Um bebê deixado a porta
De uma igreja distante
Onde as velas ardiam
Em chamas fulgurantes
Fruto de ações levianas
Abandonado ao léu
Sem ver ao menos o rosto
Despediu-se do céu
Do orfanato, fugiu
Do mundo fez seu lar
Não tinha uma família
Vivia nas ruas, a vagar
Uma criança esquecida
Não sabiam seu nome
Não tinha um nome
Apenas vagava, perdida
Dias escuros ele viveu
Na tempestade, vagava
Noite fria, sem estrelas
Apenas o vento lhe guiava
Na rua viveu
Por muito tempo
Conheceu pessoas
De bom e mau comportamento
Sozinho seguia
Não precisava de ajuda
Mas trazia no coração
Uma dor aguda
Era Solidão
Não queria amigos,não precisava deles
Mas a dor aumentava
Em seu coração
Tentou não pensar
Na dor que não sara
Na alma em feridas
Que a solidão a tornara
Triste caminhava na cidade
Aprendeu a viver com dor
Cultivou a tristeza
Escondeu o amor
Seus olhos não tinham brilho
Sua alma não tinha mais cor
Perdeu a esperança
Da vida sem dor
Consumia o espirito
A forte agonia
Outro dia infeliz
Para ele nascia
Na madrugada de outubro
Foi quando a Morte procurou
Queria um fim para dor
E ela não o negou
E na manhã que nascia
Ninguém jamais viu
No mar de ondas tristes
Quando o corpo caiu
Sem nome ele morreu
Junto as estrelas está a brilhar
Sua alma foi para o céu
Seu corpo ainda jaz no mar.
J.A.Cabral 12/06
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