendiam no mínimo doze deuses. Todos os deuses viviam juntos em Asgard.

fonte: http://www.historiadomundo.com.br/germanica/mitologia-germanica.htm

Lenda do jogo de xadrez

"Conta-se que o rajá indiano Balhait, entediado com jogos em que a sorte acabava prevalecendo sobre a perícia e a habilidade do jogador, pediu a um sábio de sua corte, chamado Sissa, que inventasse um jogo que valorizasse qualidades nobres, como a prudência, a diligência, a lucidez e a sabedoria, opondo-se às características de aleatoriedade e fatalidade observadas no nard (antigo jogo indiano com dados).

Passado algum tempo, Sissa se apresentou ao rajá com sua invenção. Tratava-se de um tabuleiro quadriculado, sobre o qual se movimentavam peças de diferentes formatos, correspondendo cada formato a um elemento do exército indiano: Carros (Bispos), Cavalos, Elefantes (Torres) e Soldados (Peões), além de um Rei e um vizir (Rainha). Sissa explicou que escolheu a guerra como tema porque é a guerra onde mais pesa a importância da decisão, da persistência, da ponderação, da sabedoria e da coragem.
O rajá ficou encantado com o jogo e concedeu a Sissa o direito a pedir o que quisesse como recompensa. Sissa tentou recusar a recompensa, pois a satisfação de ter criado o jogo, por si só, já lhe era gratificante. Mas o rajá insistiu tanto que Sissa concordou em fazer um pedido:
- Desejo, como recompensa, um tabuleiro de Xadrez cheio de grãos de trigo, sendo que a primeira casa deve ter um grão, a segunda deve ter dois, a terceira deve ter quatro, a quarta deve ter oito, e assim sucessivamente, dobrando o número de grãos na casa seguinte, até encher todas as casas do tabuleiro com o número de grãos correspondentes.
O rajá se recusou a satisfazer um pedido tão modesto, e tentou persuadir Sissa a escolher uma recompensa mais valiosa. No entanto, Sissa disse que para ele bastava que lhe fosse conferida aquela recompensa, e nada mais.
Diante disso, o rajá ordenou que lhe dessem um saco de trigo, julgando que nele haveria pagamento de sobra, mas Sissa se recusou a aceitá-lo. Disse que não queria nem um grão a mais nem a menos do que lhe cabia receber.
Foi só então que o rajá ordenou aos seus matemáticos que calculassem a quantia exata que deveria ser paga, e descobriu, para sua consternação, que todo o trigo da Índia não era suficiente, aliás, todo o trigo cultivado no mundo, durante dezenas de anos, não seria suficiente! A quantia era 264 - 1 grãos de trigo, que corresponde à soma da série:
1 + 2 + 4 + 8 + 16 + 32 + 64 + 128 + 256 + 512 + 1.024 + 2.048 + 4.096 + ... + 9.223.372.036.854.775.808, isto é, 18.446.744.073.709.551.615 grãos de trigo!
Para alívio do rajá, Sissa disse que já sabia que sua recompensa não poderia ser paga, pois aquela quantidade daria para cobrir toda a superfície da Índia com uma camada de quase uma polegada de espessura."

Tuatha de Danann

Os Tuatha Dé Danann ("povos da deusa Danu") formam um grupo de personagens na mitologia irlandesa e escocesa. Foram o quinto grupo de habitantes da Irlanda, de acordo com a tradição do Lebor Gabála Érenn ("Livro das Invasões"). Imagina-se que representem as divindades dos goidélicos irlandeses; as interpretações dos tradutores cristãos geralmente reduziram sua estatura para reis e heróis históricos.
Um poema no Livro de Leinster lista muitos dos Tuatha Dé, mas conclui: "Embora [o autor] os enumere, ele não os venera". Goibniu, Creidhne e Luchtaine são citados como os Trí Dé Dána ("três deuses de habilidade"), e o nome Dagda é interpretado em textos medievais como "o deus bom". Mesmo depois de terem sido desalojados do posto de governantes da Irlanda, personagens tais como Lug, as Morrígan, Angus e Manannan aparecem em histórias passadas séculos depois, mostrando todos os sinais de sua imortalidade. Eles têm muitos paralelos através do mundo céltico. Nuada é aparentado ao deus britânico pré-histórico Nodens; Lug é um reflexo da divindade pan-céltica Lugus; Tuireann está relacionado ao gaulês Taranis; Ogma a Ogmios, e Badb a Catubodua.
Os Tuatha Dé Danann descendem de Nemed, líder de uma comunidade de habitantes da Irlanda. Vieram de quatro cidades do norte, Falias, Gorias, Murias e Finias, onde adquiriam os seus atributos e capacidades ocultas. Chegaram à Irlanda por volta do 1º de Maio (a data do festival de Beltane) em nuvens negras, embora versões mais tardias racionalizassem este facto dizendo que queimaram os seus barcos para prevenir retiradas, sendo as nuvens o fumo produzido.
Conduzidos pelo seu rei, Nuada, travaram a Primeira Batalha de Magh Tuiredh (Moytura), na costa oeste, na qual derrotaram e dispersaram os desajeitado e mal armados Fir Bolg, que habitavam então na Irlanda. Nuada perdeu um braço na batalha. Como ele não era mais perfeito não podia continuar como rei, sendo substituído pelo meio-Fomorian Bres, que se revelou um tirano. O curandeiro Dian Cecht substituiu o braço de Nuada por um braço de prata, tornando-se Nuada de novo rei. Contudo, Nuada estava insatisfeito com a substituição, recorrendo ao filho de Dian Cecht, Miach, que lhe fez uma mão nova de carne e osso. Invejando o seu filho, Dian Cecht expulsou-o.
Com a restauração de Nuada como rei, o meio-Fomarian Bres queixou-se à sua família.
Os Tuatha Dé Dannan travaram assim a Segunda Batalha de Magh Tuiredh contra os Fomorians. Nuada foi morto pelo olho venenoso do rei Fomorian, Balor, mas Balor foi morto por Lug, que se tornou rei.
Uma terceira batalha foi travada contra uma vaga de invasores, os Milesianos, vindos do noroeste da Península Ibérica (Galiza e norte de Portugal), descendentes dos Míle Espáine (que se julga representar os Celtas Goidélicos). Os Milesianos encontraram três deusas dos Tuatha Dé Dannan: Èriu, Banba e Fodla, que lhes pediram para nomearem a ilha; Èriu é a origem do nome moderno Èire, e Banba e Fodla ainda são por vezes usados como nomes poéticos para a Irlanda.
Os seus três maridos, Mac Cuill, Mac Cecht e Mac Gréine, que eram os reis dos Tuatha Dé Danann, pediram uma trégua de três dias, durante a qual os Milesianos ficariam ancorados a nove ondas de distância do porto. Os Milesianos aceitaram, mas os Tuatha De Danann criaram uma tempestade mágica, numa tentativa de os afastar. O poeta Milesiano Amergin acalmou o mar com os seus versos, antes de o seu povo atracar e derrotar os Tuatha Dé Danann em Tailtiu. Quando Amergin foi chamado para dividir a terra entre os Tuatha Dé Danann e o seu povo, inteligentemente distribuiu a porção acima do chão para os Milesianos, e a porção debaixo de terra para os Tuatha Dé Danann. Estes foram levados para debaixo de terra para os montes do Sidhe por O Dagda.
Os Tuatha Dé Danann lutaram contra a bruxa Carman e os seus três filhos. A introdução de carroças e do druidismo na Irlanda é-lhes atribuída.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tuatha_D%C3%A9_Danann

Mitologia Celta

A Mitologia Celta é bastante complexa. É difícil fixar, no tempo e no espaço, o limite exato do domínio celta. Foram antes uma raça que um povo, que acabou por influir em toda a Europa e na formação de diversos outros povos. A Alemanha seria o centro de sua moradia. Os Celtas continentais se estenderam pela Hungria até a Grécia e a Ásia Menor. Jamais formaram uma nação unida, organizada; formavam, sim, tribos separadas, que se atacavam freqüentemente.
Os Celtas insulares ocuparam os países do Norte, Grã-Bretanha e Irlanda. Os últimos celtas passaram do Norte da Gália para a ilha da Bretanha, com o nome de belgas. Se sabe muito pouco de sua mitologia.

Épona

"A Cavaleira" ou "A Amazona". É representada sempre a cavalo, sentada de lado, como as amazonas do século passado; na cabeça trás um diadema; ao seu lado vê-se uma jumenta ou um poldro, que, às vezes, é alimentado pela deusa. Seus atributos eram a cornucópia, uma pátera e frutos. Presidia, também, à fecundidade do solo, fertilizado pelas águas.

Druidas

O nome "druida" é derivado de duas raízes, dru e vid; justos, significariam "aqueles que têm o conhecimento profundo ou completo"; ou seja, eram "mestres" ou "filósofos". Formavam uma ordem e não uma casta. Dividiam-se em três classes: os druidas propriamente ditos, possessores do extremo poder que, mais tarde, cederam aos brenns (daí o nome que os romanos davam ao general celta que invadiu a Itália e conquistou Roma, Breno), "os chefes" ou "generais guerreiros"; os eubages, advinhos e sacrificadores; e os bardos, que cantavam hinos e celebravam as façanhas dos heróis. Os druidas acreditavam na imortalidade da alma e na metempsicose (metamorfose do homem em animal. Cabe citar quetodos os xamãs espalhados pelo mundo, assim como diversos teurgos também acreditavam nisso); cultuavam vários deuses, mas não possuíam templos: reuniam-se nas florestas sombrias; sua assembléia geral era perto de Dreux; nas grandes calamidades imolavam vítimas humanas. O druidismo atribuia virtudes a certas plantas, à verbena, à selagina, ao sâmolo e, especialmente, ao agárico ou, melhor, ao visco ou visgo (que era cortado, em certos dias, com grandes cerimônias, sobre velhos carvalhos). Eram médicos, astrônomos, físicos e conselheiros. As druidesas, feiticeiras e profetisas, tinham seu principal santuário na ilha do Sena.
Sem dúvida o que mais caracterizava a sociedade celta era a presença dos druidas, um classe diferente de médico-sacerdote-historiadores e tudo mais que se pode pensar.

A sociedade celta estava divida em apenas 3 classes, o rei, os druidas, e os homens. Sendo que os druidas eram superiores aos reis.
Falar em druida, entretanto, não é tão fácil, a palavra engloba muitas e muitas funções, seria semelhante a falar "intelectual" nos dias de hoje, o termo engloba várias profissões.
Eram tão especializadas as funções dos druidas que eles tinham universidades, com especializações, etc.

São 6 os tipos mais comuns de druidas:

Os Druida-Brithem - Estes eram os juizes. Os celtas nunca chegaram a ter suas leis escritas, apenas os brithem a conheciam, assim a função deles era percorrer as casas e as cidades e resolver impasses que surgissem.

Os Druida-Liang - Eram os médicos e curandeiros. Em geral passavam mais de 20 anos em seus estudos antes de praticarem a cura, tinham especializaçòes entre si, entre eles estavam as ervas, as cirurgias (como a de transplante de coração) entre outras.

Os Druida-Scelaige - Eram os narradores, eles tinham como função apenas repetir a grnade história dos celtas que lhe haviam sido contada por outros scelaige. (A escrita era proibida a não ser para rituais de religião) Apenas repetiam para que a história não fosse esquecida. Também juntavam à sua história as novas trazidas pelos sencha

Os Druida-sencha - Já que os sceilage ficavam trancados apenas repetindo, estes deveriam percorrer as terras celtas e compor novas histórias sobre o que estava acontecendo, estas seriam repassadas aos scelaige que as decoraria.

Os Druidas-Filid - Eram a mais alta classe dos druidas, a sua função eram o contato direto com os deuses (Alguns deles eram decendentes diretos dos deuses). O mago merlin é um druida filid.

Os Druidas-Poetas - Uma vez que os druidas Scelaige decoravam a história, era preciso que alguém as aprendesse e contassem ao povo, essa era a função dos poetas, que mantinham a tradição celta viva.

Dagda

O "Deus Eficaz", é o nome pelo qual era chamado o deus-chefe Eochaid Ollathair. Dagda era bom para tudo: dos mágicos é o primeiro e o mais poderoso, temível guerreiro, habilíssimo artífice e o mais esperto de todos quantos "possuem a vida e a morte". Possui uma caldeirinha mágica que pode alimentar todos os homens da terra. Chama as estações do ano tocando sua harpa divina. Veste uma túnica curta e traz na cabeça um capuz. É o senhor da vida e da morte, dispersador da abundância.

Cuchulainn

As aventuras de Cuchulainn (diz-se Cu-hu-lim) constituem a epopéia principal do ciclo heróico de Ulster. Ao nascer, chamava-se Setanta; era filho de Dechtiré, irmã do rei Conchobar, casada com Sualtan, o profeta. Seu pais verdadeiro, porém, era o deus Lug, mito solar dos Tuatha Dê Danann. Foi criado entre os demais filhos dos vassalos e guerreiros do rei. Com sete anos matou o terrível cão de guarda de Culann, chefe dos ferreiros de Ulster; vem daí o nome Cuchulainn, "Cão de Culann". O menino possuia uma força incrível e, quando dominado pela ira, lançava calor intenso e suas feições transformavam-se, pavorosamente. Algum tempo depois de matar o cão, massacrou três guerreiros mágicos gigantes, que tinham desafiado os nobres do Ramo Vermelho (uma milícia ou ordem primitiva de cavaleria de Usler, provavelmente). Depois, mandam-no para Scâthach, a Rainha das Trevas, epônima da ilha Skye, onde conclui sua educação. A feiticeira ensina a ele a arte da magia. Antes de voltar para casa, decide matar uma inimiga de sua professora, a amazona Aiffé, uma mortal. Não só a derrota mas deixa-a grávida. Volta, assim, para Ulster, munido de armas prodigiosas. Pouco tempo passado, se apaixona por Emer (diz-se Avair), filha de Forgall Manach, mágico poderoso. Este não permite o relacionamento; Cuchulainn, então, rapta-a, depois de ter matado toda a guarnição e o pai da moça. Neste período é que as grandes batalhas e aventuras tomam lugar.

Brigit

Irmã do deus Oengus, o Cupido irlandês, divindade do amor. Brigit é uma deusa tríplice, a menos que haja três irmãs com o mesmo nome. É venerada pelos poetas, ferreiros e pelos médicos. Enquanto deusa das estações do ano, seu culto se celebrava no primeiro dia de fevereiro, dia do Imbolc, a grande festa de purificação.